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Futurecom Digital Summit: A estratégia digital e o futuro do trabalho e dos negócios

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Executivos de grandes empresas abordam como a pandemia afetará a dinâmica empresarial e como deve ser a estratégia digital para superá-la no sétimo dia do evento online.

Penúltimo dia do Futurecom Digital Summit, a sétima data do evento virtual foi realizada nesta quarta-feira, dia 1º de julho, e teve sua temática dedicada à trilha de conhecimento do 4 CORP. Abrindo a nova rodada, o CEO da Futuro S/A, André Souza, conduziu a palestra “O Futuro do Trabalho, dos Negócios e das Organizações”.

 “A revolução vai muito além do robô fisicamente presente em nossas vidas. O que estamos vivendo hoje nos dá uma noção da forma como os negócios vão passar a ser feitos nos próximos anos, essa revolução já está acontecendo hoje”, iniciou o executivo. “Quanto mais distante é esse futuro, maior é o grau de incerteza. Esse é o primeiro ponto: trabalharmos com horizontes de tempo um pouco menores, e não acima de três, quatro ou cinco anos.”

Para Souza, mais do que a estratégia, a cultura ditará a nova fase que as organizações entrarão no pós-pandemia. Ele explica: “Cultura e pessoas são o elo perdido entre pessoas e alta performance, pois não adianta ter uma estratégia espetacular sem ter a cultura certa para aquela empresa.”

Leia mais: Revolução e desafios do 5G marcam sexto dia do Futurecom Digital Summit

Estimular os sonhos

De acordo com o palestrante, é preciso estimular os sonhos das pessoas, o que tornará as corporações mais humanas e menos automáticas, criando um novo sistema de trabalho:

“Qual sonho você está permitindo que a pessoa realize dentro de sua organização? Esse é um elemento importante, o Ariano Suassuna fazia isso há algum tempo, e isso é algo muito importante para trabalharmos em outras motivações não-financeiras”, explica.

Para ele, as empresas devem passar a procurar por soluções para toda a sociedade, assim mantendo-se relevantes na nova configuração:

“Qual o problema que a sua empresa vai e precisa resolver nos próximos anos? E não digo de um problema interno, mas de um problema que a sociedade, as outras empresas e demais segmentos têm e sua empresa poderia ajudar a resolver”, observa. “Da mesma forma, o profissional pode pensar em sua carreira, e em qual problema você vai resolver nos próximos anos. Que coisas eu posso começar a criar agora que vão me tornar ainda mais relevante dentro do mercado?”, concluiu.

Estratégia digital

Após a fala do CEO da Futuro S/A, foi a vez do painel com tema “Importância da Estratégia Digital alinhada ao Propósito do Negócio em um Mundo exponencialmente VUCA”. Moderado por repórter sênior Rui Maciel, o evento contou com a participação do CIO da Mercedes Benz, Mauricio Mazza, que abriu a conversa:

 “Nosso principal carro-chefe no Brasil são os veículos comerciais como caminhões e ônibus, e o que aconteceu com a pandemia foi que passamos a ter um olhar mais profundo nas dores das pessoas que estão movendo o mundo, pois quem trabalha em hospitais, em supermercados, motoristas de caminhão, precisaram continuar se movendo e colocando sua saúde em risco”, analisou.

E prosseguiu: “Os motoristas de caminhão são responsáveis pelo abastecimento, e muitos não tinham onde comer, onde dormir, pois estava tudo fechado, e isso foi, vamos dizer assim, um tapa na cara de quem trabalha nesse meio para enxergarmos de maneira bruta a realidade de todas essas pessoas. Então isso nos ajudou a ter um movimento mais empático e pensar em como estabelecer novos canais de comunicação para chegar até a ponta e fazer a diferença.”

Novos modelos de negócio

Outro dos convidados da conversa foi o consultor independente Fabiano Sant´Ana, que também expôs suas visões sobre o tema: “Como as coisas se desenvolveram foi algo surpreendente. A gente reconheceu e desenvolveu talentos que eram inimagináveis no modelo anterior. O que veio à tona nesse momento é: como essas empresas médias que produzem produtos industriais passarem a ter essa necessidade de modelo de negócios?”, afirmou.

“Eu estava conversando esses dias e percebemos que o que estava previsto para acontecer até 2025, agora está acontecendo em 2020. Vejo muitas dessas empresas repensando seu modelo e em como criar receita, porque aquela forma de gerar receita anterior, sem tanta participação da economia digital, diminuiu. Então acredito muito que o empresariado brasileiro que conseguir acessar esse tipo de conhecimento fará 10 anos em um ano”, complementou ele.

Quem também esteve presente no debate foi a CIO do Grupo Fleury, Luzia Sarno, que aproveitou as observações dos colegas para emitir suas visões sobre o assunto:

 “As coisas vão acontecer, vão haver problemas, e teremos que ter uma contingência e ter criatividade para resolvê-los. Acho que isso resume nossa realidade, já era assim, mas agora será ainda mais nesse nível”, analisou ela, que prosseguiu com suas visões do momento.

“Como dito pelos colegas, o Grupo Fleury também já estava nessa estratégia digital, mas, como em outras empresas, houve uma aceleração exponencial. Havia um senso de urgência muito mais aguçado, quem não estava no vórtex digital, agora todos nós estamos e temos que enfim acelerar o máximo possível”, complementou.

Empatia em foco

Segundo Luzia, a empatia e as novas tecnologias foram essenciais para que o grupo que representa pudesse entender e se adaptar ao novo momento. Ela desenvolve:

“No nosso caso temos a questão de regulação, já que a telemedicina ainda não estava aprovada, e hoje vemos que era imprescindível isso. A COVID-19 não é a única doença, óbvio, mas num primeiro momento as pessoas que podiam postergar seus exames e procedimentos o fizeram. Mas algumas situações não podem ser postergardas, como grávidas, pessoas com doenças crônicas, por exemplo.”

E continua: “Nessa história de colocar realmente as pessoas na estratégia e ter a empatia para atender aquele cliente da forma como ele precisa naquele momento, a gente percebeu as dores deles.”

“O lado humano sempre foi muito importante, mas nessa toada nós lançamos um drive-thru para que as pessoas pudessem, de dentro do carro, colocar apenas o braço para fora e realizar o exame, e então ir embora rapidamente, de forma segura. Então pensamos no que os pacientes realmente precisavam nesse momento”, completou.

Repensando experiências

Para ela, o delicado momento nos ofereceu uma oportunidade de repensarmos a maneira como fazemos negócios, buscando a experiência do cliente em primeiro lugar:

“Estamos falando de oferecer wellness para os clientes nesse momento, como atendimento de saúde mental. Como exemplo, colocamos uma plataforma gratuita no mercado, pois, se olharmos para o que está ocorrendo na sociedade nesse momento, temos que parar de pensar apenas nesse curto prazo”, analisa.

“Essa é uma posição estratégia, pois quem ficou com você, quem apoiou pequenos vendedores, como a Magalu estimulou os pequenos dando consignação aos produtos, ela conseguiu aumentar seu volume. Então eu acredito muito nesse modelo, nós da Fleury estamos trabalhando nessa linha, e lógico, com a participação ou dos pequenos já existentes ou de Startups, acho que vamos criar uma nova forma de relacionamento para trazer valor agregado maior ao consumidor”, concluiu.

O papel do líder

A visão foi compartilhada por Mauricio, que apontou a empatia como foco principal para a nova meta, que deverá priorizar mais o aspecto humano em detrimento dos negócios.

“O que temos que mudar talvez na nossa forma de gestão é, primeiro: exercitar a empatia, já que as atividades domésticas e diárias estão muito diferentes de pessoa para pessoa, então você tem que ser simpático e empático com todas elas, entendendo o momento de cada um e liderando individualmente”, observa.

E prossegue: “Você tem que tentar fazer com que as pessoas sigam eficientes e produtivas mesmo à distância, sem perceber todas as dificuldades pelas quais possam estar passando. Então agora temos tarefas de intervalos menores, para que você possa acompanhar, mudando a dinâmica para entender também o progresso e as dificuldades de cada um. E claro, mantendo as pessoas motivadas, pois estamos todos angustiados em casa, e as pessoas precisam sentir isso, e o líder tem o papel de manter essa sanidade emocional adequando essas questões para a nova realidade.”

Transição para o home office

Na conversa, os painelistas falaram ainda sobre a rápida transição para o home office, e como enxergam essa brusca mudança de rotina de trabalho. Para Sant´Ana, isso mostrou que o mercado de trabalho está repleto de pessoas capacitadas que souberam superar as dificuldades que surgiram.

 “Pelo que eu vejo nas empresas, as pessoas tem trabalhado ainda mais e gerado muito mais do qeu antes. E detalhe: você precisa pedir para elas pararem, pois elas também precisam ter vida social também, mesmo dentro de casa. Eu vejo as pessoas muito empenhadas a entregar, e só dou parabéns a tudo que tenho visto no mercado dentro disso”, analisa.

A opinião foi complementa por Mauricio, que acredita que as mudanças trouxeram a oportunidade de que as empresas olhem para seus colaboradores de uma nova maneira:

“Quando você passa a ver o indivíduo, e não apenas ele sentado na frente do volante, dirigindo o caminhão, essa é a grande mudança. Quando você entende que também é problema seu o fato do caminhoneiro ter um lugar para dormir, se alimentar, sua saúde financeira”, explica.

“Hoje você pensa o que precisa ter na cabine do caminhão para que ele esteja mais confortável, mas não só isso, pois ele segue sendo uma pessoa ao descer da cabine, comer, descansar, encontrar sua família, etc. Então como podemos usar esses canais para manter essa comunicação e olhar todo o espectro da pessoa, e não só o produto que você tem? Se você se importa de verdade com as pessoas, você precisa olhar a jornada inteira”, completou.

Cultura colaborativa

Segundo Luzia, o papel das novas tecnologias nesse aspecto têm sido vital, já que criou-se uma cultura colaborativa maior do que a que existia anteriormente.

“A digitalização está fazendo muita diferença em dois aspectos. Um é o da informação: a gente ouve a mídia, as informações sendo processadas, nós também processamos as informações dos hospitais, e vemos uma transparência total do que está acontecendo. E vemos também a questão de como as pessoas se engajaram, e eu em particular tenho muita esperança na natureza humana, e vejo uma evolução nesse aspecto de não querer saber mais se é competidor ou não”, observa.

“Nós fizemos uma ação recentemente de derrubar nossos dados em relação à COVID para que as informaões possam ser pesquisadas, e esse é só um exemplo de diversas iniciativas conjuntas de empresas se unindo, divulgando informações, abrindo patentes, então eu vejo essa relação entre a iniciativa privada e pública de forma muito positiva. Então vemos todos se ajudando e unindo esforços em busca de uma solução”, concluiu.

Novos papéis profissionais

Para Fabiano, essa visão nos oferece uma oportunidade de repensarmos nosso papel como profissionais e humanos. Ele se aprofunda:

“Talvez nos próximos anos, ao invés de termos apenas o cliente como centro, nossa responsabilidade será com toda a sociedade. Agora começamos a refletir sobre nossa responsabilidade como empresas, em como ela irá ficar em pé no dia seguinte, pois sabemos o impacto devastador que a COVID está gerando.  Nós teremos uma mudança de gravidade, e ao mesmo tempo essa mudança cultural, pois isso só é possível se as empresas mudarem sua cultura.”

Ao longo da inspiradora conversa, os convidados também aboradaram aspectos como o papel das empresas médias e pequenas nesse ciclo, observando a necessidade de que a empregabilidade e a competitivade desses players seja mantida após esse período difícil.

Outro aspecto abordado foi a resiliência para superarmos os atuais obstáculos, assim como os novos mecanismos que estão redescobertos ou desenvolvimentos no atual cenário. Para os painelistas, haverão ainda impactos na educação e no acesso à informação como um todo.

Assista todas as palestras do Futurecom Digital Summit em: https://videos.netshow.me/informa.

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