Com extensão para mais de cem voltas ao redor da terra e cerca de 400 componentes ativos ao redor do mundo, a tecnologia de cabos submarinos ainda deve permanecer como alternativa mais rápida e eficiente a longo prazo. O tema, que vem ganhando espaço com a chegada do 5G ao Brasil e a busca por conexões com menor latência, ou seja, tempo de resposta da rede entre o emissor e o destinatário, será abordado durante o Futurecom 2022, que retornará ao formato presencial no São Paulo Expo, na capital paulista.
A indústria de cabos submarinos vem se renovando e garantindo adesão de mercados pouco beneficiados até então - como o da América Latina e Austrália – por meio da instalação de novos cabos e a desativação de antigos. Desta forma, e mesmo com mais de 170 anos, o mercado se mantém moderno e atual, e deve chegar, segundo pesquisas, a US$ 22 bilhões, em 2025, e até US$ 30 bilhões em 2027.
“O sistema EllaLink, por exemplo, que conecta Fortaleza (CE) a Sines, em Portugal, acaba de completar um ano e tem grande potencial comercial ao habilitar uma conexão de alta capacidade e alta qualidade entre a América Latina e a Europa, gerando possibilidades de maior colaboração entre os dois continentes, bem como abrindo possibilidades múltiplas para serviços inovadores”, destaca Hermano Pinto, Diretor do Portfólio de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom, que este ano ocorre entre os dias 18 e 20 de outubro.
Ainda no Brasil, a tecnologia tem grande potencial de crescimento e deve se beneficiar do movimento de redes neutras que já vem ganhando força na Europa e na América do Norte. O País tem, segundo o site especializado Submarine Cable Map, 15 cabos e deve chegar a 16, em 2023, com a inauguração do Firmina, que vai conectar a Carolina do Sul, nos Estados Unidos, ao estado de São Paulo e aos países vizinhos Uruguai e Argentina.
A tecnologia, que possibilita as comunicações transoceânicas, ainda lida com a incorporação de novos sistemas e vem evoluindo para lidar com adversidades provocadas pelo ambiente marinho, movimentos do fundo do oceano, navios e âncoras, a fauna, e até mesmo a água em si. “Mesmo com essas dificuldades, por alcançar até oito vezes a velocidade de conexão das redes de satélites, os cabos submarinos continuam sendo a base da rede global de comunicações em banda larga. Esta tecnologia sesquicentenária, exemplo da engenhosidade humana para a conectividade através dos oceanos, possibilita o intercâmbio de conhecimento, a promoção de pesquisas científicas e a comunicação de baixa latência, impactando a sociedade como um todo”, reforça Hermano.