• Redes Privadas no Brasil
  • Flexibilidade tecnológica: 4G, 5G e redes híbridas
  • Edge Computing e redundância: pilares da arquitetura crítica
  • Cibersegurança integrada desde o projeto
  • O papel do líder de TI na transformação digital
  • ROI, escalabilidade e estratégia de expansão
  • Tendências para os próximos cinco anos

O mais novo episódio da série Futurecom Connect traz à tona uma discussão aprofundada sobre redes privadas em contextos de missão crítica, com foco na implementação de infraestrutura resiliente, escalável e segura para setores como energia, mineração, óleo e gás, e agronegócio. Mediado pelo colunista apresentador Márcio Montagnani, o bate-papo contou com Alexandre Vallejo, diretor de vendas para energia na Nokia, e Leandro Galante, responsável pela área de Networks da NEC.

Redes Privadas no Brasil

Redes públicas ainda dominam a infraestrutura de comunicação em muitas operações industriais, mas não foram desenhadas para garantir continuidade e performance em cenários operacionais de alta criticidade. Galante destaca que a arquitetura dessas redes limita o controle de parâmetros essenciais, como latência e QoS, o que compromete sua eficiência em ambientes que exigem alta disponibilidade.

Vallejo complementa com a visão da Nokia, enfatizando que a evolução da regulação brasileira, especialmente com a destinação de espectro para uso industrial pela Anatel, abriu caminho para que utilities e indústrias explorem redes privativas com capacidade de orquestração fina e autonomia operacional.

Flexibilidade tecnológica: 4G, 5G e redes híbridas

Ao contrário do que o mercado possa imaginar, o 5G não é obrigatoriamente a tecnologia mais indicada para todos os casos. Ambos os especialistas destacam que o 4G privado continua sendo uma solução altamente eficaz, sobretudo em aplicações de baixo tráfego ou com menor sensibilidade à latência.

O modelo ideal, segundo os especialistas, é adotar uma arquitetura híbrida, onde o 4G oferece cobertura ampla e robusta, e o 5G é empregado em pontos críticos para operações que demandam altíssima velocidade e baixa latência. Essa abordagem permite escalar a rede conforme o crescimento da demanda e manter custos de propriedade otimizados.

Edge Computing e redundância: pilares da arquitetura crítica

Outro destaque do episódio é a abordagem técnica sobre arquiteturas resilientes, com ênfase na redundância energética e de conectividade. Vallejo ressalta que em setores como energia e mineração, a confiabilidade é fator decisivo, e o desenho da topologia deve contemplar fontes diversas de alimentação elétrica, caminhos de rede alternativos e inteligência na borda (Edge).

Para Galante, o Edge Computing se consolida como uma ferramenta indispensável em aplicações como vídeomonitoramento e telemetria industrial, permitindo processar dados localmente e aliviar o tráfego na rede principal.

Cibersegurança integrada desde o projeto

Com o aumento da sofisticação dos ataques cibernéticos, a segurança de redes privadas foi amplamente debatida. A interface aérea das redes privativas, associada a autenticação via SIM card e sistemas de gestão robustos, oferece um patamar superior de proteção. Ainda assim, os especialistas reforçam que a governança de segurança deve ser tratada como parte integrante do planejamento da infraestrutura, e não apenas como um apêndice posterior.

A Nokia, por exemplo, incorpora módulos de segurança nativos em sua solução NDAC, integrando recursos de detecção de ameaças diretamente ao core da rede privada.

O papel do líder de TI na transformação digital

Vallejo e Galante concordam que o novo líder de TI deve ser um orquestrador de integração entre tecnologia e negócio. Em um ambiente onde conectividade passa a ser habilitadora de produtividade e eficiência, cabe ao CIO ou CTO identificar oportunidades, avaliar ROI e dialogar com as unidades de negócio.

A fluência em temas como cloud, IA, redes privadas e gestão distribuída se soma a soft skills como negociação interna, liderança remota e comunicação estratégica.

ROI, escalabilidade e estratégia de expansão

Uma das partes mais aguardadas do episódio foi a discussão sobre modelos de expansão de redes privadas em múltiplos sites e como justificar o investimento. Em geral, os projetos começam com uma planta piloto e evoluem conforme maturidade e resultados.

Leandro enfatiza que a NEC tem atuado em projetos dedicados, com infraestrutura 100% instalada no cliente, visando garantir isolamento e controle total. A expansão posterior pode ser feita com arquiteturas mais distribuídas, desde que haja conectividade confiável e capacidade de gestão remota.

Tendências para os próximos cinco anos

Na projeção para o futuro, os especialistas vislumbram um crescimento exponencial das redes privadas industriais, com aumento da adoção por empresas de todos os portes e massificação de casos de uso, como operações autônomas, monitoramento em tempo real e segurança operacional.

Missão crítica vai se tornar a nova normalidade nas operações digitais, e as redes privadas são a fundação dessa nova era de automação e conectividade industrial“, conclui Vallejo.

Galante acrescenta: “A evolução das redes privadas é inevitável, e o Brasil está no caminho certo. O desafio está em alinhar tecnologia, regulação e estratégia para acelerar essa transformação nos setores essenciais”.

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