- A crise da conectividade pública em ambientes críticos
- Tecnologia sob medida: redes privadas como habilitadoras do negócio
- 4G e 5G: aliados e não concorrentes
- Planejamento de arquitetura e continuidade operacional
- Edge Computing como diferencial de performance
- Cibersegurança embarcada: prevenção desde a origem
- ROI, justificativa estratégica e escalabilidade
- O novo papel do executivo de tecnologia
- Colaboração em ecossistema para acelerar a inovação
- O futuro é da missão crítica digital
A evolução das redes móveis privadas deixou de ser uma tendência para se consolidar como um pilar essencial nas estratégias de digitalização das empresas brasileiras. O Futurecom Connect trouxe à tona uma discussão fundamental sobre como essa tecnologia está viabilizando aplicações de missão crítica, especialmente nos setores de energia, mineração, agroindústria e indústria 4.0.
Com a participação de Alexandre Vallejo, da Nokia, e Leandro Galante, da NEC, o debate revelou como as redes móveis privadas se tornaram um elemento estratégico, superando as limitações das redes públicas e respondendo às necessidades por segurança, escalabilidade e controle total.
A crise da conectividade pública em ambientes críticos
Em operações de missão crítica, como minas, usinas ou plantações de grande escala, a rede pública raramente consegue garantir previsibilidade e desempenho. Leandro comparou: “É como comprar roupa pronta, enquanto a rede móvel privada é feita sob medida”.
O caso real relatado por ele, de uma operação industrial impactada pela sobrecarga da rede pública, ilustra bem o risco. A ausência de QoS, o acesso isonômico e a impossibilidade de gerenciar o tráfego tornaram inviável a continuidade operacional. A solução foi clara: migrar para uma rede privada sob total controle da empresa.
Tecnologia sob medida: redes privadas como habilitadoras do negócio
Para Alexandre, o ponto crítico é compreender que a conectividade é hoje uma camada habilitadora do negócio. Em uma mineradora, por exemplo, o foco é extrair minério com segurança e eficiência, não gerenciar uma infraestrutura de telecom. “Nosso papel é trazer a tecnologia certa para resolver o problema real”, destacou.
Nesse contexto, a rede móvel privada deixa de ser uma solução de TI e passa a ser infraestrutura estratégica. O mesmo se aplica ao setor de energia, onde a cobertura de territórios extensos e a conformidade com regulações exigem redes robustas, resilientes e sob governança local.
4G e 5G: aliados e não concorrentes
A discussão entre 4G e 5G foi desconstruída no episódio. Leandro trouxe um ponto fundamental: “O 5G tem um marketing muito forte, mas nem sempre é o que a empresa precisa”. Segundo ele, a maioria das aplicações industriais funcionam muito bem com 4G privado, com menor custo e maior cobertura.

Alexandre reforçou a visão: “O 4G é maduro, estável e cobre com eficiência ambientes industriais e de campo. O 5G entra onde a latência ultra baixa e o alto throughput são imprescindíveis”. A estratégia sugerida é de coexistência: 4G como base ampla, 5G em pontos específicos e críticos.
Planejamento de arquitetura e continuidade operacional
Planejar uma rede móvel privada não é apenas instalar antenas. É preciso pensar em redundância, topologia e escalabilidade. Leandro alertou: “Energia é o mais subestimado dos elementos. Alimentação redundante é essencial em caixas críticas”.
A resiliência também passa pelo planejamento de RF. Em missão crítica, cada ponto da rede precisa ter uma área de backup. É o tipo de engenharia que garante continuidade, mesmo diante de falhas pontuais.
Alexandre citou a evolução no setor de energia: com espectro sub-GHz e topologias simplificadas, hoje é possível cobrir municípios inteiros com baixa infraestrutura, viabilizando smart grids, segurança em campo e monitoramento em tempo real.
Edge Computing como diferencial de performance
A necessidade de Edge Computing foi unanimidade. Aplicações como videomonitoramento, despacho logístico e controle de maquinário exigem processamento local para reduzir latência e aliviar o tráfego da rede.
Leandro exemplificou com tratores equipados com mapas offline e decisão embarcada. “É a forma mais inteligente de manter a operação mesmo com falhas momentâneas de conexão”.
Cibersegurança embarcada: prevenção desde a origem
A evolução dos ataques exige uma postura proativa. Segundo os especialistas, redes privadas já saem na frente por exigirem presença física, uso de SIM card e autenticação segura.
Alexandre compartilhou que a Nokia já embarca funções de cibersegurança nativamente, como no NDAC, que protege o core e os dados na borda. O desafio, segundo Leandro, é garantir que os protocolos de segurança sejam mantidos mesmo conforme a rede vai sendo expandida.
ROI, justificativa estratégica e escalabilidade
Justificar o investimento é um dos principais desafios dos CIOs. A rede móvel privada pode parecer cara no início, mas os especialistas foram unânimes: o retorno sobre investimento vem rápido com ganho operacional, segurança e redução de opex.
Leandro sugeriu iniciar com uma unidade piloto. Uma vez validada, a arquitetura deve ser preparada para escala em múltiplos sites, considerando recursos locais, conectividade e espectro.
O novo papel do executivo de tecnologia
Hoje, o líder de TI precisa ser muito mais que um gestor de infraestrutura. Precisa entender do negócio, falar a linguagem dos decisores e construir pontes entre TI, TO e diretoria.
Alexandre destacou a importância de montar equipes multidisciplinares e buscar parceiros estratégicos. Leandro reforçou o papel da IA, conteinerização e cloud no novo perfil do CIO.
Colaboração em ecossistema para acelerar a inovação
Um dos pontos altos do Futurecom Connect foi a defesa de um modelo colaborativo entre fornecedores, integradores, operadoras e clientes. “Nenhuma empresa tem a solução completa. Trabalhar em ecossistema é essencial”, afirmou Leandro.
Alexandre encerrou com uma visão ampla: “O sucesso dessas redes não é só nosso. É do mercado inteiro. Quanto mais casos de uso, mais maturidade, mais valor gerado”.
O futuro é da missão critica digital
Nos próximos três a cinco anos, o Brasil deve vivenciar uma verdadeira transformação com a adoção massiva de redes móveis privadas. Seja em minas autônomas, fazendas conectadas ou plantas industriais com operação remota, essa infraestrutura se mostra fundamental para a competitividade.
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