O 6G é a próxima etapa das redes móveis e promete uma velocidade de conexão ainda maior que a do 5G. Embora a tecnologia ainda esteja em fase de definição, com pesquisas sobre suas capacidades em andamento, especialistas já fazem algumas previsões.
Rafael Marques, líder de inovação da Inmagic Group, compartilha sua visão em uma entrevista ao Futurecom Digital.
Quais serão as principais mudanças trazidas pelo 6G?
Rafael Marques: “Antes de tudo, é importante frisar que, quando falamos de internet de sexta geração, estamos analisando dados do presente e comparando com previsões.
É uma tecnologia totalmente embrionária. Entretanto, com a arquitetura de dados que temos hoje, vamos começar a ouvir mais sobre ela antes do que imaginamos.
Com isso em mente, acredito que, em termos de mudanças, o 6G será responsável por uma grande evolução em termos de integração de dados.
A dificuldade que temos hoje de interligar tecnologias será mitigada pela capacidade que a nova geração de internet terá de interligar softwares, hardwares, diferentes linguagens de programação e dispositivos.”
Como deverá se comportar a IoT com o 6G?
Rafael Marques: “Será mais frequente o lançamento ou aperfeiçoamento de dispositivos conectados à redes de internet, isso é fato”.
Com o surgimento das novas redes, o lançamento de dispositivos conectados à internet será ainda mais frequente. A maior surpresa, segundo Marques, será a expansão da Internet das Coisas (IoT) para setores que hoje não a utilizam.
“Hoje, já temos aparelhos de som e TV conectados. Mas, como será quando esse recurso for nativo em brinquedos, objetos de decoração e roupas?”, questiona ele. Essa integração permitirá que os dados sejam processados e trocados em tempo real.
Quais são as possíveis características do 6G?
A ultra velocidade e a alta capacidade de processamento de dados são as características mais certas do 6G, que virá acompanhado de uma infraestrutura mais robusta e versátil. Além de aprimorar a fibra óptica e os servidores, a tecnologia deve permitir que até mesmo áreas remotas tenham uma conexão de alta qualidade.
Como o 6G pode impulsionar o surgimento de novas tecnologias?
A integração de diversos sistemas e a alta capacidade de processamento de dados devem impulsionar o surgimento e o aprimoramento de novas tecnologias com muito mais frequência, transformando a maneira como vivemos e interagimos com o mundo digital.
Uma delas, destaco, é o metaverso e suas possibilidades. Hoje, limitado ao desenvolvimento de ambientes virtuais e interações via dispositivos, os metaversos vivem sua era “beta”. Daqui alguns anos, ele estará em seu auge, e, com certeza, será um recurso usado por pessoas, empresas, indústrias, governos, organizações do agronegócio etc.”
Quais são as previsões de lançamento do 6G no mundo?
Rafael Marques: “O 5G ainda está sendo implantado no mundo. Contudo, creio que até o início da próxima década, o 5G será como o 3G é para nós hoje: algo datado, longínquo e que não atende mais a nossa capacidade de comunicação.
Portanto, em cerca de seis ou sete anos, a rede 5G precisará de evolução, dando espaço às implantações primárias da nova geração em países desenvolvidos.”
E no Brasil, quando podemos esperar por essa tecnologia?
Rafael Marques: “Em grande parte, isso depende do cenário político e do investimento em tecnologia.
Na melhor das hipóteses, devemos iniciar a implantação das redes 6G no início da próxima década. Mas, como disse na primeira resposta, podemos nos surpreender e receber a tecnologia em território nacional antes de 2030.”
Em resumo, de acordo com Marques, a nova geração da internet impulsionará ainda mais as conexões em nossas vidas cotidianas. Isso facilitará as nossas rotinas pessoais e de trabalho, tendo em vista que a transformação digital continuará ocorrendo.
Por falar nisso, que tal ler agora o nosso artigo que fala sobre os tipos de conexão e o futuro da internet?
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