No segundo episódio do podcast Futurecom Connect foi abordado um dos temas mais urgentes e estratégicos da atualidade: o impacto da inteligência artificial (IA) na cibersegurança. Com a participação de Ana Cerqueira, CRO da ZenoX AI e presidente da WOMCY, e Alexandre Del Rey, fundador da I2AI, o episódio trouxe uma análise aprofundada sobre como a IA está revolucionando a proteção digital, os desafios enfrentados pelas empresas e o papel da capacitação de profissionais para fortalecer a segurança cibernética.
- IA e Cibersegurança
- Os Maiores Desafios para Empresas na Implementação da IA
- O Papel da IA na Defesa Contra Ciberataques
- Ameaças Baseadas em IA
- IA na Cibersegurança
IA e Cibersegurança
A evolução das ameaças cibernéticas tem exigido respostas cada vez mais ágeis e eficazes por parte das empresas. No episódio, Ana Cerqueira destacou que setores como o financeiro e a saúde lideram a adoção da IA para segurança digital.
“O setor financeiro exige respostas em tempo real para incidentes, devido à alta regulação e ao risco de fraudes. Já o setor de saúde precisa proteger informações extremamente sensíveis e garantir a integridade dos dados dos pacientes“, explicou a executiva.
Essa tendência se intensifica à medida que cibercriminosos utilizam IA para criar ataques cada vez mais sofisticados, incluindo deepfakes, phishing avançado e ransomware. Para Alexandre Del Rey, o grande diferencial da IA defensiva é sua capacidade de detectar padrões anômalos e antecipar ameaças antes que se concretizem.
“A IA permite analisar um volume gigantesco de dados e identificar padrões suspeitos que um profissional humano levaria muito mais tempo para perceber. Essa rapidez na resposta é crucial para evitar ataques devastadores“, comentou Del Rey.
Os Maiores Desafios para Empresas na Implementação da IA
Apesar dos avanços tecnológicos, a adoção da inteligência artificial na cibersegurança ainda enfrenta desafios significativos. Entre os principais obstáculos discutidos no episódio, destacam-se:
1. Falta de Profissionais Qualificados
A carência de profissionais capacitados para atuar na área de segurança digital tem sido um entrave global. Ana Cerqueira trouxe números alarmantes:
“Estamos falando de um gap de 4,1 milhões de profissionais em cibersegurança no mundo. Isso significa que há uma grande oportunidade de capacitação e inclusão, especialmente para mulheres e profissionais em transição de carreira“, afirmou.
2. Cultura Organizacional e Resistência à Mudança
Muitas empresas ainda subestimam os riscos cibernéticos, adotando a mentalidade de que “isso nunca vai acontecer comigo“. Esse pensamento pode ser extremamente perigoso, já que ataques digitais afetam organizações de todos os tamanhos.
“As empresas precisam entender que cibersegurança não é apenas um problema da TI, mas sim uma pauta estratégica de toda a organização. Quando isso não é levado a sério, as consequências podem ser devastadoras“, alertou Ana.
3. Orçamento Limitado para Investimentos em Segurança
Outro desafio apontado foi o orçamento reduzido para segurança cibernética, especialmente em empresas de médio e pequeno porte.
“O custo médio de um ataque cibernético para uma empresa é de US$ 4,2 milhões. Esse valor poderia ser investido preventivamente para evitar prejuízos ainda maiores“, destacou Alexandre Del Rey.
O Papel da IA na Defesa Contra Ciberataques
A inteligência artificial tem se mostrado essencial para fortalecer a cibersegurança corporativa, ajudando a:
- Detectar ameaças em tempo real por meio de análises preditivas.
- Automatizar respostas para conter ataques rapidamente.
- Reduzir falsos positivos, otimizando a eficiência das equipes de segurança.
- Proteger dados sensíveis com sistemas avançados de criptografia e autenticação.
Alexandre Del Rey reforçou que, com a crescente digitalização das empresas, “a IA não é mais um diferencial, mas sim uma necessidade para quem deseja manter sua empresa segura no cenário atual“.
Ameaças Baseadas em IA
Uma das principais preocupações levantadas no episódio foi o uso da IA por cibercriminosos para aprimorar suas técnicas de ataque. Alexandre Del Rey mencionou um caso alarmante que ocorreu recentemente na Coreia do Sul:
“Uma empresa realizou uma reunião virtual onde 15 pessoas estavam na sala. No entanto, 14 delas eram avatares digitais criados com voz e imagem de colegas de trabalho. Esses avatares convenceram um único funcionário real a fazer transferências financeiras, mostrando o nível de sofisticação dos golpes atuais“.
Essa nova realidade exige que as empresas invistam não apenas em tecnologia de defesa, mas também em treinamento contínuo para conscientização dos funcionários.
“As pessoas são o elo mais fraco da segurança digital. Se não forem devidamente treinadas para identificar ataques sofisticados, toda a estratégia de defesa pode ser comprometida“, alertou Ana.
IA na Cibersegurança
O episódio também trouxe informações sobre tendências futuras para a segurança digital. Ana Cerqueira destacou que a computação quântica deve impactar significativamente a cibersegurança nos próximos anos.
“Ainda há muito a ser explorado, mas a computação quântica pode transformar a forma como a criptografia é feita, criando novas oportunidades e desafios para a segurança digital“, afirmou.
Outros pontos levantados incluem:
- Zero Trust: Empresas adotando um modelo onde nenhum acesso é automaticamente confiável, exigindo verificações constantes.
- IA defensiva vs. IA ofensiva: O futuro da cibersegurança será uma batalha entre IA usada para proteger e IA usada para atacar.
- Maior automação na resposta a incidentes, reduzindo o tempo de detecção e mitigação de ameaças.
A conversa entre Ana Cerqueira e Alexandre Del Rey trouxe insights valiosos sobre os desafios e oportunidades da IA na proteção digital, além de recomendações práticas para quem busca fortalecer sua defesa contra ataques cibernéticos.Para saber mais sobre como a inteligência artificial está revolucionando a cibersegurança, não perca o segundo episódio do Futurecom Connect.