A segurança cibernética tornou-se uma preocupação global para as empresas de todos os setores.

Não é para menos, considerando que os ataques cibernéticos estão cada vez mais sofisticados e ameaçando a infraestrutura crítica e de bilhões de usuários. 

Dentro desse contexto, a inteligência artificial (IA) surge como uma espada de dois gumes, oferecendo tanto soluções promissoras quanto apresentando novos desafios. 

Cristiano Breder, Sr. Account Executive – Cybersecurity, da Motorola Solutions, conversou conosco sobre esse tema. 

Ele comentou o papel da IA na segurança cibernética, delineando tanto as oportunidades quanto os perigos que essa tecnologia apresenta. Veja a seguir!

Desafios da segurança cibernética com o avanço da IA

Breder destaca que “os ataques cibernéticos estão se tornando cada vez mais sofisticados, explorando até as menores falhas de segurança.” 

Ele menciona que, de acordo com o último Relatório de Risco Global 2024, do Fórum Econômico Mundial, a falta de segurança cibernética é classificada como o quarto maior risco para a humanidade nos próximos dois anos. 

Isso sublinha a necessidade urgente de abordagens inovadoras em segurança cibernética, onde a IA desempenha um papel fundamental.

“A utilização da inteligência artificial para melhorar as ferramentas de detecção, proteção e resposta a ameaças cibernéticas é uma tendência fundamental”, afirma Breder. 

No entanto, ele adverte sobre a capacidade dos adversários de usar a mesma tecnologia para fins maliciosos. Isso torna a guerra cibernética uma ameaça constante e evolutiva.

A IA como solução para os desafios de segurança cibernética

Breder explica como a IA pode ser empregada para fortalecer a segurança cibernética, destacando a sua capacidade de “melhorar a tomada de decisões ao fornecer insights abrangentes e baseados em dados” .

A automação inteligente, uma das principais vantagens da IA, permite uma resposta mais rápida e eficiente às ameaças. Dessa forma, libera especialistas de segurança para se concentrarem em tarefas mais complexas.

Segundo Breder, a IA também reduz significativamente o tempo gasto pelos gestores de segurança na separação de falsos positivos de ameaças reais.

“Ao analisar padrões e comportamentos, você pode identificar ameaças genuínas com mais precisão, economizando tempo e recursos”, declara o executivo da Motorola.

O especialista também afirma que: “A automação inteligente fornecida pela IA permite uma resposta ágil a incidentes de segurança, minimizando o impacto dos ataques e reduzindo o tempo de inatividade”.

Ao abordar os casos de uso da IA na segurança cibernética, Breder aponta para a eficácia da tecnologia na gestão de alertas de segurança. 

“Numa organização, são utilizados vários dispositivos e plataformas, gerando milhares de alertas diariamente”, explica ele.

Sendo assim, a IA ajuda a filtrá-los, separando as verdadeiras ameaças de comportamentos incomuns, mas legítimos. Assim, aumenta-se a eficiência dos analistas de segurança.

Ética e uso responsável da IA

Quando questionado sobre como garantir que a IA seja usada para o bem, Breder enfatiza a importância da ética no desenvolvimento e utilização da tecnologia. 

“É imperativo que a IA seja desenvolvida e utilizada de forma ética, considerando aspectos como privacidade, segurança, transparência e justiça”, afirma. 

Ele adverte sobre os riscos de a IA ser usada para desenvolver malwares sofisticados, realizar ataques de phishing personalizados e automatizar a descoberta de vulnerabilidades.

A conversa que tivemos com Cristiano Breder lança luz sobre a complexidade da segurança cibernética na era da IA, destacando desafios e soluções.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital, fica claro que o equilíbrio entre inovação e ética será crucial.

Somente assim poderemos garantir que a IA sirva ao bem comum, protegendo as infraestruturas críticas e informações pessoais contra ameaças sofisticadas.

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