Os pagamentos por aproximação estão se tornando realidade no Brasil desde meados de 2016, quando empresas de peso como Samsung e Apple começaram a testar o método de pagamento inovador no mercado brasileiro.
Porém, como toda tecnologia inovadora de pagamento, ainda existem algumas barreiras técnicas e comportamentais que essas empresas precisam vencer para conquistar a confiança dos consumidores brasileiros.
Dentre essas barreiras, certamente a segurança é a que mais vem sendo discutida entre desenvolvedores e CEOs. Afinal, será que o pagamento por aproximação já pode ser usado com segurança por todos os tipos de usuários? Será que os comerciantes e bancos estão preparados para lidar com futuros problemas causados por essa tecnologia?
Os riscos por trás do pagamento por aproximação
Como mencionamos no início do texto, a segurança ainda é uma das principais barreiras que impedem a popularização do pagamento por aproximação no Brasil.
Como ressalta José Diaz, vice-presidente da Thales e-Security:
“Antes lidávamos com um grupo fechado de adquirentes – que captura a transação no POS, dos emissores – que colocam o chip no cartão, e das bandeiras – que certificam esse ambiente. Agora coloca-se o aplicativo de pagamentos em um dispositivo sem segurança”.
Em outras palavras, isso significa que com o pagamento por aproximação toda a operação será concentrada em apenas um dispositivo, facilitando o uso do cartão em caso de roubos ou perdas do smartphone.
Apesar disso, muitos especialistas em segurança argumentam que situações de roubos e perdas de smartphones são eventos anormais e não podem ser usados para “frear” uma tecnologia inovadora que trará muito mais agilidade e comodidade nos pagamentos.
Afinal, o usuário ainda terá a possibilidade de bloquear o cartão e seu smartphone em casos de perdas ou roubos.
Como aumentar a segurança de sistemas de pagamento por aproximação
Seja este um sistema mais seguro ou não, o fato é que o pagamento por aproximação já é uma realidade nos Estados Unidos e, cedo ou tarde, também chegará ao Brasil.
Por isso, mais importante do que discutir se o pagamento por aproximação é “bom ou ruim”, é preciso encontrar formas de desenvolver sistemas mais seguros, tanto do ponto de vista do consumidor quanto dos estabelecimentos comerciais que desejam adotar essa nova forma de pagamento.
Na prática, para garantir a segurança máxima dos pagamentos móveis é necessário estar atento a dois pontos básicos: criptografia e “tokenização”.
A criptografia consiste na “codificação” de todas as transações realizadas entre smartphone e máquina de pagamento, impedindo que os dados sejam compreendidos por um eventual interceptador.
Por se tratar de uma tecnologia simples e impossível de ser violada, a criptografia tem sido utilizado há décadas como principal ferramenta para segurança de dados – de proteção de banco de dados do Google às mensagens do Whatsapp.
Já a “tokenização” consiste na criação de um código (token) a partir de operações matemáticas com o número real do cartão de crédito ou débito. Devido à complexidade dos cálculos, só a bandeira consegue identificar a correlação entre o número do cartão e transação realizada naquele momento.
A ideia é que o token seja associado ao dispositivo pessoal de cada pessoa e só possa ser usado por aquele determinado aparelho. Dessa forma, mesmo se um hacker mal-intencionado intercepte o token, ele não conseguirá utilizar em outra transação.
Caso o usuário perca o smartphone, basta comunicar à operadora e o token então é invalidado, sem a necessidade de substituir o cartão.
Considerações finais
Querendo ou não, as novas tecnologias de pagamento estão conquistando a confiança de cada vez mais pessoas e operadores de cartão de crédito. Algumas pesquisas inclusive já apontaram que 9% das transações financeiras do mundo acontecem hoje por meio de smartphones, e a previsão é que essa parcela cresça para 18% nos próximos dois anos.
Como várias outras tecnologias diruptivas que têm surgido nos últimos anos, o pagamento por aproximação representará uma grande mudança nos nossos hábitos e, como a história não cansa de nos provar, os primeiros a se adaptarem serão os primeiros a colher seus frutos.
Se você gostou das novidades, compartilhe-as em suas redes sociais com seus amigos loucos por tecnologia!