O processo de integração de dados nos serviços públicos é fundamental, embora complexo. Tal importância reside na melhoria da eficiência e qualidade dos serviços prestados.
Em uma sociedade conectada, a integração dos dados pessoais dos cidadãos em plataformas de diferentes órgãos públicos traz agilidade e qualidade ao processo e atendimento.
Para falar sobre esse tema tão importante, participaram de um debate do Futurecom 2023:
- Maria Teresa Lima: diretora-executiva da Embratel para o Governo;
- Fernando Cordeiro Morales: superintendente nacional de manutenções de operações bancárias da Caixa Econômica Federal;
- Eleidimar Silva: diretora do Departamento de Serviços Públicos Digitais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
- Fabrício Alves: vice-presidente da Comissão Especial de Direito Digital da OAB (DF); e
- Lucas Borges: gerente de projetos da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
Quem mediou a conversa foi Marcelo Antonelli, head de agilidade e projetos estratégicos da PRODAM. A seguir, veja alguns dos tópicos abordados:
Integração de dados na pandemia: o caso Caixa Tem
Fernando Cordeiro Morales, superintendente nacional de manutenções de operações bancárias da Caixa Econômica Federal, destacou os feitos da instituição durante o período crítico da pandemia.
"Eu tenho um grande exemplo para explicar para todos vocês aqui, nesse tema de oferecer serviço digital público para os cidadãos. Essa integração, o atendimento da população é o que a Caixa Tem," afirmou Morales.
Ele elucidou como o desafio da instituição foi enfrentado ao garantir o atendimento à população sem que ela precisasse sair de casa, mencionando a abertura da conta digital social e o uso de tecnologia para segurança.
"Nós conseguimos atender quase 70% da população sem que ela conseguisse sair de casa. E isso nos trouxe o pagamento de quase 40 milhões de famílias durante o período da pandemia", enfatizou o superintendente.
Morales ainda ressaltou os avanços tecnológicos, incluindo a biometria facial de 42 milhões de usuários para reforçar a segurança.
Escassez de profissionais qualificados: um dos principais desafios para a digitalização pública
Maria Teresa Lima, diretora-executiva da Embratel para o Governo, discutiu os desafios e soluções envolvendo a integração de dados entre os entes federativos.
Para ela, uma das principais dificuldades encontradas em seu trabalho é a falta de mão de obra qualificada. “Nós precisamos de muitos profissionais capacitados, muitos profissionais dedicados a essa missão de integrar base de dados, de tratar dos dados", explicou.
Lima também enfatizou o compromisso da Embratel em contribuir para preencher essa lacuna, oferecendo sua equipe de desenvolvimento.
"Nós criamos um centro de competência de desenvolvimento e de serviços profissionais, um centro de competência de segurança da informação, um centro de competência de cloud, entre outros", afirmou.
Avanços do Brasil: somos o segundo país mais digital do mundo
Em sua fala, Eleidimar Silva, diretora do Departamento de Serviços Públicos Digitais do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, delineou os sucessos e desafios enfrentados no âmbito do governo digital brasileiro.
Ela compartilhou a evolução do país nessa esfera nos últimos anos. "Hoje a gente está como o segundo país mais digital do mundo no ranking do Banco Mundial", destacou Eleidimar, sublinhando um intenso trabalho que levou a essa posição.
A diretora evidenciou ainda o papel crucial da plataforma gov.br, onde mais de 4.700 serviços para o cidadão estão consolidados, 90% deles disponíveis de forma digital.
Importância da confiança na digitalização dos serviços públicos
Fabrício Alves, atuante como Vice-Presidente da Comissão Especial de Direito Digital da OAB (DF), ofereceu uma análise abrangente sobre a transição dos serviços públicos para o ambiente digital. Ele destacou, primeiramente, a importância da confiança como um elemento vital nesse processo, tanto em relação à segurança quanto à eficiência dos serviços digitais.
O advogado também apontou a confiança como um fator central, sendo essencial para a adesão do público aos serviços públicos digitais.
Para isso, referenciou a experiência dos usuários com serviços privados, ressaltando a importância da confiabilidade na operacionalidade desses serviços, como o Zoom e o WhatsApp.
Ele observou que essa mesma confiança deve ser replicada nos serviços públicos digitais para garantir a eficácia de sua utilização.
Digitalização dos serviços públicos: um caminho sem volta
Lucas Borges, como gerente de projetos da ANPD, apresentou uma abordagem detalhada e fundamentada sobre a digitalização dos serviços públicos.
Inicialmente, ele enfatizou que a digitalização dos serviços públicos é uma evolução inevitável e fundamental, especialmente impulsionada pela pandemia.
“Nós somos uma sociedade digital e não faz nenhum sentido que o governo seja analógico”, declarou o representante da ANPD.
Borges ainda ressaltou que a digitalização implica o uso intensivo de dados pessoais, muitas vezes envolvendo tecnologias e até inteligência artificial.
Ele destacou a importância do compartilhamento de dados entre órgãos para a otimização e simplificação dos serviços.
O interessante debate sobre o cidadão no centro dos serviços digitais públicos está disponível, na íntegra, em nossa plataforma. Faça sua inscrição gratuita e assista agora mesmo!