De acordo com dados mundiais, o Brasil possui apenas um unicórnio, enquanto os Estados Unidos, 119. “A gente tem que se incomodar com isso”, acredita o COO da Microsoft, Franklin Luzes – ainda que a economia norte-americana seja dez vezes maior do que a nossa. E mesmo que o mercado brasileiro esteja melhorando nos últimos anos, ainda “estamos muito aquém de onde poderíamos estar”, comenta o fundador e presidente da Anjos do Brasil, Cassio Spina.
Ainda de acordo com Spina, muito desse cenário tem causa cultural: “há um medo latino do fracasso, enquanto o anglo-saxão é mais pragmático. Existe o fato de que Estados Unidos é berço da start-up. Isso é importante de se considerar”. Opinião semelhante à do CEO da PSafe, Marco DeMello; “falta investimento local aliado ao receio do investidor em correr risco”.
O presidente da Anjos do Brasil acredita que é necessário criar condições para empreendedores, não necessariamente como uma lei recém-aprovada na África do Sul que abate 100% dos impostos de investidores anjos de start-ups daquele país.
Luzes aponta que as ações para aumentar a quantidade de unicórnios no Brasil dependam da presença de empresas boas, que o empreendedor esteja apto a ser disruptivo e pense globalmente. Também é importante ter experiência com gerenciamento empresarial: ter passado por outras companhias ou mesmo ter aberto e fechado outras start-ups, além de saber inglês. “Não estou falando de conversa entre amigos, mas inglês para negócios para apresentar break even, escalabilidade, acessos etc. tem que ter vontade de dominar o mundo”.
Na opinião do CEO e fundado da Zenvia, Cassio Bobsin, há um fator que pode ajudar, e muito, no nascimento de um unicórnio: o tamanho do problema a ser resolvido. De acordo com Bobsin, se o problema não é grande não há como crescer.