A internet 5G nem bem chegou para todas as localidades e uma disputa pelo padrão 6G já começou no mercado internacional.
Uma recente reportagem do jornal “O Sul” mostra que, depois da corrida pelo 5G apontar a proeminência dos chineses nos mercados internacionais, os americanos e os japoneses se uniram para fazer frente e dominar as redes 6G.
A expectativa é para que o padrão 6G comece a operar em larga escala a partir do ano 2030.
Para entender sobre esse cenário que se instaura no mercado internacional de tecnologia, conversamos com dois professores e pesquisadores de TI do Senac Santa Catarina: Adriano Polidoro e Wildson Caio Felipe.
Acompanhe a opinião dos especialistas abaixo!
Corrida pela liderança: Estados Unidos, Japão e China na disputa pelo 6G
Polidoro nos explica que a liderança na China pelo padrão 5G acendeu um alerta nos Estados Unidos. Tanto, que os americanos fizeram uma aliança com os japoneses para retomar o protagonismo no meio tecnológico.
“Com o pioneirismo da China na conquista do 5G, fator possibilitado pelos investimentos em pesquisas voltadas para telecomunicações, os Estados Unidos , por meio de suas BigTechs, formaram uma aliança a fim de retomar o papel de líder tecnológico mundial”, diz o professor.
Ele continua: “Essa aliança busca facilitar o caminho nessa retomada da vanguarda tecnológica nas telecomunicações, seja em pesquisas e até mesmo na força à uma política paternalista que visa diminuir a chegada de novas tecnologias na China.”
O especialista ainda explica que: “Como forma de entrar na busca pela principal tecnologia de telecomunicações nos próximos 10 anos, o Japão anunciou no começo deste ano uma parceria com os Estados Unidos, que permitirá a comercialização de tecnologias desenvolvidas aos americanos, incluindo semicondutores, por exemplo, que são primordiais para as redes 6Gs”.
Dificuldades esperadas com a chegada do 6G
Em meio a uma espécie de “Guerra Fria” pela disputa da tecnologia 6G, são observadas dificuldades.
Felipe nos explicou que a acessibilidade é o principal fator que impacta nesse sentido. Ele se aprofunda:
“Apesar de que grande parte da população já possui acesso a um smartphone, nem todos oferecem suporte à tecnologia 5G e, como a tecnologia 6G promete ser até 100 vezes mais rápida que sua antecessora, será necessário um aparelho melhor também para acompanhar esse grande salto de performance. Tal fator contribui para a falta de entendimento sobre a tecnologia”.
Felipe também observa que, segundo uma pesquisa realizada pela IDC Latin America, somente 36% dos entrevistados conhecem bem a tecnologia 5G, algo que provavelmente se repetirá com a chegada do 6G, em 2030.
Como outras dificuldades foram resolvidas?
Problemas com novas tecnologias de telecomunicações não é algo novo para os especialistas. Quando o 3G surgiu, algo parecido foi enfrentado.
“Um dos principais problemas da tecnologia 3G, no início de sua implantação, eram as altas tarifas e sua instabilidade. Isso ocorria pois, na época, o País não apresentava infraestrutura suficiente para o grande número de demandas que eram solicitadas. Após muitas reclamações, as empresas de telefonia investiram em mais torres, e isso reduziu bastante o valor da tarifa”, comenta Felipe.
Ou seja, no entender do docente, novamente deverá ser feito um grande investimento por parte das operadoras de telefonia, para que possamos usufruir das tecnologias 5G e 6G.
O 6G será um dos tema abordados no congresso e por expositores do Futurecom 2022, de 18 a 20 de Outubro no São Paulo Expo. Garanta já o seu ingresso!