Enquanto o 5G ainda se expande pelo território brasileiro, o país já se movimenta para o próximo grande salto, o 6G. Em um anúncio recente, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelou o cronograma para o edital do leilão do 6G, previsto para outubro de 2026.
Para entender o que está por vir, ouvimos Igor Sigiani, diretor-presidente da Coopercompany, a primeira cooperativa do Brasil especializada em infraestrutura de telecomunicações e tecnologia.
Segundo ele, o 6G promete uma mudança radical na forma como vivemos, trabalhamos e interagimos com máquinas e entre nós.
Quer saber mais? Acompanhe este artigo para ficar por dentro desta inovação!

Saiba mais: Tecnologia 6G: diferenças e aplicações do futuro da internet
O que é o leilão do 6G?
“O leilão do 6G está previsto para outubro de 2026, mas já estamos na fase de consulta pública”, antecipa Sigiani.
A consulta pública será o momento crucial para definir as regras do jogo. Um dos grandes pontos de atenção é a disputa pela faixa de 6 GHz, considerada estratégica para a nova geração de redes móveis.
Segundo o especialista, mesmo com o 5G ainda em processo de expansão e adoção, o setor já tem os olhos voltados para o futuro.
“Essa é uma grande expectativa de todos. A chegada do 6G marca um ponto de inflexão não só tecnológico, mas também político e econômico”, reforça Sigiani.
Veja também: Internet dos sentidos: as promessas do 6G
Expansão obrigatória do 4G e 5G
Um aspecto importante do edital será a exigência de expansão das redes existentes, especialmente nas regiões com menor acesso.
“A expectativa é que o leilão traga como contrapartida a ampliação do 4G e do 5G em áreas remotas, promovendo inclusão digital e conectividade ampla”, explica Sigiani.
Em outras palavras, o 6G não virá apenas como promessa futurista, mas como instrumento de transformação social e territorial.
Leia mais: Futuro Da Internet: 6G, inteligência artificial e previsões
Quais são os impactos do 6G no Brasil?
A chegada do 6G não se resume a mais rapidez. Ela exige uma mudança sistêmica em infraestrutura, dispositivos e competências.
“Teremos novas oportunidades e velocidades incríveis, mas isso virá com forte dependência de investimentos — tanto das operadoras quanto dos usuários finais”, aponta Sigiani.
Segundo ele, o ecossistema inteiro precisará se adaptar. “Para explorar as possibilidades do 6G, será necessário investir em hardware compatível — de smartphones a sensores, passando por relógios inteligentes e outros dispositivos conectados”, detalha o representante da Coopercompany.
Confira: 6G: Estrada para o futuro vai provocar mudanças radicais a partir de 2030
Inteligência artificial, hologramas e decisões em tempo real
Se o 5G nos trouxe a promessa de realidade aumentada e cidades inteligentes, o 6G amplia essa visão para uma era verdadeiramente simbiôntica entre humanos e máquinas, trazendo uma integração nativa com a IA.
“Veremos hologramas, comunicação instantânea e, principalmente, máquinas conversando com máquinas, tomando decisões autônomas por meio da inteligência artificial”, prevê Sigiani.
Com uma velocidade potencial 100 vezes maior que o 5G, o 6G permitirá que redes inteiras funcionem em tempo real, abrindo caminho para aplicações ainda pouco imaginadas.
Isso inclui desde cirurgias remotas ultra precisas até sistemas de transporte autônomo integrados com algoritmos de decisão distribuída.

Entenda: Padrão 6G: a corrida pela liderança
Acesso ao 6G deve se tornar possível somente em 2030
Se tudo correr dentro do previsto, o Brasil verá a implementação do 6G em 2030. Isso não significa que a mudança será imediata. Pelo contrário, será uma transição com muitas etapas — técnicas, políticas e culturais.
“Teremos muito a experienciar: novas propostas tecnológicas com foco no aprimoramento da qualidade e da velocidade das conexões devem surgir a partir desse ponto”, diz Sigiani.
Mais do que apenas uma troca de gerações de rede, o 6G inaugura uma nova lógica de conectividade: onipresente, contínua e responsiva.
O que veremos serão conexões evoluindo para um ecossistema de dados e inteligência artificial.
Quais são os benefícios do 6G para os cidadãos?
Para a população, os ganhos serão percebidos em diversas áreas do cotidiano. Desde saúde e mobilidade até educação e entretenimento, os impactos da hiperconectividade prometem transformar rotinas.
“Será uma nova era na forma com que vivemos e convivemos — seres humanos, máquinas e inteligência artificial”, resume o presidente da Coopercompany.
Imagine videoconferências com hologramas, diagnósticos médicos assistidos por IA em tempo real, cidades que se autorregulam em função do fluxo de dados. Tudo isso está no horizonte do 6G.

O futuro já está em construção com o leilão do 6G
Mesmo que o 6G só comece a operar no fim da década, as decisões que o moldarão já estão sendo tomadas agora.
O edital de leilão de 2026 e sua consulta pública serão marcos decisivos para garantir que essa tecnologia chegue ao Brasil de forma estruturada, democrática e inovadora.
A corrida pelo 6G é também uma corrida por infraestrutura, inclusão e protagonismo tecnológico. E, como destaca Igor Sigiani, o sucesso dessa nova era depende da capacidade de pensar estrategicamente o país conectado que queremos ser.
Para ficar por dentro dos avanços do leilão do 6G e de tudo o que acontece nas áreas de conectividade e inovação tecnológica, continue acompanhando a Digital Futurecom, o canal de conteúdo do evento Futurecom.

Leia mais
- Ranking das maiores operadoras no Brasil
- Quais inteligências artificiais existem além do ChatGPT? Confira outras opções
- Tecnologias para a mineração sustentável
- Cabos submarinos: como a internet atravessa os mares
- 7 aplicações da Inteligência Artificial na Mineração
- O que é network slicing 5G? Veja como funciona, vantagens e aplicações
- Como funciona o blockchain? Entenda as características e aplicações práticas
- O que é computação de alto desempenho (HPC) e como implementar
- Brasil adotará a TV 3.0: entenda o que muda a partir de 2026
- A importância da segurança energética para os data centers
Tags