Meios de pagamento alternativos já são bastante utilizados na internet, mas também se popularizam fora dela, especialmente no exterior. Quem explica é Aristides Tranquillini Neto, advogado especialista em direito digital do escritório Patricia Peck Pinheiro Advogados. Ele explica que, nesse sentido especificamente, o Brasil ainda engatinha. Em relação às diversas tendências no ramo de meios de pagamento, algumas estão mais próximas de se tornarem realidade.

“Fora do Brasil é bastante comum utilizar o celular para efetuar pagamentos, substituindo o cartão de crédito”, diz Neto. Os exemplos mais comuns são ApplePay, SamsungPay e AndroidPay, sendo que recentemente tal sistema de pagamento inclusive evoluiu para abranger smartwatches. Isso evita até mesmo que o usuário tenha de retirar seu celular do bolso, bastando utilizar o próprio relógio de pulso. Se atualmente a tecnologia disponível para esse tipo de operação é bastante abrangente, para que possamos vê-la aplicada “é necessário que haja adesão, especialmente por instituições financeiras e arranjos de pagamento”. Como exemplo, Tranquillini afirma que, com a tecnologia já existente hoje, seria possível que todas as compras efetuadas em lojas físicas fossem pagas utilizando apenas biometria, por meio de sistemas de reconhecimento de digital ou de íris, abandonando a necessidade de possuir um cartão de crédito ou digitar senhas.

“Para que isso ocorra, porém, seria necessário que tanto os bancos quanto as bandeiras desenvolvessem soluções utilizando essa tecnologia, o que demanda investimentos maciços, incluindo, mas não se limitando a, desenvolver o hardware necessário, substituindo todas as maquininhas existentes, coletar a biometria inicial dos usuários para criar a base de dados inicial e que será utilizada como referência, além de desenvolver softwares que façam todo o procedimento fluir e as tecnologias conversarem entre si.” Para o advogado, é possível notar que a tecnologia está caminhando nesse sentido. Uma das demonstrações disso é o fato de a biometria estar cada vez mais presente no nosso cotidiano. “Mas ainda há longos caminhos a serem percorridos, como a definição de padrões a serem adotados pelo mercado, o que pode demandar a reunião e debate entre empresas, entidades e/ou governos”, comenta.

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