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Os pacientes são o recurso mais subutilizado na área da saúde

Article-Os pacientes são o recurso mais subutilizado na área da saúde

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Por Milton Andrade, Médico, Gestor, empreendedor e entusiasta das Healthtech.

A estratégia para o futuro do hospital inteligente precisa ter foco nos cuidados para o lar.

Wearables, tablets e automação desempenham um papel importante na transformação da estratégia hospitalar inteligente, inclusive estendendo-a para casa.

Os hospitais estão se tornando mais digitais e interconectados por meio de estratégias hospitalares inteligentes. A criação de um ambiente hospitalar digital envolve a modernização das jornadas do paciente e do médico, aplicando tecnologias como automação, dispositivos de Internet das Coisas Médicas, equipamentos vestíveis (wearables), tablets, monitores e smartphones para transformar a assistência médica e melhorar a produtividade.

No entanto, essas tecnologias também precisam de blindagem para proteger os dados do paciente e a infraestrutura do hospital. Esta faz parte de algumas das mudanças necessárias dentro das estratégias de transformação digital, investindo em infraestrutura diferenciada para a tecnologia hospitalar inteligente e como novas organizações para melhorar a eficiência e o atendimento ao paciente.

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Como a Estratégia Hospitalar Inteligente Beneficia a Saúde

Os hospitais inteligentes deve ser conectados, inteligentes e orientados por insights. “Mas como assim insights?”

Ao combinar tecnologias que não apenas coletem dados mas também seja alimentada pela interação do paciente, isso acaba produzindo insights que direcionam os tipos de cuidados para cada perfil de usuário, o que gera trabalhos clínicos e administrativos para uma meta de negócios muito específica.

Pense no paciente que, ao longo do seu internamento, vai alimentando um sistema com feedbacks tanto do seu quadro clínico (o que está sentindo, a escala de dor, qualidade do sono, hábito intestinal), mas também relatando sobre o ambiente (barulho, muita visita da equipe de enfermagem, temperatura, cama ruim).

Quão rica e vantajosa essa enxurrada de dados pode ser para a organização de gestão? O hospital que não desejar ter acesso a isso daqui para frente já pode ser encaminhado para a UTI.

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Por exemplo os tablets são uma tecnologia que permite uma estratégia hospitalar inteligente. Alguns hospitais implementaram tablets ao lado do leito (link do The Washington Post), para dar aos pacientes acesso a seus próprios dados e imagens médicas, o que aumenta a transparência e oferece oportunidades para a educação do paciente. Os tablets também podem servir como entretenimento para os pacientes e podem ser usados para coletar informações sobre suas experiências de atendimento. 

Permitir que os pacientes façam um diário de bordo do seu internamento, em vez de depender dos enfermeiros para registrar as informações, o que ajuda a compensar a carga de trabalho dos enfermeiros. Enfermeiros e médicos também se beneficiam da portabilidade dos tablets, que oferecem fácil acesso ao prontuário e outros aplicativos essenciais.

Dessa forma, eu considero que:

“Os pacientes hoje são, provavelmente, o recurso mais subutilizado na área da saúde”

Eles são os mais interessados em ter sua situação resolvida. Estruturando um cuidado híbrido, integrado e auto-gerenciado, suportado pela automação e a tecnologia inteligente, torna o internamento do paciente uma passagem sem aquele suporte técnico engessado o tempo todo. Pense como podemos tornar a experiência desse paciente algo incrível e rica.

Embora a eficiência, o custo e a experiência do paciente sejam importantes para todas as organizações de saúde, sua abordagem à estratégia de hospital inteligente será diferente, dependendo da situação de cada um: daí o cuidado holístico do paciente, e a medicina personalizada.

Não esqueçam dos dados

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Rede e segurança são essenciais para hospitais inteligentes. Com o aumento de dispositivos IoMT e outras tecnologias conectadas, é importante que as organizações de saúde aumentem seus investimentos em ferramentas de segurança, especialistas e treinamento. Precisamos ter capacidade para orientar o paciente sobre a importância dessas mudanças. O engajamento e entrega de valor só ocorrem se a missão é transmitida com qualidade.

O paciente precisa entender que é seguro gerenciar esses dados, assim como é vital que essas informações auto-gerenciadas podem definir condutas específicas. O dado médico se torna cada vez mais um bem precioso nessa nova composição híbrida de saúde. Na medida que os dispositivos se tornam mais conectados, especialmente com IoMT, o risco aumenta e, portanto, o investimento em segurança também precisa aumentar. Os dados de saúde são muito mais valiosos do que alguns outros tipos de dados. Por esse motivo, o valor do investimento deve aumentar proporcionalmente à medida que as organizações de saúde vão implementando estratégias hospitalares inteligentes.

O Hospital Inteligência não deve se limitar ao seu espaço físico

Os wearables conseguem transpor a barreira física hospitalar, levando assistência para fora dele - este é o point-of-care (POC). Mesmo os dispositivos estando no início do processo de evolução na geração de dados, já garantem uma análise extra-hospitalar valorosa e nunca antes vista e podem ajudar as organizações de saúde a melhorar a experiência do paciente além das quatro paredes do hospital.

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Mais do que simples contadores de passos, os wearables sofisticados de hoje são capazes de medir a qualidade do sono e estão sendo usados em programas piloto para detecção de quedas e orientação terapêutica. Outro uso potencial é a medição contínua de sinais vitais, como pressão arterial, ritmo, oximetria e glicemia.

O hospital inteligente não deve tratar de fazer tudo para todos - ao menos, não agora. Trata-se de pegar as coisas em que você é realmente bom e, em seguida, alavancar a tecnologia para ajudá-lo a se tornar ainda melhor no que faz. Se o seu hospital tem foco em geriatria, é preciso objetivar monitorizar os pacientes da melhor maneira possível. Os maiores índices de queda e arritmias estão nesse grupo. Como acompanhar isso? Trazer todas as tecnologias possíveis que garantam essa vigilância e respeitem a melhor relação custo X efetividade.

Se o seu negócio é um hospital pediátrico, não posso definir recurso e me especializar em monitorização remota de queda. Não faz sentido.

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Hoje em dia, a forma como medimos a pressão arterial é episódica. Quando você vai ao médico, é feita uma verificação de pressão arterial. Só que você só vai ao médico duas ou três vezes por ano. Você acha que essa aferição tem correlação real com o que está acontecendo em sua saúde? Bem, não. Ela é o melhor parâmetro que tínhamos até então, associada à alguns recursos de "televigilância” - Holter, MAPA, etc. Aumentaram a qualidade assistencial? Sem sombra de dúvidas, porém uma parcela imensa da população ainda deixa de receber diagnósticos de cardiopatia uma vez que esse método de detecção ainda tem suas falhas e limitações.

O ponto principal é que os wearables darão aos enfermeiros e médicos indicadores precoces de problemas, em vez de apenas reagir quando o problema se tornar sério. Os wearables definitivamente estão acelerando a mudança de atendimento do hospital para as clínicas ambulatoriais e, consequentemente, para casa. Se eu consigo monitorizar com qualidade gerando dados fiéis e com possibilidade de análise, por que não posso dar alta mais cedo e acompanhar esse paciente em casa?

O Hospital físico está com seus dias contados?

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A resposta curta é não, as instituições físicas ainda farão parte do futuro da saúde. No entanto, seus papéis serão significativamente diferentes do que são atualmente. Eles integrarão novos elementos de design, acomodarão tecnologias digitais de saúde e se tornarão centros especializados em procedimentos invasivos, cuidados intensivos e prevenção de doenças. Paralelamente, uma parte significativa dos cuidados será transferida para fora dos limites dos hospitais e os profissionais de saúde precisarão adotar novos papéis para esse fim.

Em resumo, os hospitais inteligentes do futuro serão muito diferentes dos hospitais de hoje e do passado. Hospitais inteligentes operarão em um ambiente de prestação de cuidados descentralizados e não mais servirão como provedores predominantes (ou, em alguns países, únicos) de todas as intervenções de saúde. 

E aí, vamos em busca do hospital do futuro?

* Milton Andrade é Médico graduado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, gestor de projetos e estruturação de serviços em Telessaúde, empreendedor e entusiasta das Healthtech.

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