As empresas concessionárias de energia elétrica praticam o compartilhamento de postes, mediante aluguel, com outras empresas prestadoras de serviços – de telefonia, internet, etc – que penduram seus fios e equipamentos para fazer seus sinais chegarem às casas das pessoas.
Tal prática contribui para a universalização da infraestrutura, inclusive para que os serviços básicos cheguem às áreas mais remotas.
Engenheiro civil e doutor em Ciência dos Materiais, Marcos Crivelaro conversou conosco sobre o tema. Atualmente, ele é professor no Centro Universitário FIAP, onde já conduziu pesquisas sobre assunto. Acompanhe!
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Projeto de compartilhamento de postes: entenda como funciona
No entendimento de Crivelaro, para ampliar a cobertura e atender a um maior número de domicílios, as prestadoras de energia dependem, em muitas situações, de pontos de fixação nos postes que compõem a rede elétrica.
De acordo com o professor, o compartilhamento dessa infraestrutura envolve aspectos técnicos e comerciais. De tal forma, eventualmente, as prestadoras e distribuidoras de energia podem não chegar a um acordo sobre alguns desses aspectos.
Sobre os projetos de compartilhamento de postes, Crivelaro diz:
“Ter um planejamento organizado é imprescindível, antes e depois do processo de instalação da rede. O mapeamento detalhado e preciso facilita o trabalho dos técnicos, poupa tempo e recursos do provedor, e é fundamental na hora de qualquer manutenção”.
Além disso, na visão do professor, os processos bem documentados fazem com que os problemas sejam facilmente resolvidos, inclusive a prestação de contas aos órgãos fiscalizadores.
A importância do compartilhamento da infraestrutura do sistema elétrico e de telecomunicações
Para Crivelaro, o compartilhamento de infraestruturas compreende a cessão, para terceiros, de ativos utilizados na prestação de serviços de utilidade pública.
O processo tem por finalidade a busca por maior eficiência na alocação de recursos escassos, essenciais à prestação de serviços, e otimização de custos com investimentos e operação.
“Alguns tipos de compartilhamentos que possibilitam, por exemplo, a entrada de novos competidores ou a separação funcional e estrutural das redes podem também facilitar a promoção de infraestruturas de acesso e o avanço da competição”, pontua o engenheiro.
Ele continua: “Esses arranjos são, usualmente, precedidos de um amparo regulatório e oferecem particular benefício a mercados emergentes.”
Tendências para o futuro do compartilhamento de postes
Perguntamos a Crivelaro quais são as principais tendências sobre o compartilhamento de postes no futuro.
Segundo o professor, nos próximos anos, o processo assumirá grande relevância, tendo em vista que serão necessários utilizar sensores para a manutenção das smart cities.
Nesse sentido, ele opina: “A fixação de preço vai reduzir os conflitos e garantir tratamento isonômico com estabilidade. A oferta de referência deve ser disponibilizada nos sites das agências e da própria distribuidora.”
Case: IPEA faz benchmarking sobre o compartilhamento de postes
Para facilitar ilustrar os benefícios do compartilhamento de postes, Crivelaro citou um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
Com o intuito de diagnosticar os problemas que levam aos conflitos entre os setores de distribuição de energia elétrica e telecomunicações no que tange ao compartilhamento de postes, os pesquisadores do IPEA realizaram um benchmarking internacional para entender o compartilhamento de postes no mundo.
A pesquisa, entre outras coisas, concluiu que as principais mudanças estruturais e regulatórias apresentadas no momento são: o enterramento de vias aéreas; a criação de uma entidade administradora e a constituição de uma empresa para gerenciar o compartilhamento
Se você gostou deste artigo, acesse também nosso texto sobre a importância da eficiência energética nas cidades inteligentes. Boa leitura!]
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