Começou nesta segunda-feira a segunda edição do Futurecom Digital Week no formato online, que trouxe este ano uma grande tendência do momento: o metaverso, tecnologia que está revolucionado as big techs e com ampla perspectiva de utilização em outras áreas de negócios. A primeira experiência que marcou o lançamento do Metaverso 1.0 Futurecom foi a palestra da futurista americana, Amy Webb, autora de “Os nove titãs da IA”. Em sinergia com o tema do evento “Think The Future, Think Ahead”, a futurista falou sobre tecnologias emergentes e o que as pessoas devem esperar para 2030.
Hermano Pinto, Diretor da Futurecom, inicia o painel com o discurso: “É com grande alegria que mais uma vez estou aqui recepcionando vocês no Futurecom. O Futurecom é um evento com mais de 20 anos de inovação e tecnologia. Em uma jornada muito intensa e maravilhosa que iniciamos lá atrás em Foz do Iguaçu, passamos por Floripa, viemos para São Paulo, passamos pelo Rio, e agora estamos onde? No Metaverso Futurecom. Uma experiência imersiva e de grandes aplicações que vocês vão enxergar em diversas ilhas: ilha do agronegócio, ilha da indústria, a ilha da inclusão digital e a ilha das cidades inteligentes.”Hermano Pinto, Diretor da Futurecom, inicia o painel com o discurso: “É com grande alegria que mais uma vez estou aqui recepcionando vocês no Futurecom. O Futurecom é um evento com mais de 20 anos de inovação e tecnologia. Em uma jornada muito intensa e maravilhosa que iniciamos lá atrás em Foz do Iguaçu, passamos por Floripa, viemos para São Paulo, passamos pelo Rio, e agora estamos onde? No Metaverso Futurecom. Uma experiência imersiva e de grandes aplicações que vocês vão enxergar em diversas ilhas: ilha do agronegócio, ilha da indústria, a ilha da inclusão digital e a ilha das cidades inteligentes.
Hermano convida a Amy Webb, que se apresenta como uma futurista quantitativa, desenvolvedora de uma metodologia de previsão para encontrar sinais de mudança e impactos de grande ordem. Também é fundadora do Future Today Institute, uma organização movida por dados e liderada por tecnologia.
Para Amy Webb, as tendências não são moda, mas mudanças a longo prazo, que resultam da intersecção entre forças e sinais de mudança, conforme metodologia de previsão desenvolvida pelo Future Today Institute, organização movida por dados e liderada pela tecnologia. Como numa máquina do tempo, a futurista conduziu os participantes ao ano de 1998, quando era comum a utilização de minidiscos, leitores de DVDs, laptops de 8 kg e câmeras fotográficas tradicionais. “Imagine se naquela época alguém dissesse que em dez anos você teria tudo isso em único computador, bem pequeno, que cabe dentro do seu bolso? Talvez as pessoas achassem loucura, mas é o que vivenciamos com os smartphones. E daqui dez anos? E se o computador do futuro for seu próprio corpo?”, questiona Amy em sua apresentação.
Fim dos smartphones
Segundo a futurista, os smartphones vão desaparecer nos próximos dez anos. “É o começo do fim”, diz ela, ao mencionar que o crescimento de celulares já tinha atingido um platô nos Estados Unidos e na Europa Ocidental e que, atualmente, já se começa a perceber o mesmo padrão em mercados emergentes, como o Brasil.
“Nos próximos anos, a infraestrutura de comunicação do Brasil provavelmente será atualizada, e isso quer dizer que terá conexões mais rápidas e estáveis em mais lugares.” Por isso, a compra dos brasileiros não será de novos aparelhos de celular, e sim de aparelhos que se vestem, conhecidos como wearables.; Amy acredita que teremos uma constelação de aparelhos futuristas que fazem várias funções interativas, e todos esses aparelhos irão compor a próxima tendência.
Eu das coisas
O Eu das coisas consiste em aparelhos inteligentes que captam dados, conectam-se à rede e otimizam a vida das pessoas. Esses aparelhos serão vestidos, embutidos ou carregados pelo corpo humano. Por exemplo, óculos, anéis e fones, que por um tempo estarão conectados ao celular, mas eventualmente precisarão apenas de acesso ao 5G e à nuvem. “Há vários smart glasses chegando no mercado nos próximos 18 meses e algumas funções serão colocadas na visão, como a realidade aumentada”, anuncia a futurista.
As pulseiras são capazes de detectar emoções e níveis de stress, anéis medem os níveis de oxigênio no sangue, fones de ouvido sentem a temperatura, e diversos outros aparelhos serão capazes de correlacionar dados biométricos e nosso comportamento no mundo.
Lar das coisas
Além das novas tecnologias de vestimenta, as casas também terão seus aparelhos inteligentes. Por exemplo, as tecnologias de sono: colchões e cobertores com controle de temperatura, e robôs do sono que imitam o batimento cardíaco de um corpo quente.
Amy também discorre sobre vasos sanitários inteligentes, com todos os tipos de sensores. “É uma contradição bem interessante. Quando vemos contradições no mercado, futuristas sempre prestam atenção.” Os sistemas têm a capacidade de captar e refinar dados para determinar o nível de açúcar no sangue, identificar problemas de próstata ou constatar um intestino saudável.
Os dados captados pelas tecnologias do Lar das coisas e os aparelhos do Eu das coisas formam uma rede de informações que fazem parte da biometria comportamental.
Biometria comportamental
Os dados comportamentais captados pelos equipamentos inteligentes são usados para tentar entender “quem somos nós”. A inteligência artificial e machine learning ajudam a encontrar anomalias na linha da base que identifique cada um, dados que podem ser usados como autenticadores de segurança.
A biometria comportamental também pode ser uma impulsionadora de comportamentos saudáveis. Um exemplo disso são pulseiras que escaneiam o DNA e auxiliam na compra de itens adequados para cada corpo, abrindo até novas possibilidades de marketing.
Internet espacial
“A internet espacial e as redes mesh estão chegando”, alega a futurista. Pequenos satélites podem ser lançados no espaço formando uma rede internet que pode levar conectividade a regiões isoladas. Essa internet espacial pode garantir que os equipamentos inteligentes se conectem uns aos outros, também assegurando o compartilhamento de informações dentro de uma comunidade ou bairro, chamadas de mesh.
“Se a internet espacial começar a deslanchar nos próximos anos, ela permitirá que o Brasil se aproveite do Eu das Coisas, Lares inteligentes e todas essas tecnologias com mais rapidez.”
Biologia sintética
Combinação de ciência computacional, engenharia, biologia, química, inteligência artificial, tecnologia de nuvem, 5G e tantas outras inovações, a biologia sintética permite que os cientistas leiam genomas, editem dados genéticos e escrevam um novo código para organismos vivos. De acordo com Amy, no futuro será possível programar pequenos organismos biológicos como se fossem pequenos computadores. Um exemplo de biologia sintética são as vacinas de Covid-19 desenvolvidas com RNA mensageiro.
Amy Webb complementa, “Se me perguntarem qual a tecnologia mais importante da próxima década ou século, vou dizer que é a biologia, pois agora ela está integrada com inteligência artificial, plataformas de tecnologia e outras áreas high techs que tendemos a prestar atenção.”
Cenários para 2030
A partir das tecnologias apontadas como tendência, a futurista diz que é a chance de ter cenários otimistas e catastróficos é de 50% para cada um. No pior dos cenários, os indivíduos se tornarão prisioneiros dos próprios dados que estão gerando. “Se a pessoa entrar no supermercado e a pulseira que lê o DNA indicar que não pode comer bolo de laranja, o supermercado não poderá concretizar a compra”. Já no cenário otimista, chamado de transformador, a tecnologia poderá compreender que você deve evitar doce, mas que teve um dia estressante e que pode se dar o direito de comer o que quiser. “Você é dono de seus dados e usa como achar melhor”, complementa.
Tecnologias fundadoras
Segundo Amy, para moldar o futuro transformador, é preciso pensar nos impactos das tecnologias fundadoras sob a lente de todas as áreas da sociedade. Entre as tecnologias fundadoras estão a inteligência artificial, tecnologia de nuvem, 5G e a internet das coisas, que embasam todas as tendências descritas pela futurista.
“O futuro não é algo que só acontece, é o resultado de decisões que tomamos todos os dias, e o planejamento por trás dessas decisões”, finaliza a futurista.
No encerramento de sua palestra, Amy Webb deu um conselho: “É preciso ensaiar o futuro, buscar sinais de mudança, pois o futuro é resultado das decisões. É hora de pensar como uma futurista, se abrir para mudanças e buscar futuros alternativos”, finaliza.
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