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Open RAN: uma estrada que precisa ser construída por todos

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A Rede de Acesso de Rádio Aberta promete trazer grandes avanços para as telecomunicações, mas sua implementação ainda depende de alguns avanços e colaborações. Entenda!

Com a proposta de virtualizar as redes e diminuir a dependência de hardwares, o Open RAN (Open Radio Access Networks, ou Rede de Acesso de Rádio Aberta), promete trazer grandes transformações e impactar o setor de telecomunicações.

No entanto, a tecnologia ainda está em seus primeiros passos no Brasil. O assunto foi debatido no painel “Open RAN: uma estrada que precisa ser construída por todos”, que foi realizado no Futurecom 2022.

Com mediação de Ana Paula Lobo, Editora-chefe do portal Convergência Digital, a conversa teve as participações dos seguintes especialistas: 

Marcia Ogawa Matsubayashi, Sócia-Líder de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da Deloitte; Livio Silva, Executivo de vendas da Red Hat; Roberto Gomes Corrêa, Industry Technical Specialist da Intel; Ralf Souza, Diretor-geral da Amdocs; Andres Madero, CTO da Infinera; Marco Bego, Diretor de Inovação da InovaHC; e Augusto Nellesen, da Superintendência de Soluções de Redes e Data Center do Itaú.

Continue lendo o artigo e veja algumas das considerações apresentadas sobre o Open RAN durante o evento!

O desenvolvimento do Open RAN e os prognósticos para seu uso no Brasil

Primeira a falar, Marcia Ogawa explicou que o Open RAN poderá trazer possibilidades que englobam diferentes setores que vão além das telecomunicações, como saúde e educação, para citar alguns.

“Já há algum tempo nós estamos instruindo o mercado sobre o que é o Open RAN, explicando a possibilidade do Open RAN abrir possibilidades das empresas brasileiras entrarem nos elos das cadeias de telecomunicações, e montamos até um piloto para provar que essa iniciativa é a correta”, pontuou ela.

A representante da Deloitte prossegue, observando que a colaboração é a chave para que o modelo de conectividade avance e se torne uma realidade no país.

“Nós sabemos que as tecnologias não são tão maduras quanto as outras tecnologias existentes, mas temos que imaginar a arquitetura de colocar o software no hardware, e temos em nosso projeto produtos de diferentes fornecedores no qual conseguimos montar uma rede”, analisou ela.

Falando sobre a experiência da Red Hat como fornecedora de tecnologias que viabilizem a solução, Livio Silva comentou que o Open RAN, apesar de ainda não ter avançado tanto, segue em desenvolvimento.

“O Open RAN não ficou para trás. É um trabalho que precisa de um certo nível de maturidade, pois é um ecossistema onde todos que formam parte tem que trabalhar em conjunto para que todas essas soluções de Open RAN tenham o nível de atuação que as soluções que já existem têm”, disse ele.

Maturidade do sistema e colaborações entre empresas para o avanço do Open RAN

Na sequência foi a vez de Roberto Corrêa, da Intel, apresentar sua opinião sobre esse caminho para a viabilização do Open RAN. Ele exemplifica:

“Quando a gente traz pro mercado o Open RAN, você apresenta uma discussão que é mais ampla e que envolve perguntas que antes não se fazia: quem vai integrar para mim, e quem vai dar o suporte? Como fica o ciclo dessa solução ao longo de três, cinco anos ou mais?”, ponderou.

Ralf Souza, da Amdocs, destacou a jornada que a empresa que representa tem traçado sobre o sistema, relembrando que a tecnologia começou a ser considerada na companhia já em 2016, com a empresa integrando o Open Ran Alliance.

Para ele, o modelo representa uma quebra de paradigmas, o que demandará também uma nova mentalidade. Ele comenta:

“A gente via no passado uma única empresa fornecendo fim a fim, e hoje como foi mencionado temos diversas empresas participando dessa cadeia com vários testes, integrações, e é preciso ter um amadurecimento para chegar nesse ponto.”

Souza complementa: “Essa mudança acabou demorando para acontecer, mas tivemos também a questão da pandemia, o que acabou atrasando em dois anos, e hoje as operadoras estão investindo no 5G. Mas vemos isso como uma evolução, passando então até chegar no Open RAN efetivamente implementado.”

De forma semelhante, Andres Madero, da Infinera, explicou que a adoção e desenvolvimento da tecnologia necessita de maturidade, o que novamente passa pela colaboração entre diferentes empresas.

“Se você me perguntasse cinco anos atrás, eu não imaginaria estar em um papel com tantas pessoas falando sobre o Open RAN. Quando falamos da virtualização das redes, o primeiro pensamento que pode vir é: ‘vamos sair do negócio, pois trabalhamos com equipamentos’, mas se você olhar de forma aprofundada, há uma maneira distinta de que qualquer coisa aberta acontece, que é a cooperação, e é exatamente isso que o Open RAN é”, afirmou ele.

Souza acrescenta: “Na perspectiva da Infinera, nós temos que construir as estradas para que todos possam construir o Open RAN. Temos que entender a tecnologia que está sendo criada para que possamos criar esse sistema. Nós seguimos no negócio, já que nem tudo poderá ser virtualizado. E a cooperação entre empresas privadas é complexa, você tem desafios e inovações em um ritmo muito acelerado.”

Open RAN na prática: a iniciativa do Itaú com o InovaHC

Citando o caso da parceria entre o Itaú com InovaHC, do Hospital das Clínicas, Marco Bego comentou que a iniciativa do uso de Open RAN com o 5G permitiu o desenvolvimento da solução de exames de ultrassom remotos. Ele explica:

“O uso do ultrassom foi focado exatamente nisso, em ter um impacto social como na região Norte, onde apenas 4% das gestantes faziam o acompanhamento pré-natal.”

Bego continua: “Então queríamos provar que era possível fazer em tempo real de forma remota, com o médico acompanhando e só um operador na parte técnica, e essa foi a possibilidade que encontramos com um novo serviço no uso do 5G, que na nossa opinião é a primeira de muitas tecnologias que podem ser habilitadas.”

Complementando esta visão e apresentando a trajetória do Itaú no uso do Open RAN, Augusto Nellesen destacou que a iniciativa surgiu na pandemia, quando o banco buscou formas de reforçar suas ações sociais com uso da tecnologia.

“Quando entendemos o que é o Open RAN, percebemos que não é um jogo de um só. Como tudo o que é Open, há muitos desafios entre o Open Finance e o Open RAN. E a gente viu dentro dessa oportunidade que não é um projeto para estarmos sozinhos. Então entramos para ajudar com o social, e aprendemos o que dava para fazer para os nossos 66 milhões de clientes”, analisou.

Ainda de acordo com Nellesen, o sistema seguirá se desenvolvendo com essas colaborações, mirando especialmente em soluções para a população.

“O Open RAN não é só sobre a tecnologia, mas sobre o problema que ela resolve. Nesse caso era o de oferecer o acesso do especialista para a pessoa que tem a necessidade. Conforme escalamos o nosso nível de aprendizado aumentou, hoje temos muitos produtos do Itaú inspirados pelo Open RAN, e queremos estar juntos, em especial nessas ações de caráter social”, concluiu ele.

Continue se informando! Confira a matéria O papel do neutral hosts nas redes neutras!

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