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Fazendas verticais x convencionais: Aliança no futuro

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Saiba o que são fazendas verticais, entenda seus benefícios e veja porque esse novo sistema de produção não irá competir com cultivos convencionais.

Escassez de áreas cultiváveis, aquecimento global e excessivo uso de defensivos agrícolas são preocupações que a agricultura possivelmente enfrentará nas próximas décadas. Neste cenário, fazendas verticais se tornam excelentes alternativas, principalmente por ampliar a produção agrícola e adaptar a agricultura diante das mudanças climáticas.

Caracterizado como sendo um espaço para o cultivo de vegetais em estufas, localizadas dentro de prédios, esse modelo pode representar uma grande revolução na forma com que os alimentos são produzidos.

Porém, mesmo estando em estudos prévios e sendo ainda muito caro, esse modelo de produção começa a preocupar agricultores convencionais, que veem na verticalização de fazendas uma competição desleal. Mas esse é apenas um equívoco.

O que são fazendas verticais?

O conceito de fazendas verticais – que é ainda uma realidade distante no Brasil devido ao alto custo - surgiu da necessidade de ampliação da produção agrícola perante o crescimento populacional, além de adaptar o setor às mudanças climáticas.

Segundo Ítalo Guedes, pesquisador da Embrapa Hortaliças, as fazendas verticais representam um tipo de sistema de produção que ocorre em ambiente controlado, com o cultivo sendo feito em andares ou camadas sucessivas, aproveitando o volume de espaço vertical.

Por essas características, tudo indica que fazendas verticais podem ser os grandes representantes da tão falada agricultura 4.0.

Como nos sistemas de cultivo em ambiente controlado, a produção neste sistema de produção não depende mais da luz solar. A iluminação, que é artificial, é individualizada por camadas. Então não há o risco de sombreamento”, complementa.

Em razão de imperativos econômicos e de espaço, o pesquisador explica que são produzidas em fazendas verticais plantas de pequeno porte (para permitir a verticalização), de crescimento rápido e de alto índice de colheita. “Este é o caso das hortaliças folhosas, morangueiro e, possivelmente, plantas ornamentais”, diz.

Porém, como o investimento é ainda alto, além da escolha adequada de culturas com essas características e com alto valor de venda, Guedes diz ser importante realizar estudos de mercado e verificar se há um mercado consumidor disposto a pagar mais por um produto diferenciado.

Fazendas verticais usam modernas técnicas de cultivo em ambiente controlado

Assim como ocorre em outras técnicas de cultivo em ambiente controlado, nas fazendas verticais todas as variáveis ambientais capazes de afetar o crescimento e a produção dos cultivos são constantemente monitoradas e controladas. É o caso de: intensidade luminosa, qualidade da luz, fotoperíodo, temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, concentração de CO2, entre outras.

Para o monitoramento de cada um desses fatores há a utilização de equipamentos específicos, sem falar dos sensores de monitoramento, dispostos em todo o ambiente”, completa Guedes.

Além disso, o pesquisador da Embrapa Hortaliças explica que, obrigatoriamente, são utilizadas técnicas de cultivo sem solo, caso da hidroponia e aeroponia. “Nestas técnicas também deve haver um monitoramento constante da concentração de nutrientes, pH, oxigênio dissolvido, temperatura”.

Algumas empresas, de olho nesse mercado que vem crescendo, têm desenvolvido sistemas automatizados de monitoramento e controle de todas essas variáveis com eficiência muito maior.

Fazendas verticais não vão substituir fazendas convencionais

Os maiores defensores da agricultura vertical costumam afirmar que esse sistema de produção irá revolucionar a produção global de alimentos, pois reduziriam custos logísticos e iriam garantir, devido à proximidade do mercado de consumo, mais frescor e qualidade aos alimentos.

Essa afirmação costuma cair como uma bomba para aqueles produtores convencionais, que acreditam que essa seria uma competição quase que desleal para eles. Mas, para Guedes não é bem assim.

Um equívoco bastante comum que as pessoas têm cometido é achar que as fazendas verticais pretendem e vão substituir a agricultura convencional. Nada mais distante da verdade”, afirma.

Segundo o pesquisador, a proposta da agricultura vertical é somar, aumentando a diversidade da produção de alimentos. “Essa proposta é indicada principalmente para o ambiente urbano, provendo alimento seguro e de alta qualidade nutricional”, complementa.

Além disso, para o pesquisador da Embrapa as pesquisas relacionadas às fazendas verticais vêm trazendo benefícios para outras formas de cultivo, inclusive a agricultura convencional.

Embora seja um sistema caro, Guedes explica que muitos dos resultados das pesquisas que vêm sendo feitas no ambiente vertical serão utilizados em outras formas de cultivo.

O pesquisador cita dois exemplos:

Os resultados com iluminação artificial já começam a ser usados em cultivo em estufas e mesmo em plantios de grão, em campo aberto. Já as pesquisas em hidroponia e aeroponia em breve poderão ser utilizados por agricultores convencionais em estufas”.

Diante disso tudo é fácil entender que as fazendas verticais podem sim representar o futuro da produção de alimentos, mas as formas de cultivo ditas convencionais não deixarão de existir. Serão modelos complementares e caminharão lado a lado.

*Conteúdo criado pela equipe da Agrishow, clique aqui para acessar o artigo original.

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