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A receita de OTTs, como Facebook, Netflix, Amazon, Google e Microsoft tem crescido mais de 15% ao ano. Elas são plataformas que apresentam um grande potencial de escalabilidade com pouco investimento. Não estão limitadas a uma Geografia.

Já a receita das principais operadoras de telecom do mundo cresce a taxas menores que 5%. No Brasil, a receita da Vivo cresceu 0,6% em 2018, a da Claro 0,5%, a da TIM 5,0% e a da Oi -5,6%.

As principais alternativas para aumentar a receita das operadoras de telecom são:

  • Aumentar Market share
  • Aumentar o preço dos serviços
  • Expansão geográfica
  • M&A
  • Novos serviços

O Brasil é um mercado maduro e competitivo. A briga por market share a qualquer custo ficou para trás e é muito difícil aumentar preços, mesmo para compensar a inflação. As possibilidades de expansão geográfica são limitadas e existem apenas na banda larga fixa. No móvel as operadoras já têm atuação nacional.

Não existem também muitas opções de fusões e aquisições (M&A). A compra da GVT pela Vivo e da Nextel pela Claro são exemplos. Empresas formadas pela consolidação de pequenas prestadoras de SCM podem também ser um alvo no futuro. Não está claro se uma possível fusão da Oi com a TIM aumentaria a receita que ela tem hoje individualmente.

A oferta de novos serviços é a grande aposta das operadoras de telecom para aumentar suas receitas. IoT, Cidades inteligentes, entretenimento, redes privadas para a indústria e soluções para o agronegócio são exemplos de novos serviços em que as operadoras podem ir além da conectividade.

A oferta desses novos serviços implica, no entanto em uma mudança cultural e na transformação digital das operadoras de modo a ganhar agilidade e flexibilidade de modo a proporcionar uma melhor experiência para o cliente.

As operadoras podem ser provedoras de alguns destes serviços, como fazem as OTTs, e/ou optar por uma estratégia de parceria, abrindo suas redes e sistemas via APIs para permitir uma integração maior com as OTT.

* Por Eduardo Tude, colunista da Futurecom Digital e, desde 2002, presidente e sócio da empresa de consultoria Teleco. Engenheiro de Telecom (IME 78) e Mestre em Telecom (INPE 81) é membro da Comissão julgadora do Global Mobile Awards do Mobile World Congress em Barcelona e ocupou várias posições de Direção em empresas de Telecom em áreas como Sistemas Celulares (Ericsson), Redes Ópticas (Pegasus Telecom) e Satélites (INPE).