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Saúde conectada: o verdadeiro valor de uma boa IoT

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Tomadas rápidas

  • A Internet das Coisas (IoT) é definida como um ecossistema de coisas físicas que estão conectadas à internet.
  • A "coisa" em IoT pode ser qualquer objeto que tenha um endereço IP atribuído e tenha a capacidade de transferir e coletar dados em uma rede.
  • Na saúde, está dividido em 4 processos básicos: coleção, conversão, armazenamento e análise de dados.

A demanda pela saúde conectada disparou desde 2020, alimentada principalmente pelo COVID-19 e pela necessidade de fornecer monitoramento remoto da saúde para dar conta de uma demanda que antes era exclusivamente presencial. Um estudo recente prevê um crescimento de sete vezes na telessaúde até 2025! A pandemia acabou interrompendo o setor de saúde de uma forma, mas acelerou em direção a uma nova era da saúde inteligente. Junto com essa mudança vem um novo comportamento do paciente: o paciente conectado.

Nessa pesquisa recente feita nos EUA descobriu que dois terços agora estão dispostos a tentar o atendimento virtual por causa da crise de saúde em andamento. Certo, mas telessaúde/telemedicina não é apenas uma simples videochamada?

De forma alguma essa nova modalidade assistencial pode envolver uma variedade de tecnologias, como é o caso do monitoramento remoto de pacientes (RPM), o qual permite que os cuidados sejam prestados fora do ambiente tradicional de saúde, aumentando o "guarda-chuvas” assistencial hospitalar - veja esse artigo que descreve algumas formas de expandir os limites do hospital para o digital.

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Essa nova forma de entregar saúde vem trazendo benefícios que já são comprovados. Dentre eles está a maior flexibilidade e redução dos riscos de transmissão de doenças, além de outros que ainda estão sendo mapeados. Pense em uma cidade como a grande São Paulo, o transtorno de conseguir se deslocar até um consultório ou clínica para uma consulta. Hoje soa como absurdo, mas não se esqueça que funcionou assim desde sempre...e continua.

Mas, para que a telessaúde funcione com eficiência ideal, ela precisa ser altamente precisa, confiável e capaz de retransmitir os dados de sinais vitais em tempo real. Dispositivos de telessaúde exigem conectividade IoT excepcional – o risco de latência tem um preço alto, impactando negativamente na experiência do paciente, assim como a assertividade diagnóstica. Não falo apenas de cirurgia robótica. A latência para o input de dados vitais de um paciente em cuidados integrais pode impactar no tempo para definir a conduta. Pense se o sistema de identificação de queda do Apple Watch demorasse vários minutos / horas para transmitir o alerta. Pois então 

Abaixo eu listo três áreas de saúde digital e atendimento domiciliar em que a conectividade bem estruturada é vital…. literalmente.

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Monitoramento passivo

Essa área envolve dispositivos conectados em residências monitorando silenciosamente o comportamento do paciente. O objetivo aqui não é a interação direta, apenas a observação dos padrões dos pacientes. Dotados de critérios, eles desencadearão a ação se perceberem uma alteração preocupante no comportamento.

Alguns podem ter como gatilho uma resposta imediata, por exemplo, um detector de queda pode contatar imediatamente um cuidador ou uma central de vigilância. Outros podem usar indicadores mais sutis de dados coletados de vários dispositivos conectados.

O MemoHub, da Alcuris, é um bom exemplo deste último caso. O hub conecta dispositivos inteligentes em torno da casa de uma pessoa, como eletrodomésticos (geladeiras, ar-condicionado, cafeteiras digitais) e outros eletrônicos, e envia esses dados para o banco de dados da Alcuris AWS na nuvem, onde realiza análises para obter insights. Mudou o comportamento repentinamente? Dispara alertas. Ele também pode monitorar mudanças graduais que podem indicar a necessidade de rever os regimes de atendimento - os hábitos e rotinas dos pacientes.

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Monitoramento ativo

É aqui que os dispositivos IoT exigem uma ação proativa da equipe de saúde.

Câmeras ou alto-falantes em residências permitem que parentes ou cuidadores façam check-in em intervalos regulares. Os botões de pânico garantem aos moradores que alguém estará lá se eles precisarem. Logo poderemos implementar I.A. para automatizar essa interação, com gatilhos de alerta e mecanismos de resposta esperada. Por exemplo, as babas eletrônicas hoje já vêm embarcadas com I.A. para vigiar seus filhos. Muitas alterações fisiológicas são detectadas pelo algoritmo e emitem sinais de alerta. Já pensou se o delay para avisar que a febre do seu filho vem piorando?

Os dispositivos de GPS (TAGs) habilitados para IoT podem acompanhar os pacientes mesmo fora de casa, fornecendo uma linha direta para ajudar e uma maneira de localizá-los.

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Monitoramento da condição

Esta última área envolve o monitoramento contínuo das condições de saúde, combinando as duas primeiras abordagens e geralmente envolvendo dados de saúde mais pessoais e detalhados. Isso é usado tanto em ensaios clínicos para entender a eficácia do medicamento quanto para monitorar condições de longo prazo e adesão ao tratamento.

Detectores de movimento vestíveis (wearables) podem ser usados para identificar movimentos sutis de lentidão fora do normal para a faixa etária, podendo fazer análise preditiva de alterações motoras, seja ortopédica ou neurológica, e sugerir uma consulta médica com um especialista. Por que não fazer uma análise precoce de doenças neurodegenerativas?

Dispositivos de diagnóstico como aparelho pressão ou glicosímetros podem monitorar dados vitais sensíveis e sinalizar a necessidade de ação médica. Além disso, mesmo em condições normais, essas informações vão alimentando os bancos de dados de saúde do paciente - a individualização dos cuidados. Com essa mina de ouro de informação a personalização vai se tornando uma realidade. Ter a curva pressórica de não apenas 24-48h, mas de um mês todo, é infinitamente mais significativa para ajuste terapêutico. Imagine 1 semestre, 1 ano, vários... 

Um exemplo é o sistema Philips Motiva para pacientes com doenças crônicas. É fornecido a eles balanças e dispositivos conectados para medir sinais vitais. O tablet do kit (eCare) coleta informações por meio de questionários interativos e permite que os pacientes monitorem sua condição e façam videochamadas com os cuidadores.

Esse é um modelo pronto, mas algo parecido pode ser desenvolvido integrando aparelho de pressão, glicosímetro e um wearable disponíveis no mercado, basta integrá-los. Pense na quantidade de pacientes que seriam beneficiados com esses simples dados vitais sendo analisados em tempo real. O impacto que isso causaria na saúde da população assistida.

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O valor de uma boa conectividade IoT

Eu vejo essas inovações que já estão no mercado há algum tempo como uma enorme oportunidade de negócios, especialmente para a operadoras de saúde. Os heavy users, quando bem acompanhados, tendem a equilibrar a balança de gastos de uma operadora. À medida que as populações envelhecem e mais pessoas vivem com condições crônicas e deficiências, surge uma oportunidade tanto para a inovação empresarial quanto para o bem social. A telessaúde e a teleassistência estão transformando o atendimento baseado em valor e criando pacientes digitalmente capacitados. Isso encoraja eles a levar suas vidas de forma independente, assumindo o controle de suas condições crônicas de uma maneira assistida.

Trazer assistência médica inteligente com IoT para casa aumenta o acesso a cuidados que antes eram limitados ao presencial, dá flexibilidade aos pacientes e entrega melhores resultados de saúde, ao mesmo tempo em que alivia a pressão sobre os cuidados primários, hospitalares e unidades de saúde. Garantir que esses dispositivos tenham essa interconectividade, protegendo os dados e fornecendo acesso para profissionais da saúde de forma fácil e centralizada é a chave para que esse nicho tenha sucesso.

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