O 5G já representa a nova era das telecomunicações, que permitirá aos usuários de todo o mundo muito mais que uma internet mais rápida. Transformará, ainda mais, o cotidiano de milhões de pessoas. Mas será também uma revolução no modo de produção de diversas indústrias. O 5G tem o potencial de reduzir custos e desbloquear novos fluxos de renda em todos os setores da indústria, melhorando os níveis de produtividade em toda a economia global e gerando oportunidades para países que facilitam sua oferta generalizada.

Para tirar proveito de todos os benefícios desta nova onda de progressos tecnológicos, os planos de instalação das redes mundiais de 5G estão sendo tratados com um senso de urgência. Apesar dos investimentos necessários, é esperado que a instalação do 5G seja mais rápida que a do 4G na maioria dos mercados, devido à percepção de retornos econômicos ainda mais substanciosos. De acordo com a GSMA, o 4G demorou cinco anos para atingir 500 milhões de usuários. O 5G deverá demorar somente três anos para atingir o mesmo nível.

E para a implementação desta nova tecnologia, todo um ecossistema é necessário para atender os consumidores. Além das operadoras, que competem entre si, há por detrás delas um mercado de fornecedores de equipamentos de tecnologia de comunicação e informação. Nesse mercado, o segmento relativo à rede de acesso de rádio (RAN), é aquele onde a concorrência se vislumbra mais acirrada. De acordo com a Ovum, três deles se apresentam como os líderes (pela abrangência de seus portfólios e pela sua capacidade de atuar globalmente: a chinesa Huawei, a finlandesa Nokia e a sueca Ericsson. Em termos de market share do mercado de RAN, de acordo com a Dell Oro, as três empresas juntas somam 83% do mercado global.

Muitos países já experimentam a nova era das telecomunicações, como Coreia do Sul, EUA e China, bem como as nações europeias, Grã-Bretanha, Alemanha, Suíça, Irlanda, Finlândia, Espanha, Áustria, Romênia e Itália, além da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Catar e África do Sul.

Para chegar a este número de países já com operação comercial do 5G, e atingir 58% de cobertura da população mundial até 2025, como prevê o estudo Global Industry Vision, a competição entre os fornecedores de equipamentos é essencial. Através da competição, chega-se a preços mais baixos para as operadoras, logo maiores coberturas celulares e melhores serviços para oferecer aos consumidores.

E foi pensando em todo este cenário que um estudo da Oxford Economics, empresa líder em previsão global e análises quantitativas, encomendado pela Huawei, traz números interessantes sobre o tema. O relatório da Oxford constitui a primeira quantificação sistemática da escala potencial desses efeitos e avalia o custo econômico da restrição da concorrência em oito mercados: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Índia, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

O estudo afirma que restringir a participação de um fornecedor-chave de infraestrutura na construção da rede 5G de um país aumentaria de 8% a 29% os custos totais do investimento que seria feito na próxima década, levando, consequentemente, a atrasos na implantação da tecnologia. Segundo o relatório, isso também resultaria em até 126 milhões de pessoas sem cobertura 5G até 2023, considerando apenas os países citados.

Portanto, restringir um participante da licitação de contratos levará a preços mais altos e atrasos na distribuição, resultando em uma difusão mais lenta da inovação tecnológica associada e em um menor crescimento econômico. Em um cenário de médio impacto, isso resultaria em reduções do PIB nacional até 2035 que variam de US$ 2,8 bilhões na Austrália a US$ 21,9 bilhões nos EUA. Nos oito países analisados, o estudo indica que o PIB per capita seria US$ 100 menor por pessoa, em média, até 2035, em comparação com um cenário em que não há essa restrição na provisão de infraestrutura 5G.

Portanto, a melhor forma de construir as bases para enfrentar a maior revolução tecnológica do século, que trará conectividade praticamente onipresente aos usuários, passar por assegurar que a competição e o desenvolvimento do 5G também sejam livres para todas as conexões possíveis, e sejam obtidas em ambientes concorrenciais – que no final, colaboram para um resultado buscado por todos: a evolução cientifica e tecnológica que traga melhores condições de vida para a Humanidade.