Em mais um dia de sucesso entre congressistas, os palcos do Future Congress, Future Cyber e Future Gov permanceram lotados durante todo dia e promoveram debates importantes para o futuro da conectividade.

No período da manhã, o WBBA trouxe, de forma inédita, o Congresso de Desenvolvimento de Banda Larga para a América Latina. Ao longo do dia, os palcos ainda contaram com keynotes speakers e conteúdos discutiram inteligência artificial e seus desdobramentos em aplicações e regulamentação, políticas públicas e automações para o mercado brasileiro, além do uso de dados e expansão da conectividade.

Confira a seguir alguns dos destaques do segundo dia de Congressos do Futurecom 2025!

Banda larga mais inteligente da América Latina – WBBA

A World Broadband Association (WBBA), em parceria com a Informa Markets, trouxe pela primeira vez o seu Congresso de Desenvolvimento de Banda Larga para a América Latina. Esse acontecimento inédito foi parte do segundo dia da 30° edição do Futurecom, ocupando ambos os palcos Future Gov e Future Cyber pela manhã de 1° de outubro.

A abertura da atração foi realizada por Evan Kircheimer, Diretor de Pesquisa da Omdia, que apresentou a problemática da ainda baixa penetração de 5g na América Latina quando comparada ao resto do mundo. Tratando-se especificamente do mercado brasileiro, Frederico Siqueira Filho, Ministro da Comunicação do país, complementou as boas-vindas aos visitantes declarando que o governo federal está se movimentando para digitalizar regiões do interior do Brasil com ainda pouco acesso à internet, “com a ajuda, além da fibra ótica, com soluções de satélite”.

O ministro declarou que “vários países estão de olho no Brasil” no que se refere a investimentos de tecnologia e inovação, por isso, reafirmou a necessidade do fortalecimento das telecomunicações nacionais e “nossa soberania digital”.

Adicionalmente, Ke Ruiwen, Presidente e CEO da China Telecom, e Alexandre Reis, Presidente do Comitê em Telecomunicações da Anatel, abordaram o uso de IA no campo das telecomunicações, e que essa pode ser a chave para “mitigar a exclusão digital” e de forma sustentável, segundo Reis.

Ruiwen explicou que o uso de IA no âmbito da comunicação, com uma governança responsável por trás da operação, poderá auxiliar na personalização de novos pacotes e na maneira como eles são implementados “em todos os cantos do Brasil, não importa o quão pouco digitalizada seja a região”.

Latam Connectivity: crescimento e desafios do mercado latino

A América Latina tem atraído olhares de investidores, analistas e grandes empresas globais de telecomunicação no pós pandemia por um potencial de crescimento fora da curva. O mercado de data centers, por exemplo, pode ser ampliado em até 24% no continente nesta década, índice maior que nos Estados Unidos e Europa, enquanto a previsão de crescimento anual do setor latino B2C é de 5% a 10%, também superando muito os índices internacionais.

Os motivos para isso foram discutidos no painel “Latam Connectivity: Crescimento e Desafios do Mercado Latino”, realizado durante o Future Congress. O executivo português Tiago Silveira, sócio da McKinsey, explicou que os países desenvolvidos já atingiram níveis próximos da saturação em banda, enquanto na América Latina ainda há espaço para crescimento tanto no segmento de consumidores quanto no setor corporativo.

“Tenho uma perspectiva otimista para a região porque as oportunidades são muitas. Uma das primeiras é que, na América Latina, 30% da população ainda não tem acesso à banda larga. Enquanto nos Estados Unidos a previsão de crescimento anual do setor B2C é de no máximo 2%, muitas vezes abaixo da inflação, por aqui esse índice fica entre 5% e 10%. O segundo caminho é o segmento B2B, em que as operadoras de internet podem repensar seu modelo de negócios pra se transformarem em ecossistemas que criem oportunidades de negócios. Um exemplo é a gestão de redes privadas para a indústria, especialmente mineração e agricultura, que são pujantes no Chile e Brasil”, afirmou Tiago Silveira.

O debate no Futurecom foi mediado por Jorge Fernando Negrete, presidente do DPL Group, e ainda contou com as participações de Alex Jucius, co-fundador da Giga+ Fibra; Maryleana Méndez, diretora geral da Asiet; Álvaro Britto, vice-presidente da Ufinet; e Rodrigo Robles, program officer da União Internacional de Telecomunicações (UIT), da ONU.

Plano Nacional de IA e competitividade digital nacional

O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), agenda elaborada pelo governo federal para posicionar o Brasil no cenário da inovação digital, pode ter sido lançado há pouco mais de um ano, mas já está sendo revisado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A coordenadora de Governança Digital do MCTI ressaltou a importância de que o PBIA seja flexível para acomodar as evoluções constantes da tecnologia.

Eliana Emediato foi uma das debatedoras no painel “Plano Nacional de IA e Competitividade Digital Nacional”, e aproveitou para detalhar a execução dos cerca de R$23 bilhões distribuídos ao longo de quatro anos de PBIA, até 2028. Ela ainda destacou a necessidade de se promover modelos de IA adaptados à realidade nacional e integrados aos dados públicos.

“O Plano decorre de uma estratégia elaborada em 2019, quando a pasta de Comunicações ainda estava dentro do MCTI, e é uma evolução natural do EBIA (Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial, lançada em 2021). Esse documento tinha muitos méritos, é claro, mas também alguns problemas, como não contemplar um plano de investimento. Com esse propósito nasceu o PBIA, por um pedido específico do presidente da República, e baseado em cinco eixos: infraestrutura e pesquisa; capacitação profissional; Inteligência Artificial no serviço público; Inteligência Artificial na indústria; e regulação e governança. O dinheiro que foi direcionado para esse Plano, de R$23 bilhões, dificilmente é destinado a um projeto de tecnologia no Brasil, como todos aqui sabem. Agora estamos no momento de execução, organizando governança e já revendo ações do PBIA original, porque se tratando de IA, um ano atrás já é muito tempo”, justificou Eliana Emediato.

O debate no Future Congress foi mediado por Luis Fernando Prado, consultor da Associação Brasileira de Inteligência Artificial, e ainda contou com as participações de Andriei Gutierrez, presidente da Abes; Carlos Nazareth Motta, diretor do Inatel; Gustavo Nery, superintendente da Anatel; e Affonso Nina, presidente da Brasscom.


O Futurecom acontece até o dia 02 de setembro, no São Paulo Expo! Ainda dá tempo de visitar, para garantir seu ingresso, clique aqui!

Continue acompanhando a cobertura do 30º Futurecom aqui, no Futurecom Digital.