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Minutos Corporativos: Teresa Sacchetta, diretora de Saúde da InterSystems

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O 6º episódio da 2ª temporada do Minutos Corporativos é um bate-papo sobre Transformações digitais corporativas nos setores de saúde

Nesta edição do Minutos Corporativos trazemos um interessante bate-papo com Teresa Sacchetta. Ela é diretora de saúde da InterSystems, empresa de tecnologia de dados que constrói produtos de gestão de base de dados com alto desempenho.

Sacchetta é uma renomada profissional na área de tecnologia da informação aplicada à saúde (IT for Healthcare). Com uma carreira dedicada ao desenvolvimento de tecnologias para aprimorar a qualidade dos serviços médicos, ela acumulou experiência em diversas organizações de destaque ao longo dos anos.

A executiva iniciou a carreira cursando graduação em Medicina e, posteriormente, obteve especialização e PhD em Informática Médica pela Universidade de São Paulo. 

O percurso acadêmico da profissional inclui também um MBA em Tecnologia da Informação pela FIA Business School, um MBA Executivo Internacional pela FGV EAESP e uma formação em Estratégia Digital e Analytics no IMD, na Suíça. Além disso, ela ostenta diversas outras licenças e certificações que destacam seu compromisso com a excelência em saúde e tecnologia.

A experiência profissional de Sacchetta inclui passagens por organizações de renome, como o Grupo Fleury, PCA Engenharia de Software, Dell Inc., Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, United Health Group, Hospital Sírio-Libanês, Conexa Saúde, Cuidador de Confiança, Comsentimento e GlucoGear Tecnologia. 

Com atuação abrangente e diversificada no decorrer de sua carreira, a diretora de saúde da InterSystem compartilhou valiosas informações conosco. 

Acompanhe a seguir!

Como a tecnologia na área da saúde se desenvolveu e acelerou a qualidade e os ganhos para os negócios e para os pacientes?

Teresa Sacchetta: “Essa é uma história longa! A Medicina e a tecnologia, elas têm caminhado de mãos dadas há décadas. Não é uma coisa nova. E essa parceria sempre foi fundamental para impulsionar os avanços da área de saúde. 

Então, tem um exemplo que eu acho muito legal de dar que é como a gestante é acompanhada. Na época que a minha mãe estava grávida de mim era uma coisa que tinha aquele equipamento que era o pinard, que você colocava na barriga da gestante, mediam com uma fita, acompanhava desse jeito se o coraçãozinho do feto estava batendo, e hoje as pessoas querem impressão 3D do bebezinho dentro da barriga, ultrassom a cada três meses. 

Quer dizer, cada vez surgem mais tecnologias para diagnóstico, aparelhos de ressonância magnética, tomografia, mamografia digital, cada vez mais avançadas da parte cirúrgica.

Toda a parte de cirurgia endoscópica primeiro, depois robótica, agora aquelas salas com navegação assistida por computador. Então, essas ferramentas que auxiliam os médicos trazem benefícios para as pessoas: cada vez mais precisão, menor invasão, procedimentos e equipamentos. 

Isso tudo significa recuperação mais rápida, não necessariamente um custo menor. E, mais recentemente, até por conta da pandemia, a gente vivenciou isso, toda essa parte de telemedicina, saúde digital, que elas permitem consultas médicas a distância, apesar de muito questionamento, é fantástico você ter essa possibilidade. 

O monitoramento remoto também dos pacientes, acompanhamento contínuo até desses pacientes no dia a dia deles… Esses aplicativos e dispositivos digitais, que estão cada vez sendo mais desenvolvidos e criados, que ajudam as pessoas a gerenciar tanto as condições clínicas quanto também promover saúde, promover estilo de vida mais saudável, que a gente sabe que é fundamental. 

E agora tem todo esse potencial a ser explorado, que são os dados. Então, isso está explodindo. Na InterSystems, a gente está muito empenhado em abordar isso, esses desafios são mais complexos, mas que são fundamentais. 

Cada vez você tem, por conta deste digital, cada vez você tem mais disponível e você precisa se aproveitar disso. Então, a análise desses dados tem permitido a extração de informações. 

Você consegue também identificar tendência epidemiológica, você consegue prever coisas, prever surtos de doenças, principalmente, que é o que eu mais gosto, você consegue personalizar e levar escala. Você consegue personalizar em escala que eu acho que isso é chave para o momento que a gente vive. 

Então, para mim, a gente tem pela frente esse horizonte repleto de promessas e possibilidades cada vez mais.”

O compartilhamento dos dados dos pacientes é a base de uma nova relação entre eles e os prestadores de saúde, e o histórico clínico de saúde com dados provenientes de diferentes fontes de instituições ao longo de toda a jornada de cuidado permite diagnóstico mais rápido e preciso. De que maneira a inteligência artificial colabora e soluciona todas essas questões?

Teresa Sacchetta: “A inteligência artificial pode atuar de diversas formas, em vários pontos da cadeia de valor da saúde e em vários pontos da operação dentro das instituições, das empresas, dos hospitais, e também ao longo da jornada do paciente. Isso é até meio óbvio. 

Então, desde automatizando tarefas rotineiras e repetitivas, que isso é feito em qualquer outro setor e aí liberando o tempo do profissional de saúde para que eles se concentrem em atividades mais complexas e de maior valor. Isso inclui, inclusive, tarefas administrativas. 

Desde o registro de dados, agendamento de consultas, uma coisa que ainda é problemão na área de saúde é você registrar o que acontece em uma consulta, você fazer esse registro da sua saúde. 

Hoje em dia, com ferramentas de processamento de linguagem humana, de voz para texto, acredito que vai melhorar muito isso ao longo do tempo, mas além de tudo isso, você tem toda a parte de análise, de grandes volumes de dados, que é feito muito mais rápido, muito, de uma forma muito mais precisa usando a inteligência artificial. 

E, da mesma forma que você analisa dados, analisa imagens, você analisa histórico e tudo isso pode auxiliar aos profissionais de saúde no diagnóstico, no tratamento, o que a gente fala do suporte à decisão que isso é absolutamente crucial. 

Você tomar as decisões de uma forma mais rápida e com base nesse conjunto de dados que numa consulta rápida, que hoje a gente sabe que é realidade, na maioria das situações, consultas que duram alguns minutos que o médico não teria tempo hábil, muitas vezes, para fazer todas as perguntas. 

Eu escuto o tempo inteiro. Então, você trazer isso mastigado, você apresentar isso na tela do médico, isso daí tem ganho operacional, mas mais do que isso até, de impacto na qualidade dessa assistência, isso quando você está dentro o intramuros, que a gente fala quando você expande, você vai para o extramuros, que é quando o paciente está fora do hospital fora do consultório. 

Existe um gap enorme de data e de cuidado ali, então você consegue fazer esse monitoramento remoto criando regras, criando indicadores, mapeando riscos e identificando desvios nos padrões do que é esperado para estar acontecendo com aquele paciente naquele determinado momento, na linha do que você falou, você consegue agir. 

Você consegue agir à distância, você consegue agir precocemente, você consegue evitar uma ida ao pronto-socorro desnecessária, você consegue evitar um agravamento de uma condição que, às vezes, a solução é beber água que você vai melhorar, para um paciente idoso. 

Então, agora, ele está ali, está sozinho, ele não sabe o que está acontecendo com ele. Mas se ele tiver alguma forma rápida de por meio de monitoramento, seja por um aplicativo em que ele registra o que está acontecendo com ele, e a inteligência artificial sendo aplicada em cima desses sintomas, você consegue ter muitos benefícios.

E esse é só um exemplo, mas você consegue daquela forma que a gente falou, com base nos seus dados, no seu histórico, no seu antecedente familiar, você consegue antecipar, por exemplo, uma resposta possível que você vai ter diante de determinado medicamento ou uma terapia. 

Aí você consegue alterar. Não, não vou dar esse remédio, vou dar esse outro, não vou fazer esse tratamento, vou fazer de outra forma, então você consegue atuar de uma forma personalizada e precoce em escala, que é aquilo que a gente estava falando, porque hoje a Medicina é um a um, mesmo com a telemedicina, é médico com paciente. 

Usando a tecnologia Inteligência Artificial, consegue embutir ali na tecnologia o raciocínio médico para que aquilo atue por uma população de indivíduos. É pouco do que dá para fazer. 

E a análise de dados também: quando você pegar grandes dados e analisa esses dados, você também pode ter insights muito mais interessantes e está sendo feito na Europa, por exemplo, para a criação de programas de saúde populacional. E com isso você consegue otimizar recursos, você consegue, com isso, também, ampliar acesso e melhorar a qualidade da saúde.”

Como é o Smart Data Fabric acelera as iniciativas de dados também no setor da saúde?

Teresa Sacchetta: “Essa é uma questão mais técnica. Eu não tenho perfil muito técnico, mas, enfim, o primeiro ponto que eu acho interessante colocar aqui, é que a gente fala de saúde e, muitas vezes, existe um preconceito em relação à saúde, mas o setor de saúde é tão dependente, beneficiado e como qualquer outro setor necessita de tecnologia da mesma forma. Ele tem as suas particularidades, tem questões que fazem dele um setor único.

Eu já vi uma vez uma pessoa falando que um hospital, acho que consegue ter uma operação que tem todo tipo de complexidade, juntando de vários outros negócios dos setores, mas, enfim então da mesma forma que qualquer outro setor da economia, você incorporar a tecnologia e o Smart Data Fabric é uma tecnologia nova, interessante, ela vai trazer automação com eficiência. 

Agora, hospitais que usam SAP como sistema de back-office, para gestão financeira, gestão de RH etc. Todas essas tecnologias são utilizadas e beneficiam o setor saúde e o Smart Data Fabric é um deles, mas, especificamente falando sobre essa tecnologia, ela é uma abordagem de arquitetura de dados e o'que ela tem de interessante é que ela combina a integração de dados com tecnologia de inteligência artificial e aprendizado de máquinas. 

Então, isso já vem meio que combinado numa mesma solução. E essa é uma enorme vantagem, ela é uma tendência, de maneira geral, em outros setores da economia. Ela permite com que as organizações gerenciem o acesso a esses dados que são provenientes de diferentes fontes, você consegue unificar isso de uma maneira mais inteligente. 

E, em cima disso, você aplica a inteligência artificial e o aprendizado de máquina para poder depois fornecer esses insights preditivos e personalizar o acesso. 

O que tem de particular na saúde aqui, que eu acho que essa pergunta é muito interessante por conta disso, porque no setor de saúde existe uma coisa que é o padrão, que a gente ouve falar assim: ‘o padrão de interoperabilidade de dados’, ‘padrão de dados’, então tem muita gente que fala se a saúde não adota padrão no Brasil. Isso é uma verdade. 

Então, para diferentes instituições e diferentes sistemas falarem entre si é uma dificuldade. É como se cada sistema falasse uma língua própria, então na hora de interoperar dados você tem uma grande dificuldade no setor de saúde. 

Uma tecnologia como da InterSystems prescinde dessa padronização. Ela faz essa padronização, vamos dizer, de uma forma pouco técnica. Mas é isso, ela já permite com que sistemas que falam em linguagens diferentes ou que usam padrões diferentes consigam se comunicar entre si. Então, para a saúde, em particular, isso é muito interessante”.

O que é o IRIS for Health?

Teresa Sacchetta: “É uma solução, é uma plataforma, inclusive, que permite o desenvolvimento de software. Essa plataforma foi desenvolvida pela InterSystem, e ela foi projetada especificamente para atender às necessidades do setor saúde. 

Ela também é usada no IRIS como plataforma, é usada para qualquer setor, mas o IRIS For Health tem particularidades para atender o setor de saúde. E ele permite exatamente isso que a gente estava falando, a integração de sistemas heterogêneos. Facilitando esse compartilhamento de dados. 

E tem essa característica que a gente estava comentando que ele suporta, uma variedade de de modelos de dados, que incluem tanto diferentes modelos, imagens, dados de laboratório, registro de retorno de saúde, dados de prontuário, dados clínicos, e permite o desenvolvimento também com recursos de desenvolvimento que são baseados em linguagens de mercado, como SQL, Java, C++, Python, JavaScript. Você pode programar diferentes tecnologias. 

Aqui no Brasil, em que estágio a gente está nesse sentido? Hoje, a gente tem empresas que interoperam dados dentro delas. Então, essa é uma questão bastante polêmica e muito discutida. Avançou-se bastante em grupos, grandes grupos que trocam dados, inclusive, às vezes a gente está falando de grandes grupos, mas às vezes até hospital, que tem prestador de serviço que faz parte de exames laboratoriais. 

Essa tecnologia faz com que você consiga, de uma maneira muito mais fácil, interoperar ou integrar os dados entre esses diferentes sistemas e depois monitorar. Um exemplo interessante que a gente tem de cliente é que ele fala que ficava sabendo que o sistema caiu porque o médico do pronto-socorro, que tem meu telefone pessoal, me liga desesperado avisando que o sistema caiu, ou, então, a UTI, falando : ‘Não tô conseguindo acessar os resultados de exames’.

O impacto é enorme. Você trabalhando com uma plataforma que gerencia toda essa integração, tem ali monitoramento por trás que te alerta sobre qualquer coisa que aconteça. 

Além de facilitar você fazer essas integrações, ela te alerta caso ocorra algum problema e,muito facilmente, você acessa ali o console de monitoramento e você enxerga onde exatamente está o problema e você também consegue corrigir muito mais rápido. 

O depoimento dessa pessoa era que agora, muitas vezes, antes de ter impacto, porque problemas ocorrem, a gente sabe disso, mas muito antes de ter qualquer impacto na ponta, ele já ficava sabendo, ele atuava e ninguém nem ficava sabendo tinha tido algum problema. Mudou a vida dele. Ele passou a fazer as integrações muito mais rápido e também conseguia dar uma resposta muito mais rápido quando havia algum tipo de problema. 

E, assim como isso, a gente tem vários exemplos, que não valeriam a pena falar aqui. Mas ainda, majoritariamente aqui no Brasil, dentro da mesma instituição. Então, é hospital integrando diferentes sistemas e serviços dentro do próprio hospital, ou uma pequena rede que está integrada ou uma grande rede que também tem vários hospitais e quer integrar tudo e consolidar esses dados e depois analisar esses dados dentro de casa.

Algo que ocorre cada vez mais fora do país são diferentes grupos se integrando, e também na Europa, por ser uma característica de sistema de saúde diferente, o sistema ele é público nacional em boa parte das vezes também, todo o país com os dados da sua população integrados e consolidados e você coordenando os programas e a tomada de ação e o gerenciamento de alertas, todo o plano de saúde do país passa a ser amparado por uma plataforma que organiza esses dados, apresenta esses dados, facilita o envio desses alertas… É muito bacana de ver.”

Como você vê o futuro da saúde?

Teresa Sacchetta: “Vai ser uma saúde conectada, esse é o termo. E, na verdade, o que significa isso? Vai estar tudo digitalizado, você vai ter diversos sensores, um termo genérico que eu gosto, você vai ter sensores que vão estar monitorando os seus dados de saúde o tempo inteiro. Você vai durante a noite se eu tiver algum desequilíbrio quando acordar de manhã está com a minha consulta marcada. E ele inclusive, chamar o meu táxi ou o Uber. Enfim, tudo conectado. 

Eu acredito muito nisso. De tudo conectado e integrado, e aí quando você chegar se você tiver que ir para uma consulta, esse médico já vai ter todos os seus dados, se você for para o pronto-socorro também, inclusive você chega no hospital, ele já te indica para onde você vai, qual sala. Várias das etapas do processo do hospital hoje são desnecessárias, burocráticas, tem muito desperdício no setor de saúde. E tudo isso vai ser constantemente monitorado. 

Vai estar tudo integrado a esses dados, vão ser compartilhados entre as instituições, eu não tenho a menor dúvida disso. E acho que o ponto interessante para destacar é que a restrição não é tecnologia. 

Esse futuro que a gente pode antever que a gente vê assim, a tecnologia hoje ela já existe, já tem essa possibilidade de fazer ela não é uma restrição hoje, tem questões financeiras, culturais, tem questões políticas, enfim, tem questões nesse entorno, mas não é uma barreira tecnológica. E essa tecnologia não é uma questão de conveniência. 

Ela transforma o futuro da Medicina, tem o potencial realmente de dar acesso á muito mais gente de tornar o que hoje é impossível, que 50% da população do mundo não tenha acesso à saúde, isso pode se tornar possível se a gente quiser, porque a tecnologia já está aí”.

Quando a gente fala de dados, fala de ataques cibernéticos. E aí, a gente vê que eles também estão bem evoluídos. Qual é a importância de um plano de atualização constante e como isso pode impactar na efetividade da segurança cibernética das empresas?

Teresa Sacchetta: “Olha, essa questão é absolutamente fundamental, e ela deve estar na pauta da alta direção de qualquer empresa e talvez até mais na área de saúde. A saúde tem uma questão que é a privacidade dos dados de saúde da população, e esse tema precisa estar na pauta da governança corporativa. 

Então, assim como se discutem riscos de estratégia, riscos de mercado, risco de fraude, corrupção, risco financeiro, operacional, ambiental, social, enfim, como se discutem todos esses riscos dentro do guarda-chuva da governança corporativa, o risco da segurança cibernética precisa estar ali. Com a mesma seriedade, e como eu falei na saúde talvez até ainda mais. 

Quando a gente fala de privacidade de dados do paciente, isso tem implicações muito diferentes, envolvidas em um tema bem polêmico, se a operadora poderia ter acesso ao seu histórico de saúde ou não, é uma discussão bastante ampla. 

Mas, a princípio ninguém pode ter acesso a não ser que você deu consentimento ao seu dado de saúde, e toda vez que você tem lá os seus resultados de exame, o seu histórico de saúde, de cirurgias, atendimentos, qualquer coisa numa instituição ela é guardião daquele seu dado e ela precisa garantir que aquele seu dado não vai ser hackeado ou roubado.

E a gente sabe que isso é muito complicado, isso é muito difícil. Esse tema, devido à relevância, ele tem leis regulamentações nos Estados Unidos. Na Europa tem o GDPR, no Brasil a LGPD, que foi criada até com base nessa legislação europeia, e que elas estabelecem já algumas diretrizes que são claras sobre como essas informações devem ser coletadas, armazenadas, compartilhadas e acessadas. 

Mas você precisa implementar medidas que são robustas, desde a parte toda de infra mesmo né de criptografia, autenticação em dois fatores, tem várias coisas que você pode fazer do ponto de vista técnico mesmo em relação a boas práticas de segurança. 

E outro ponto que absolutamente fundamental é treinar, conscientizar também outros dados que dizem que a maior parte das invasões ocorrem por uma questão relacionada a algum funcionário da instituição que eu clicar naquele link malicioso ou tem uma senha fraca. Então essa questão do treinamento e conscientização também é fundamental.

E a falha na proteção desses dados, vai além da questão de penalidade legal e multa. Você tem os dados da reputação e confiança né, é uma perda de confiança então é bastante sensível esse tema. Então, isso tem que ser tema de governança corporativa.”

Se você pudesse conversar com alguém até mesmo se essa pessoa não estiver mais entre nós, com quem você conversaria e por quê?

Teresa Sacchetta: “Do ponto de vista mais técnico, uma pessoa que eu adoraria ter oportunidade de conversar é o Alan Turing, que foi dos pioneiros da computação, e que fez contribuições absolutamente fundamentais, para o desenvolvimento de algoritmos. 

Quando eu penso em inteligência artificial e abordagens inovadoras, analíticas por conta desse passado dele, eu perguntaria a ele: qual seria sua abordagem? Que tipo de abordagem você usaria para criar algoritmos que poderiam ajudar a prever, por exemplo, o surto de uma doença.

E para promover a mudança de hábito das pessoas, que algoritmo que eu poderia criar para promover a mudança de hábito, para fazer com que a pessoa consiga mudar para uma vida mais saudável? 

Aquilo que a gente estava falando para ter uma qualidade de vida melhor no futuro. Eu gostaria muito de ouvir o que ele falaria, ele era uma pessoa que também tinha toda uma questão humana, uma compreensão dessa intersecção de humanidade e tecnologia também que são fundamentais. 

Outra pessoa que eu adoraria conversar é o Winston Churchill. Aqui a gente sabe que o problema não é técnico, nós temos problema de liderança, a gente tem um problema de visão estratégica. 

Por que isso não avança mais rápido? Porque tem uma visão de ganho de curto prazo, porque tem uma visão de que os meus dados são meus e eu não vou compartilhar com ninguém. Eu gostaria muito de uma ajudinha do Churchill, o que a gente poderia fazer para incentivar essa colaboração entre diferentes players? Ao mesmo tempo tem a questão ética. 

Outra pessoa que eu queria trazer pra essa conversa é o Muhammad Yunus, e o que eu gostaria de ouvir dele é  essa abordagem que é super importante. A gente fala muito do centrado no paciente e ele fala que a abordagem das empresas precisa ser centrada no ser humano.

A gente tem esse jargão na área de saúde centrado no paciente, mas não é centrado no paciente, não é. E mais do que no paciente, ela tem que ser centrada no cidadão, ela tem que ser centrada no ser humano, e com o compromisso que vai além do dinheiro.

Adoraria falar com ele pra ver o que ele poderia trazer pra gente de sugestões, de como que a gente poderia, de fato, colaborar uma abordagem mais holística da saúde entre pública e privada com essa visão de longo prazo com o foco no impacto social. Então, acho que ele também estaria para muita gente.”

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