As soluções IoT cada vez mais ganham espaço na mídia, na sociedade e no mercado. Se até pouco tempo atrás, a automação era um sonho distante, agora está mais próximo do que nunca.

Apesar do governo brasileiro ter regularizado o setor apenas recentemente, com o decreto 9.854/2019, mais conhecido como Plano Nacional de Internet das Coisas, cuja finalidade é implantar e desenvolver a IoT no país, as empresas já se mobilizam para desenvolver soluções que aproveitem esse potencial.

Afinal, as perspectivas são extremamente positivas.

Um estudo da ABES (Associação Brasileira de Empresas de Softwar) com o IDC divulgou que a movimentação estimada do setor pode atingir a marca de US$ 9 bilhões apenas em 2019. Além disso, o crescimento será acelerado, cerca de 20% a cada ano até 2022.

Porém, toda essa abrangência revela mais que apenas oportunidades, mas um campo de ação muito vasto. Afinal, soluções de IoT podem ser aplicados em diversas funções e contextos, auxiliando todos os setores da indústria e do varejo, além da própria sociedade.

Portanto, por onde começar? No meio de tantas dúvidas em um mar de oportunidades inexploradas, procuramos organizar as coisas e mostrar as áreas que sua empresa pode inovar quando o assunto é desenvolvimento de soluções IoT. Confira!

Ambientes com maior potencial de IoT para sua empresa ficar de olho

Dentre as principais áreas, observa-se que residências, veículos e cidades são uma das mais promissoras. Inclusive, com várias empresas lançando inovações, testando o mercado e angariando resultados positivos.

Residências: Automação domiciliar para mais praticidade

Com o tempo sendo um recurso cada vez mais valioso e escasso no dia a dia, a possibilidade de controlar tarefas caseiras é um dos principais atrativos do IoT para residências.

Não é de hoje que soluções com viés mais estético já fazem parte de algumas casas, como cortinas automáticas ou luzes que ajustam sua intensidade sozinhas. Porém, são as aplicações práticas que mais vão chamar a atenção.

“Um dispositivo acionado pelo celular para ligar a máquina de lavar, por exemplo, rompe as barreiras físicas ao permitir controlar remotamente processos que, sem a tecnologia, necessitam da presença física para funcionar. Além da possibilidade de controle remoto, outro conforto que a implantação da IoT na automação residencial pode trazer é o controle das funcionalidades da casa por meio do comando de voz” afirma Flávio Maeda, Presidente da Abinc (Associação Brasileira de Internet das Coisas).

Um exemplo já bem difundido nos Estados Unidos são os assistentes domiciliares, como a Alexa, da Amazon. O dispositivo funciona por comando de voz e controla os dispositivos conectados a ela, como TVs, geladeiras e etc.

Veículos: Autonomia e redução de gastos com manutenção

Há muito espaço para a evolução desse setor, que é essencialmente operacional, comandado por humanos e suscetível a falhas perigosas para a sociedade.

O destaque fica para o campo logístico, já que estima-se que 40% a 95% das viagens de carros serão realizadas por veículos autônomos. Maeda usa como o exemplo a iniciativa da Daimler Trucks, montadora americana de caminhões que começou a investir em IoT:

“[A Daimler Trucks] criou uma organização interna para desenvolver caminhões autônomos dentro da próxima década, com um aporte inicial de 556 milhões de euros. O grupo irá se concentrar na pesquisa e desenvolvimento, abrangendo o software e o hardware necessários para que os caminhões operem de forma autônoma, juntamente com a infraestrutura e o sistema de rede necessária para que esses veículos naveguem pelas estradas” contou o presidente da Abinc.

Tornar-se autônomo é um dos objetivos dos carros da Tesla, que são fabricados com esse potencial em seu sistema. Assim, conforme novas atualizações acontecem, a fábrica consegue remotamente consertar falhas, melhorar o desempenho do carro e otimizar seu consumo de energia.

Como o caminho é árduo, as inovações chegam aos poucos. No entanto, o espaço para crescimento é gigante.

Cidades: Gestão pública eficiente em smartcities inteiramente conectadas

No caso das cidades, será necessário orquestrar um sistema que comporte, analise e aja em cima de uma quantidade massiva de dados.

“Os dados coletados pelos dados autônomos podem contribuir para a gestão das cidades ao colher, processar, enviar e receber dados para tomar decisões e para agir. Um ecossistema complexo para lidar com grandes volumes de dados, sistemas de missões críticas e totalmente conectadas em tempo real, misturando internet das coisas (IoT), inteligência artificial (IA), aprendizado das máquinas (AM), aprendizado profundo (AP) fazem todas essas coisas trabalharem juntas” conta Dalton Oliveira, membro do comitê de cidades inteligentes da Abinc.

Oliveira ainda cita a contribuição que carros autônomos poderiam trazer para melhorar o trânsito, com ações como identificação de lombadas ou buracos na estrada, reduzindo danos no próprio veículo e compartilhando a informação com o sistema, para avisar outros motoristas.