O setor bancário é certamente um dos que mais lucram no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia, apenas em 2015 os cinco maiores bancos brasileiros tiveram lucro líquido de R$ 69 bilhões – 16% a mais do que em 2014.
Contudo, assim como qualquer outro setor da economia, os bancos tradicionais estão precisando “se mexer” para manter esses lucros. Como disse o próprio presidente do Itaú, Roberto Setubal: “Tenho certeza de que precisamos correr”.
Com a popularização das denominadas fintechs, startups que lançam mão da tecnologia para oferecer serviços financeiros melhores e mais baratos, a situação ainda é mais grave. Por contar com tecnologias inovadoras e um modelo de negócio mais enxuto, as fintechs se diferenciam justamente nos “pontos fracos” dos bancos tradicionais: atendimento, usabilidade e tarifas.
Contas digitais: seria essa a solução para os bancos tradicionais?
A entrada dos bancos tradicionais no segmento dos bancos digitais – isso é, bancos cujas operações são realizadas totalmente online por meio do site e aplicativo – é bastante recente no Brasil.
Tudo começou há alguns anos com o desenvolvimento de aplicativos e smartphones que permitiam aos usuários fazer pagamentos diversos, transferências de DOC/TED e consultas mais simples, como saldo e limite do cartão de crédito.
Esses aplicativos na época foram considerados um grande avanço nos serviços bancários brasileiros e os bancos que criaram os melhores aplicativos rapidamente se destacaram no mercado.
Porém, os aplicativos para smartphones resolveram (parcialmente) o problema da usabilidade, alterando muito pouco a forma como os bancos lidavam com o atendimento e, principalmente, os preços elevados das tarefas.
Enquanto isso as fintechs se popularizavam e ganhavam a confiança do público brasileiro, especialmente o mais jovem.
Por isso, em 2010 o Banco Central publicou a Resolução 3.919, que assegura a gratuidade de contas bancárias movimentadas somente por meios eletrônicos: as chamadas contas digitais ou contas eletrônicas.
Hoje, essas contas digitais são disponibilizadas pelos principais bancos do país e dividem a opinião de consumidores em relação à qualidade, principalmente quando são comparadas às fintechs mais populares como Nubank e Banco Neon.
O mercado vai ficar mais competitivo?
O aumento da competitividade do segmento com as contas digitais oferecidas pelos bancos tradicionais, para alguns especialistas, é questionável.
Isso porque muitos argumentam que essas contas digitais não são tratadas como um negócio lucrativo pelos bancos tradicionais. O que acontece, na verdade, é que muitos bancos apenas oferecem essa opção devido à exigência do Banco Central, muitas vezes até “escondendo” essa opção muito mais econômica dos consumidores comuns.
Em outras palavras, ainda é cedo para dizer se os bancos tradicionais irão “bater de frente” com as fintechs em termos de soluções tecnológicas e inovadoras, atendimento diferenciado e tarifas mais baratas (ou inexistentes).
Afinal, bancos tradicionais possuem modelos de negócio bem diferentes de fintechs e uma de suas principais fontes de riqueza são as tarifas que as fintechs fazem questão de eliminar.
Mudanças na relação entre consumidor e banco
Sendo a competitividade maior ou menor, uma coisa é certa: bancos tradicionais terão que repensar drasticamente a forma como lidam com seus consumidores.
Em 2016, por exemplo, o Itaú lançou o aplicativo Abreconta, que permite qualquer pessoa (com RG e CPF) abrir uma conta digital em menos de 30 minutos.
A boa notícia? Seja através do surgimento de novas fintechs ou iniciativas dos bancos tradicionais, quem sai ganhando é sempre o consumidor.
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