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Os próximos passos do open banking no Brasil

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Iniciado no Brasil em 2021, sistema financeiro que permite a troca de dados entre as instituições financeiras traz diversas possibilidades aos clientes. Entenda!

O Open Banking, sistema que permite o compartilhamento de dados entre instituições financeiras com a anuência dos clientes, já está em vigor no Brasil. O sistema está em implementação em quatro fases, tendo sido iniciado em 2021.

Chamado também de Open Finance, o conceito promete revolucionar todos os setores bancários, trazendo melhor oferta de crédito e produtos financeiros à população. Mas quais são os próximos passos dentro deste cenário?

Com o tema “O tsunami ‘Open’: os próximos passos para colocar cada vez mais brasileiros para dentro deste jogo”, o assunto foi debatido na seção Future Payment do Futurecom 2022.

Com mediação de Boanerges Ramos Freire, Sócio-presidente da Boanerges & Cia, o painel contou com participações de Elias Sfeir, Presidente da ANBC - Associação Nacional dos Bureaus de Crédito; Eduardo Prota, CEO da N26; Ricardo Taveira, CEO da Quanto; e Priscila Faro, Diretora de Legal Fintech do Mercado Livre.

Confira abaixo os principais pontos abordados pelos especialistas no painel!

O exemplo do PIX como modelo de novas possibilidades financeiras

Abrindo sua introdução, Boanerges destacou o exemplo do PIX como sucesso das novas possibilidades financeiras do Brasil. Para ele, a tendência é o Open Banking seguir se aprimorando, trazendo ainda mais vantagens aos clientes.

“Estamos falando de novos bancos digitais, de marketplace, com a presença das finanças na vida das pessoas e das empresas de forma muito mais ampla, o que é chamado de omni finance, e assim contratar serviços de acordo com sua necessidade”, explicou ele.

Para ele, o Open Banking é apenas o começo da trajetória, com o Open Finance sendo ainda mais amplo, se inserindo dentro do Open Data e do Open Society.

“Isso traz também maior acesso, qualidade de serviço, competição, melhor experiência e em última instância um menor custo, então é uma mudança profunda e estrutural. É uma mudança muito mais ampla que o PIX”, analisou.

Ainda segundo Boanerges, “o Open Finance é um conceito, uma prática e uma moldura regulatória mas que só vai se efetivar quando se transformar em benefício para o consumidor final”.

Segurança e cidadania digital no avanço do Open Banking

Na mesma toada, Elias Sfeir, da ANBC, destacou o termo “Open Citizenship”, que ele ilustrou com exemplos:

“A cidadania digital está por trás disso, o ser humano. Não é o foco no cliente, é o foco do cliente. Olhando nas necessidades dos clientes, temos saúde, finanças, investimentos, segurança, e sabemos que nesses últimos 300 anos os recursos se financiaram”, pontuou.

Sfeir prosseguiu: “Falando do Open Banking, ele se iniciou na Inglaterra em 2018, no Brasil em 2021. Tem 40 instituições no Reino Unido, aqui temos 800. Lá são 3 milhões de participantes, aqui são 7,5 milhões, e tende a crescer.”

Elias comentou que o avanço do sistema Open Finance ajuda a reduzir a inadimplência, o que permite a diminuição da taxa de juros.

Para Eduardo Prota, da N26, a experiência do Reino Unido mostrou questões que envolvem não só a tecnologia para o Open Banking, mas a finalidade que ele traz, o que, para o especialista, ainda é incerto.

“Acho que estamos começando a ver por lá que, ainda que o primeiro passo seja o de infraestrutura de dados, onde temos que chegar é encontrar casos de uso que geram valor ao cliente. Sinto um pouco que temos hoje uma grande solução buscando um grande problema”, reflete.

Ele acrescenta: “As soluções que foram criadas até hoje ainda não alçaram isso, e o próximo passo será o de chegar a uma solução que resolva um problema. Avançamos muito como fintech e como mercado bancário, mas podemos avançar mais. Há problemas que existem e que podem ser resolvidos com o Open Banking.”

O cenário do Open Banking brasileiro em comparação com outros mercados globais

Prosseguindo o painel, Ricardo Taveira, da Quanto, destacou que esta tecnologia seguirá demandado soluções, e que o Brasil traz particularidades próprias pelo tamanho de seu mercado financeiro, amplamente superior ao de outros países.

“A tecnologia é um desafio evolutivo, não estático. Estamos já falando da versão 2 do Open Banking que vai significar uma reengenharia do sistema com melhoria. No Brasil isso é muito mais amplo. O Reino Unido teve seu processo, e no Brasil estamos tentando fazer isso para muitas outras coisas. Temos a dimensão de que não é só o dado, mas a movimentação do recurso”, pontuou.

Segundo ele, é preciso que as instituições enxerguem formas de apresentar as vantagens do Open Banking como facilitadores para os clientes. Ele comenta:

“Por que eu vou compartilhar meu dado, em troca do quê? Se for para cotar um financiamento mais rápido entre cinco ou dez bancos, ou conseguir um apartamento de dois dormitórios ou um de três suítes, eu vou concordar em compartilhar meus dados. Ainda depende muito de poder usar o dado dentro do contexto de negócios.”

A regulamentação e o papel do Banco Central no avanço do novo sistema bancário

Abordando o tema da regulamentação, Priscila Faro, do Mercado Livre, destacou que a segurança e a divulgação das facilidades do sistema Open Finance aos clientes é um dos atrativos que devem ser melhor trabalhados pelo setor.

“A gente vê atividades da fase 3 já em andamento, que é o iniciador de pagamentos, que é conseguir fazer uma operação entre duas instituições partindo de uma terceira, que não necessariamente onde você tem uma conta bancária. E isso, embora esteja em andamento, ainda tem que ser bem divulgado, explicado e inserido na cultura do brasileiro, que é como foi o caso do PIX”, diz ela.

Priscila prosseguiu: “Temos esse desafio tecnológico, o desafio da segurança dos dados, e as normas do Banco Central (BC) vem em linha com a LGPD também, e observando as regras que foram colocadas para proteger os dados do consumidor, pois o Open Finance tem como premissa maior que o dono da informação é o usuário, clientes, e não a instituição financeira.”

Ainda de acordo com Priscila, tal oportunidade de abertura traz uma série de vantagens, assim como deveres que devem ser compartilhados tanto entre as instituições quanto pelos clientes, que passam a cuidar de seus próprios dados.

“A partir que é dado esse empoderamento ao cliente, também vem muita responsabilidade, pois agora ele é dono da informação e tem que usar isso de forma muito responsável e com instituições de confiança. O BC tem um papel fundamental em trazer essa segurança, e na minha opinião isso vem sendo realizado de forma muito bem feita”, finalizou.

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