Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o Brasil possui mais de 6 mil startups. Em 2018, o país ganhou seus primeiros unicórnios – termo dado para as startups que passam a valer mais de US$ 1 bilhão. Recentemente, a Loggi também entrou para este time, após após uma rodada de investimentos de 150 milhões de dólares feitos por SoftBank, Microsoft, GGV, Fith Wall e Velt Partners.
No entanto, criar uma startup demanda muita dedicação do empreendedor e é preciso passar por várias etapas de desenvolvimento antes de buscar um investidor anjo, algo que muitos sonham, mas pouquíssimos, de fato, conseguem. Para se ter uma ideia, em 2018, somente na rede Anjos do Brasil, de 800 projetos submetidos apenas 20 receberam um aporte.
Mas como saber se esta é a hora certa de buscar um investimento anjo? Confira algumas dicas listadas neste artigo.
Respeite as etapas da startup
Uma das principais questões a se perguntar é se a sua startup passou a primeira etapa, ou seja, já deixou de ser uma ideia para se tornar, de fato, um projeto. “Nessa etapa, o empreendedor já deve ter o conhecimento básico sobre mercado onde irá atuar. Algumas dessas noções englobam, por exemplo, qual o diferencial do seu produto/serviço no mercado e qual a solução que ele traz”, indica Maria Rita Spina Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil.
Ao se tornar um projeto, o empreendedor começa a modelar o seu negócio, entendendo qual o aporte necessário a ser obtido para alcançar determinado objetivo e estabelecimento de uma estratégia de mercado de curto prazo.
Depois, há a etapa de operação – a hora da mão na massa. Aqui, os planos já foram colocados em prática e há ao menos uma primeira versão do produto ou serviço sendo testado no mercado. “Com ele, será possível entender quais mudanças serão necessárias, os desafios que devem ser superados e o que já está dando certo”, explica a profissional. Para ela, este é o melhor momento para procurar um investidor anjo.
No entanto, é preciso ficar atento. Afinal, quem precisa de capital imediato pode se decepcionar com esta modalidade de investimento. “Isso leva tempo, podendo chegar a meses para, enfim, fechar o negócio entre o investidor-anjo e o empreendedor”, diz.
Investimento anjo requer paciência
A executiva explica que a busca por um investimento anjo é uma ação a médio-longo prazo, pois é porque é preciso estabelecer uma relação de confiança entre investidor e empreendedor. “Há também motivos mais técnicos que demandam tempo, como o processo de Due Diligence. Dessa forma, podemos até considerar a etapa da operação como a mais adequada para procurar o investimento anjo, desde que fatores específicos de cada empresa sejam considerados e, principalmente, a questão do tempo”, comenta.
O segmento de investidores anjo trabalha com 50% de mortalidade das startups nos primeiros dois anos de operação após investimentos realizados e apenas 10% das empresas realmente atingem um crescimento significativo depois de cinco anos. “Aplicar objetivamente o plano de crescimento definido, acompanhando indicadores e resultados, é o grande segredo para sucesso da startup”, ela finaliza.