• Sustentabilidade deixa de ser diferencial e vira exigência
  • Proximidade e regionalização ganham protagonismo
    • Inteligência artificial e dados impulsionam nova arquitetura
  • Brasil como campo estratégico para crescimento

No 14º episódio do podcast Futurecom Connect, o apresentador Márcio Montagnani, colunista do portal Itshow, recebeu três especialistas com atuação direta na evolução da infraestrutura digital no Brasil: Paulo Godoy, Country Manager da Pure Storage, João Walter, Diretor de Produtos e Estratégias de Edge da Ascenty, e Diego Giulidori, executivo da Equinix.

O debate girou em torno dos principais fatores que estão impulsionando a mudança no modelo de data center, que precisa acompanhar a escalada no consumo de recursos computacionais e, ao mesmo tempo, atender demandas por sustentabilidade, proximidade com o usuário e alta eficiência.

Sustentabilidade deixa de ser diferencial e vira exigência

Segundo Paulo Godoy, o uso inteligente de energia deixou de ser uma meta opcional. “Os clientes estão mais atentos ao impacto ambiental das operações digitais. O consumo de energia virou uma métrica de negócio“, destacou.

João Walter reforçou que é preciso encarar o tema como parte do planejamento estrutural. “Há uma tendência de distribuição da infraestrutura, mas isso só faz sentido se for sustentável. Não adianta levar um data center para mais perto da demanda e aumentar o consumo total.

Proximidade e regionalização ganham protagonismo

A ideia de que a localização importa ganhou força no episódio. João afirmou que a demanda por latência ultrabaixa e conectividade local está moldando a arquitetura de data centers no Brasil. “Hoje, empresas precisam operar em tempo real, com dados sensíveis. Isso muda completamente a forma de pensar a infraestrutura.

Diego Giulidori acrescentou que o modelo tradicional de grandes data centers centralizados está sendo substituído por redes de interconexão distribuídas. “A interconectividade entre provedores, plataformas e empresas é hoje um ativo estratégico.

Inteligência artificial e dados impulsionam nova arquitetura

Com a chegada da inteligência artificial em escala e a explosão do volume de dados, a pressão sobre a infraestrutura digital nunca foi tão alta. “Cada vez mais empresas estão adotando IA em processos de negócio, e isso exige uma capacidade computacional que poucos estão preparados para oferecer com eficiência“, alertou Paulo.

Diego destacou que a discussão sobre IA não pode ser feita sem considerar o papel dos data centers. “É no data center que tudo acontece. Se não houver infraestrutura adequada, não tem entrega de IA, de nuvem, nem de experiência digital.

Brasil como campo estratégico para crescimento

Os convidados também discutiram o potencial do Brasil para se tornar um hub regional de infraestrutura digital. Cidades como São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre foram citadas como pontos críticos para interconexão internacional e regionalização de serviços.

O Brasil tem escala, tem consumo digital crescente e precisa investir em talentos e regulação para acelerar“, disse João. Diego completou que a interconexão local ainda é um desafio em muitas regiões. “A expansão exige integração entre provedores, clientes e poder público.

Siga o Futurecom nas redes sociais e assine a News para ficar por dentro de todas as notícias dos setores de Tecnologia, Telecom, TI e Internet.