Não foram poucas as novas formas de pagamento que vimos surgir nos últimos anos, e engana-se quem pensa que as novidades param por aí. Em tempos de revoluções constantes no setor financeiro, estar conectado com as tendências dos meios de pagamento na era digital para o futuro é vital para quem quer sobreviver.
O tema foi abordado na palestra de abertura do Futurecom Payment, realizada nesta terça-feira, dia 18, no Futurecom 2022, que acontece até 20 de outubro no São Paulo Expo. Conduzida por Eduardo Abreu, VP de Novos Negócios da Visa do Brasil, a palestra buscou abordar pontos dessa constante transformação.
“A melhor forma de prever o futuro é criando esse futuro em conjunto, de forma colaborativa, trazendo mais participantes sempre que estivermos falando sobre o que está sendo construído”, refletiu Abreu no início de sua fala.
Possibilidades de futuro: possível, plausível e provável
O especialista comentou que existem três possibilidades de futuro, e que cabe às instituições estarem conectadas a essas opções que se desenham.
“Gostamos de falar do futuro em três segmentos: o primeiro é o futuro possível, o que poderia acontecer. O segundo é o futuro plausível, o que pode acontecer. E o terceiro é o futuro provável, o que deve acontecer”, analisou ele.
Abreu atentou para a necessidade de se olhar não só para as mudanças tecnológicas nos meios de pagamento que estão ocorrendo agora, mas como para o que irá ser a realidade na próxima década.
“Nós, como organizações, como vamos descobrir as experiências e serviços que os clientes vão querer consumir em dez anos? Quais são as dores que irão aparecer? E quais soluções que vão aparecer, o que chamamos de solução invisível, que já temos que começar a desenhar?”, questionou.
Os três pilares para o futuro dos meios de pagamento
Falando sobre a atuação da Visa do Brasil, o palestrante apontou que a gigante do setor costuma dividir sua abordagem de atuação em três pontos. Ele explica:
“Nós dividimos isso em três pilares: falar em pessoas, obviamente; no comércio, que está super intrínseco com nosso negócio; e no dinheiro, que é a forma de realizar os desejos do nosso consumidor.”
Prosseguindo em seu raciocínio, Eduardo Abreu relembrou o crescimento que a pandemia da Covid-19 trouxe para o uso de métodos digitais, o que deverá se intensificar cada vez mais com o avanço do metaverso e demais tecnologias.
“Os preços dos imóveis dentro do metaverso cresceram 700% em 2021. A gente não está vendo um movimento de tendência, mas sim um movimento que está acontecendo, com marcas investimento no metaverso para se posicionar”, disse.
O uso do celular como substituto da carteira física
Ao longo da palestra, o VP de Novos Negócios da Visa citou o livro “Enchanted Objetcs”, de David Rose, do MIT, que destaca os superpoderes que a tecnologia confere aos humanos como uma forma de revolução.
Segundo ele, tais mudanças já são visíveis na forma como usamos o celular, já que, através do dispositivo é possível carregar documentos, realizar pagamentos e acessar variados serviços, tornando até mesmo a carteira física obsoleta.
“Hoje você pode até sair de casa sem a carteira, mas não sem o celular. E pensando em plataformas temos o Google Home, Alexa, Apple Watch, então temos uma experiência muito mais interativa que facilitou a nossa vida”, comentou.
Produtos e serviços para os consumidores da nova geração
Falando sobre as mudanças de comportamento que também estão em voga, o representante da Visa abordou o exemplo do consumidor consciente, que hoje tem uma olhar muito mais apurado para onde quer investir seu dinheiro.
“Uma outra tendência é o consumidor consciente, de se preocupar com o que está preocupando, qual é a natureza do serviço e do produto que ele está adquirindo. Isso não tem mais como voltar atrás”, apontou.
“A gente tem o exemplo da Unilever, cujas marcas cresceram 69% mais que as tradicionais, que são as marcas com propósito, que tem soluções sustentáveis. Nós temos que estar cada vez mais atentos a como adequar nossos produtos e serviços para essa geração”, complementou Abreu.
O palestrante aproveitou ainda para falar sobre como hoje vivemos em uma realidade Omni-Tudo, em que os diferentes meios de comunicação e consumo chegam até nós, ao contrário do período em que nós os buscávamos.
“O que impulsiona o comportamento do futuro? A gente fala muito em metaverso, Omni-Tudo, e na verdade o que é a gente diz aqui quando fala em Omni-Tudo? Que a gente não vai mais às compras, e sim as compras vêm pra gente. Estamos a todo momento nos encontrando com oportunidades de compras”, refletiu.
Hábitos de compra dos avatares e tomadas de decisão
Falando sobre os hábitos de compra dos avatares, o executivo da Visa do Brasil analisou como nos comportamos em cada ambiente do metaverso e como as marcas vão se posicionar também.
Segundo ele, é preciso criar experiência digital e física com suas marcas sem esquecer da experiência do cliente. “Nós tomamos 35 mil decisões por dia, e como facilitar a vida nessa tomada de decisão, através da tecnologia?”, perguntou.
Citando o processo de desmaterialização do dinheiro, Abreu destacou a importância do crescimento de tecnologias como as criptomoedas, que, mesmo em um período de turbulência, seguem como uma realidade.
“O Brasil é o sétimo país em utilização de cripto no mundo. Podemos falar que cripto está passando por um inverno, um momento difícil, sim, mas é uma tendência que veio pra ficar. Ela entra como stable coin, como compra de NFTs, etc”, observou.
Identidade digital como realidade para o futuro dos pagamentos
Ainda segundo ele, é possível seguir tendências que já são vistas em alguns países como forma de otimizar os pagamentos.
“Falando de identidade digital, o que vemos como tendência? O futuro digital é uma tendência. A gente tem a cidade de Zug, na Suíça, que é a primeira do mundo a oferecer a todos os cidadãos a possibilidade de ter uma identidade digital, você vira uma carteira. Então eu posso entrar num restaurante, ou em uma loja, e a partir da minha identidade digital eu faço uma compra”, exemplifica.
Abreu utilizou também o já conhecido exemplo do Uber, onde hoje pedimos, usamos o serviço e saímos sem tocar em dinheiro, tudo pelo app.
Já na parte final de sua palestra, o executivo elencou aspectos como a virtualização do dinheiro, os pagamentos vinculados à identidade digital, o uso dados como catalisadores de crescimento, a otimização segmento 1-1, o uso do IoT para EOT e a evolução do comportamento e consumo phygital como pontos de interesse para o futuro próximo do setor financeiro frente aos novos pagamentos.
Soluções da Visa para segurança e integração ao PIX
Ao abrir para perguntas da plateia, Abreu respondeu questões sobre o Open Banking, que, em sua visão, irá permitir a democratização do crédito.
O especialista aproveitou para destacar a importância que o PIX trouxe para o setor financeiro, reiterando que a Visa tem criado soluções que permitem tornar os processos antifraude mais eficientes, identificando padrões de transação que auxiliam os bancos e instituições.
“Muita gente conhece a Visa como uma bandeira, mas ela é muito mais do que isso. Temos muitas ferramentas de segurança, tendo inclusive uma empresa chamada CyberSource que provê esse tipo de solução. E toda transação, quando falamos por exemplo de contacless, ela é tokenizada, passando pelo sistema de psicografar o número e o cartão para que a margem de fraude seja muito pequena”, concluiu.
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