Mal entramos na quarta revolução do agronegócio (a agricultura 4.0) e já ensaiamos uma nova revolução que promete movimentar o setor, com métodos, processos e demandas ainda mais tecnológicos: vislumbramos a agricultura 5.0.

Unindo o que há de mais moderno em inteligência artificial, robótica, tecnologia de ponta e digitalização de processos, a agricultura 5.0 começa a aparecer nas lavouras de todo o Brasil e promete modificar o cenário rural mais uma vez. 

Para entender mais sobre o tema, conversamos com Ângela Gheller, diretora de Agroindústria da TOTVS. Ela nos mostra as principais informações sobre este assunto. 

Entendendo o que é agricultura 5.0: mais tecnologia e amplo volume de informações

A agricultura 5.0 é a mais recente geração de modelos de produção agrícola, responsáveis por promover a quinta revolução do setor. Seu grande foco está baseado na elevação dos ganhos em produtividade, lucratividade e sustentabilidade

Nesta conjuntura, Gheller explica que a agricultura 5.0 introduz diversas tecnologias aos sistemas de produção do agro, como a robótica (biotecnologia), machine learning e Inteligência Artificial (IA). 

“Esse novo modelo implementa ainda mais tecnologias, sejam essas autônomas ou não, e capta todos os dados e informações do campo com o objetivo de incrementar a produtividade de plantio e cultivo”, diz. 

Assim, diferentemente da agricultura 4.0, na qual as máquinas eram utilizadas nas ações do dia a dia em um trabalho “braçal” (ainda que pelas máquinas), na quinta revolução o maquinário passa a desempenhar o papel de coletar informações. Isso por meio de sensores e dispositivos IoT (Internet das Coisas), processamento de dados e fornecimento de análises para tomadas de decisão. 

“No agro 5.0, o papel da tecnologia passa a ser ainda mais estratégico, permitindo uma agricultura de precisão e agricultura digital, sem erros e desperdícios”, complementa a especialista. 

Pilares da agricultura 5.0: produtividade, sustentabilidade e disponibilidade

Como Gheller ressaltou, o avanço tecnológico dentro da agricultura 5.0 é bastante intenso e importante, revolucionando a agricultura como um todo. 

Segundo a especialista, a tecnologia chegou como uma forma de garantir eficiência, sustentabilidade e disponibilidade às lavouras. Estes são três pilares que a agricultura 5.0 visa, permitindo uma melhor aplicação de todas as técnicas de produção. 

“Por meio da implementação da análise de dados e tomadas de decisões mais precisas, é possível crescer a produtividade e a eficiência, não medindo apenas quantidade, mas a qualidade do plantio”, salienta Gheller. 

Segundo a diretora de Agroindústria da TOTVS, essa qualidade impacta em dois pontos: sustentabilidade — “uma vez que há uma agricultura de precisão e mais qualificada, não havendo desperdício de produção” — e, por consequência, maior disponibilidade de alimentos para toda uma cadeia. 

Como a agricultura 5.0 vai impactar o agronegócio?

Sem sombra de dúvidas, o diferencial da agricultura 5.0 está na maior capacidade de tomada de decisão, que será cada vez mais atribuída às máquinas. Isso proporciona maior precisão e elevação sustentável da produtividade. 

Haverá, também, a possibilidade de uso de recursos tecnológicos que forneçam as melhores técnicas de armazenagem e transporte dos produtos. Isso possibilitará uma significativa redução do desperdício

Além do mais, Gheller explica que o maior uso de tecnologia e inteligência artificial, assim como o big data e ferramentas de analytics, promovem uma maior consciência sobre o campo. 

Assim, entre as vantagens que todos os processos proporcionam, a especialista cita como mais importantes: 

  • aperfeiçoamento da produção e do uso de insumos; 
  • crescimento da produtividade; 
  • diminuição de riscos de perdas com pragas, eventos climáticos ou desastres naturais; 
  • redução de impactos negativos ao meio ambiente;  
  • aumento de renda do produtor, a partir da produção em maior escala e da produtividade;
  • uso de aporte tecnológico para suprir a falta de capacidade técnica de profissionais.

Por fim, mesmo que exista uma tendência de demora para que a agricultura 5.0 chegue à maioria das lavouras, Gheller ressalta que já existem alguns exemplos práticos da quinta revolução do agro, que são: 

1. Identificação da produtividade e antecipação de manutenção das máquinas

“As máquinas são conectadas ao sistema de gestão da empresa e ‘avisam’ quando alguma medida é exigida”, explica a diretora de Agroindústria da TOTVS. 

2. Monitoramento de pragas e controle da plantação por meio da inteligência artificial

Aplicando essa tecnologia, é possível identificar ervas daninhas, fazer a contagem de plantas e verificar a saúde geral da plantação em leituras por imagens aéreas — muitas vezes feitas com modernos drones. 

3. Cálculo automático da safra dentro do sistema de gestão após a colheita

“Esse cálculo facilita tanto os passos seguintes (distribuição, armazenagem etc.) quanto a previsão de investimentos futuros a partir da análise de desempenho dessa mesma safra”, finaliza a especialista. 

Diante de todas essas informações, temos uma certeza: o próximo passo para a evolução do setor agrícola já tem nome: agricultura 5.0. Mas, para aproveitar todos os benefícios, sua empresa deve estar preparada para essa transformação. 

Você está se preparando para a nova revolução do agro? 

*Conteúdo criado pela equipe da Agrishow Digital. Acesse aqui o artigo original.

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