Os primeiros testes do 5G começaram na América Latina em 2019, mas apenas em julho de 2022 a tecnologia começou a operar no Brasil.
Em 2023, oito países da América Latina já lançaram o 5G comercial, e a previsão é que o número de ligações 5G cresça de forma contínua com novos mercados 5G entrando em operação e redes existentes ampliando sua cobertura para novas áreas.
Nesta terça-feira, 03 de Outubro de 2023, aconteceu o painel “Forecasting: Evolução da entrada e potencial de crescimento do 5G na América Latina“ no Futurecom com participação do Mediador Raquel Freitas, Conecta Latam e os debatedores Jose Otero, 5G Americas; Rodrigo Robles, União Internacional de Telecomunicações (UIT) - ONU; e Horacio Arricobene, Telefonica.
Horacio Arricobene da Telefonica apresentou o plano de preparação do caminho do 5G na América Latina. Para o palestrante, a tecnologia LTE vai continuar entre nós por mais alguns anos, mas já estão preparando o RAN Sharing para uma implementação mais eficiente e evoluir o 5G compatível com uma RAN única.
O palestrante também destacou a importância da automatização da RAN para novos modelos operacionais, como o Edge Computing e a Telco Edge Cloud. Tudo isso englobando uma tecnologia mais eficiente energeticamente, com um plano de redução e até exclusão do 2G/3G através da reorganização das redes.
Também apresentou novos casos de 5G para o segmento B2B, como Redes Privadas, Network Slicing e Network as a Service (NaaS) e Everything as a Service (XaaS).
Rodrigo Robles da UIT apresentou dados do acesso a internet móvel na América Latina. Em 2021, 5% da população não tinha nenhum tipo de cobertura, maior que a média mundial de 3%. Esta diferença é ainda maior quando comparadas as áreas urbanas e rurais. Em 2022, 3 em cada 10 pessoas não tinham acesso a uma rede móvel.
O especialista também chama atenção para o alto preço dos aparelhos móveis com 5G para a população da América Latina, que em 2021 era de 13% da renda média mensal per capita, comparada a 4% dos países europeus.
Jose Otero da 5G Americas falou sobre a chegada do 5G na América Latina, que foi junto, e em algumas localidades até antes, que a chegada nos países de economias desenvolvidas. Porém, a América Latina ainda carece de um ecossistema de dispositivos e sistemas para escalar as operações. Para massificar o 5G, ou seja, chegar a 50% da base de usuários, é necessário que os aparelhos celulares sejam inferiores a U$75.
Com o aumento de dispositivos por metro quadrado, o palestrante acredita que o ecossistema irá integrar novas tecnologias para garantir a cobertura de internet móvel para a população. Umas das estratégias são acordos de operadoras móveis, tanto nas Américas quanto na Europa, com frotas de satélites para uma cobertura terrestre ou satelital.Também é necessária uma infraestrutura civil de fibra óptica, em que o grande obstáculo é obter a permissão de continuar construindo as redes de telecomunicações regionalmente. Mas, o palestrante acredita que a América Latina em geral está caminhando na direção certa para uma implantação massificada do 5G.
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