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A Transformação Digital no pós-pandemia e outros debates do Futurecom Digital Summit

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Primeira seção do oitavo e último dia de evento tem palestra com CEO do Projeto Millenium e debate de executivos sobre o caminho até 2022.

O oitavo e último dia do Futurecom Digital Summit, evento virtual realizado pela Futurecom, teve suas atividades dedicadas à trilha de conhecimento do FutureCONGRESS e contou com patrocínio da CSG. Iniciando a primeira seção da data de encerramento, o evento contou com a palestra “Pós-Covid: A Era da pós-Normalidade”, ministrada por Rosa Alegria, CEO do Projeto Millenium. 

Em sua fala, Rosa abordou aspectos dos novos desafios que se apresentam:

“Estamos vivendo uma era que o filósofo Bauman chamou certa vez de interlúdio, que é o fim de uma era e o começo de outro. Esse termo é entrado também na música, como no fim de uma parte e início de outra na ópera. Estamos vivendo uma entrada explosiva, transformadora, e que divide o mundo de antes e o mundo do futuro, um mundo que já começou, aliás”, iniciou.

Leia mais: Liderança e desafios do pós-pandemia marcam o sétimo dia do Futurecom Digital Summit

Segundo ela, o momento oferece uma oportunidade para olharmos para aspectos do passado recente e mudá-los para a retomada. Ela explica:

“Eu não gosto do termo novo normal, pois isso presume que o mundo anterior era normal. Será que é normal vermos desigualdade crescente, com gente morando nas ruas, com fome? Ou era normal passarmos mais de duas horas no trânsito? Isso não era normal, era a normose”.

E continua: “O que nós estamos fazendo agora? Estamos vendo o começo do resgate de uma humanidade que estava se perdendo. A gente confundia o ser humano com a tecnologia, como se ela fosse um fim, não um meio.”

O futuro chegou

Para a representante do Millenium, projeto que visa o estudo de aspectos futurísticos, o momento causado pela pandemia da COVID-19 causou impactos que transformação nosso modo de viver.

“Nós estamos hoje, através do online, fortalecendo muitas relações, resgatando muitas amizades, aprofundando nossa conversa, sendo mais autênticos, cada um nas suas casas, mostrando como é, sem artifícios”, observa. “O Projeto Millenium, o qual eu represento, já havia previsto em 1997 essa pandemia. Mas o futuro sempre foi deixado para depois, e os futuristas foram vistos como esquisitos, dizendo coisas sem sentido. Mas desta vez o futuro arrombou a porta.”

Para Rosa, a transição de era provocada pela pandemia seguirá, e cabe a nós utilizarmos o tempo causado pela situação para mudarmos fatores do mundo.

“Nós estamos estudando as novas ondas do COVID. Tem cenários muito sérios, feitos pelos mais importantes epidemologistas e historiadores do mundo, e sejam quais forem os cenários, os mais ou menos negativos, todos indicam que são dois anos que esse interlúdio vai durar. Então temos essa pausa civilizatória para a gente consertar a casa. E vamos ter que aprender a inova de forma melhor que fizemos, para que todos vivam bem, de forma justa, equilibrada e saudável”, observa.

Mudanças sociais

Para ela, esse período da história é inédito, e as reflexões que ele está causando impactarão em profundas mudanças sociais.

“Esse tempo incerto para nos fortalecer, para que a gente crie resiliência. Como podemos distinguir esse período da história? Existem muitas compações com a gripe espanhola, com a crise de 1929, mas essa crise tem proporções maiores pois o mundo nunca esteve tão unido, tão global e tão conectado. Nunca houve uma transformação dessa”, analisou a palestrante.

“Teremos uma maior preocupação com saúde, higiene, hábitos mais saudáveis, sustentáveis. O ar puro, o céu azul, e como a gente destruiu e sujou a natureza. A nossa prontidão para o futuro está completa, porque estamos conscientes que o futuro é o tempo mais importante, pois é o que virá”, encerrou ela, que citou ainda as mudanças de pensamento sofridas pela humanidade ao longo dos séculos, assim como a visão de que estamos criando uma ligação mais empática e humanista.

O mundo até 2022

Na sequência, foi a vez do painel “Três anos de Transformação Digital em três meses: Como será a Sociedade do ponto de vista de saúde, educação, econômico e social em 2022?”. Moderado por Leticia Toledo, da Infomoney, o papo começou com a participação de Sidney Klajner, Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

“A pandemia acabou sendo uma grande lente de aumento no setor da saúde para tudo aquilo que é ruim e ineficaz mas também para aquilo que é bom”, analisou ele, que destacou a questão da telemedicina como grande avanço provocado pela crise: “Com o decreto, mesmo que temporário, da utilização da telemedicina, nós conseguimos chegar em outros estados, outras regiões. O ensino e a capacitação profissional por meio de ferramentas também pode ser feita.”

Para Klajner, a questão da importância das lideranças e dos aprendizados para a sociedade serão legados da pandemia.

“Quando a gente fala de gestão de saúde a gente fala da falta de uma liderança que faça cumprir a legislação nas três esferas”, reflete. “A população aprenderá com a pandemia e saberá pressionar as lideranças políticas para que todos os players e stakeholders estejam expostos ao que não foi bom para que possamos melhorar após a pandemia.”

Empreendimento modernizado

Outro convidado da conversa, o Diretor Presidente do SEBRAE, Carlos Melles, deu sua visão sobre o tema que guiou o painel: “O SEBRAE é conhecido como uma empresa empreendedora, que realiza os sonhos das pessoas que querem empreender, multiplica e implementa o conhecimento, e por isso somos hoje mais de 80 milhões de empreendedores”, iniciou.

“Nós iniciamos já em fevereiro de 2019 com alguns mantras. Convidamos algumas fundações parcerias e dissemos ‘nós queremos ser modernos’. E o que é ser moderno? Para ser contemporâneos nós temos que primeiro atuar em rede, e para isso necessitamos ser digitalizados. E subimos um pouco o nível de interesse e perspectiva, sabendo o que precisávamos fazer para que nos tornássemos o SEBRAE que o Brasil precisa.”

Digitalização empresarial

Segundo Melles, a situação fez com que a entidade pudesse olhar para aspectos que precisavam de melhoria imediata, o que acelerou sua ação rumo à digitalização e busca de novas parcerias. Ele exemplifica:

“Nós temos programas muito fortes de prefeito empreendedor, compras governamentais, líderes regionais, identificações geográficas, então olhamos os estudos e percebemos que poderíamos fazer ainda mais pelo Brasil do que já estávamos fazendo. Que poderíamos ser as pernas do Brasil, olhando produtividade para sermos competitivos.”

“Nós ficamos surpresos com aquilo que estávamos fazendo e não sabíamos que podiamos fazer. E aquilo nos deu um choque pois percebemos que também precisávamos buscar parceiros, em especial as pequenas empresas. Então comprando dos pequenos, nos aproximando deles, estimulando os apps, o WhatsApp, e avançar dentro disso”, completou.

A nova educação

Chefe da Divisão Acadêmica de Engenharia da Computação do ITA, o Dr. Carlos Henrique Costa Ribeiro também foi um dos participantes do debate, e expôs sua visão sobre as mudanças que a pademia gerou no segmento da educação.

“O primeiro avanço que ocorreu, foi a experiência geracional das atuais lideranças com a crise mundial. É algo que não tinha acontecido nessa geração e ela produziu resultados usuais: a capacidade extraordinária da humanidade de adaptar às dificuldades de maneira repentina”, analisou.

E prosseguiu: “Do ponto de vista do ensino presencial de uma forma geral, em todos os seus níveis, o grande avanço eu diria que foi no know how da disponibilização e busca do conhecimento dos professores e alunos no uso de tecnologias para a disseminação de conteúdos. E aí nesse sentido falamos de conteúdos clássicos, como apostilas e materiais, e também em videoaulas e nas formas de interação desses conteúdos através das ferramentas de ensino online.”

Responsabilidade das telcos

Já para Luis Cabral, Vice President para o Caribe e América Latina da CSG, as mudanças vieram de forma rápida e definitiva, o que exigirá novas competências para o setor de telecom.

“Temos visto diferentes situações, e se pegarmos na tecnologia, em especial provedores de conexão e de serviço, as pessoas enxergam de uma forma imediata. Mesmo estando em casa eu consigo falar com minha mãe em uma videochamada, pedir uma refeição por um aplicativo de restaurante, e diversas outras mudanças”, observou.

E prosseguiu: “Mas a mudança estrutural que as empresas sofreram para prover isso é que foi muito grande. Se pensarmos que tinhamos milhares de profissionais trabalhando nas empresas, muitos com equipamentos físicos e pesados, não laptops, e a maioria teve que ser movida para suas casas, é uma questão muito complexa.”

Questão do 5G

Para ele, a questão do 5G é o próximo passo natural para o setor, que continuará sendo demandado pelos costumes que serão adquiridos no pós-crise.

“Eu preciso que o 5G entre no Brasil pois precisamos dessa velocidade de conexão, o Dr. Carlos falou da questão do desenvolvimentos dos negócios, e esse é mais um motivo pelo qual precisamos disso. Não falamos da revolução digital apenas por oferecer serviços na internet, mas porque precisamos ter uma estrutura para viabilizar isso”, explica.

“Como fazer para que você tenha esse acesso ao seu público alvo? Isso não depende apenas da tecnologia, mas também da legislação e de um arcabouço de pessoas por trás disso que permitem com que essas coisas aconteçam”, complementou ele.

Para Sidney, a observação feita por Cabral se aplica em todas as áreas, e na medicina não é diferente. Ele analisa:

 “Existe um estudo que mostra que 80% das chamadas urgências leves podem ser resolvidas pela telemedicina. Então passa a funcionar neste desafio que se impõe. Ela pode trazer a possibilitade não só de você emitir dados de exame físico, e aí o Luis falou muito bem da questão do 5G, pois muitas vezes os exames à distância ainda não são feitos pela falta de uma conexão com esta potência, então isso representa vantagens no não deslocamento, em não colocar pessoas em ambientes onde existe risco de contaminação.”

Uso do Big Data

Para ele, outras tecnologias, como o Big Data, podem seguir sendo usadas para transformar ainda mais o setor de saúde.

“É possível desta forma garantir um atendimento correto a um custo extremamente baixo, pois não é preciso manter estruturas complexas. Esse é um dos temas que envolvem a inovação. Obviamente temos também outros aspectos, como o uso do Big Data, que nos permite fazer algumas previsões, pois quando o paciente chega, de 15 a 20 minutos eu já consigo saber se ele precisará ser internado ou não, o que nos dá uma acurácia muito grande”, completou.

Para Carlos Melles, os novos líderes e empreendedores precisarão necessariamente da Transformação Digital.

“Se quisermos o avanço digital, obviamente precisamos de bandas compatíveis. E temos a educação: o processo de formação de líderes passou a ser à distância com um enfoque empreendedor e cidadão. O que estamos fazendo efetivamente é que, todos em home office, de casa, o atendimento do SEBRAE que era presencial, nós multiplicamos ele de maneira formidável através do atendimento digital, e o mesmo ocorreu com nossos cursos”, diz.

Novas experiências

A visão foi complementada por Carlos Henrique, que usou exemplos vivenciados pelo ITA para mostrar que essa mudança de pensamento também está causando grandes impactos no meio acadêmico: “Isso foi um avanço muito interessante pois, em geral, o professor trabalha com conjuntos pré-determinados na área de ensino e podem ser pouco afeitos a mudanças, mas essa crise produziu essa mudança e atitude colaborativa extraordinária”, explicou.

De acordo com Luis Cabral, essas mudanças seguirão de aprofundando, o que, em última análise, transformará as experiências melhores para os clientes e envolvidos em todos segmentos. Ele observa:

“Você precisa ter uma Transformação Digital completa, desde a infraestrutura até o final da cadeia do consumidor. O que aconteceu na Suécia, e replicamos esse modelo em outros lugares, são soluções onde você consegue fazer o startup de uma operadora digital do nascimento até o cliente. Ou seja, você entra na internet e escolhe tudo, se tiver um problema haverá um sistema de IA para te responder, assim como a parte de data para fazer análise e te dar essas respostas, assim como a distribuição de renda entre os diferentes modelos de negócio”, concluiu.

Quer conferir a palestra e o painel na íntegra? Assista tudo o que rolou no 1º  Futurecom Digital Summit gratuitamente em: https://videos.netshow.me/informa.

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