Finalizando nossa série especial sobre Mulheres na Tecnologia, tivemos o prazer de conversar com Regina Aguiar Nascimento, gerente de Regulação e Autorregulação na Conexis Brasil.

Nesta entrevista a executiva nos contou mais sobre como foi se especializar na área de Direito Regulatório para Telecomunicações. Ela aponta aspectos importantes de sua trajetória, destacando experiências de vida e situações enfrentadas.

Continue lendo e conheça mais sobre a história de nossa participante, que é mais uma das diversas mulheres que ajudam o setor de tecnologia e telecomunicações a ser mais eficiente, diverso e igualitário!

Quem é Regina Aguiar Nascimento?

“Atualmente sou Gerente de Regulação e Autorregulação na Conexis Brasil Digital que reúne as empresas de telecomunicações e de conectividade do país, onde tenho a oportunidade de debater e participar da discussão de temas sobre tecnologia, telecomunicações e inovação levando minha experiência e conhecimento acumulado ao longo dos anos.

Sou formada em Direito há quase 30 anos e atuo em Direito Regulatório há pelo menos 25, trabalhei em empresas de telecomunicações, em consultorias especializadas em regulação de telecomunicações, e na Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, onde participei da elaboração de regulamentos estruturantes do setor de telecomunicações, e mais recentemente como chefe de gabinete de um dos conselheiros.

Sou membro efetivo da Comissão de Inovação e Tecnologia da OAB/SP onde estamos discutindo inteligência artificial, regulação de plataformas, entre outros temas relevantes para a inovação e disrupção necessárias para conferir maior conectividade ao nosso país.

Sou mãe de duas filhas lindas e talentosas que são meu orgulho, e de onde tiro minha força para enfrentar as batalhas diárias de uma mulher em um setor de maioria masculina. Me reinventei nos últimos anos e continuo me descobrindo todos os dias como profissional e como pessoa. 

Sou cinéfila, bibliófila e escritora nas horas vagas, fiz amigos para a vida toda no setor de telecomunicações, e sou super entusiasmada em tudo que faço.

No futuro quero continuar trilhando esse caminho de nunca parar de aprender e compartilhar o que puder para ajudar a todos com quem convivo, e inovar sempre. Fazer tudo como nunca foi tentado antes!”

Como é o dia de uma gerente de Regulação e Autorregulação na Conexis Brasil?

Meu dia é bastante atribulado, e confesso que prefiro assim! A Conexis possui a missão de representar as empresas de telecomunicações perante os órgãos governamentais e outras entidades, e como gerente de regulação e autorregulação cumpro uma agenda apertada de reuniões diárias, gestão de projetos, elaboração de textos, montagem de estratégias e propostas para o posicionamento setorial.

É contagiante trabalhar com regulação de serviços de telecomunicações porque tenho oportunidade de conhecer um mundo novo de tecnologia e inovação que impacta a vida da sociedade todos os dias de maneira inexorável. 

Afinal, quem não tem um telefone celular sempre à mão para acessar à internet todos os dias, pretende ter!”

Trajetória: o que te levou ao mundo da tecnologia?

“Meu pai é engenheiro aposentado da Telebrás, e quase um polímata, aprendi desde cedo a valorizar o conhecimento que os livros podiam me proporcionar, assim como os filmes também! Aos 8 anos mais ou menos, me lembro de resolver um cubo mágico em 1 minuto e meio, a partir de uma fórmula desenvolvida pelo meu pai.

Comecei minha carreira na Telebrás, como estagiária do Departamento Jurídico quando era necessário ir até os tribunais para conferir o andamento processual diariamente, uma realidade longínqua aos dias de hoje. 

Fiquei grávida aos 17 anos, o que mudou o rumo da minha vida e da minha trajetória, entrei na faculdade com uma filha pequena e engravidei no último semestre, para chegar até aqui foram noites mal dormidas, festas infantis perdidas, decepções e alegrias que completam minhas memórias, arrependimentos, tenho alguns, mas cada minuto valeu a pena.

A tecnologia e a curiosidade sempre fizeram parte da minha vida, pela atuação em regulação desde a privatização do setor de telecomunicações, a evolução foi natural, de estudar a regulamentação de listas telefônicas, sim, eu era dessas, até aqui, discutindo a regulamentação de plataformas e ChatGPT, a advogada deu lugar à advogada regulatória.”

Como você enfrentou e enfrenta os desafios da sua carreira?

“É desafiador ser mulher em um universo de tecnologia e telecomunicações, onde a maioria dos profissionais é homem, há muito preconceito, e diferenças salariais em todos os níveis, e cargos, a minha única resposta sempre foi, e continua sendo uma só: trabalho, muito trabalho! 

Consegui enfrentar e continuo enfrentando todos os dias os questionamentos infundados baseados em preconceitos, mas nunca me deixei abater, e nunca vou deixar, o resultado é muito mais importante do que os obstáculos que aparecem pelo caminho, e de alguma forma auxiliar a levar conectividade às pessoas, significa levar tudo, qualidade de vida, educação, e no fim do dia, é sobre isso.”

Quais qualidades te levaram ao sucesso?

“Acima de todas as que consigo lembrar, a resiliência, por sempre sair fortalecida das mais diversas experiências, também a perseverança, que me ensinou a nunca desistir, a esperança, de que os projetos podem e vão dar sempre certo.

E, finalmente, mas não menos importante, a criatividade, para sempre buscar inovar em tudo que eu faço.”

Se você gostou e quer conhecer outras mulheres inspiradoras do setor, confira também nosso papo com Andrea Mannarino, Diretora de Operações da GlobalHITSS!