O 5G FWA (Fixed Wireless Access, ou Acesso Sem Fio Fixo) traz diversas vantagens para a atuação das operadoras, refletindo também em uma maior cobertura e disponibilidade de serviços para os usuários.
Com o tema “Como o 5G FWA vai transformar o cenário da conectividade?”, um painel sobre o assunto foi uma das atrações do Futurecom 2022. Participaram do debate os seguintes especialistas:
Roberto Murakami: Latam CEO da NEC Brasil; Leandro Gaunszer: Diretor-geral da Viasat; José Felipe Ruppenthal: Sócio-Diretor da Kyndryl; Marcos Paulo Zonatto Scheffer: Head of Networks & Managed Services da Ericsson; e Everton Souza, Engenheiro de soluções da Viavi.
Mediado por Caio Bonilha, Sócio-Diretor da Futurion, o debate buscou esclarecer as perspectivas do 5G FWA no mercado nacional e de que forma isso pode contribuir para melhorar a conectividade no Brasil. Saiba mais abaixo!
A experiência das empresas de tecnologia com o 5G FWA
No encontro realizado no Futurecom 2022, os palestrantes foram convidados a comentar sobre como o 5G FWA já está sendo utilizado nas empresas que eles representam.
“A NEC está sempre envolvida com o 5G FWA e tem alguns exemplos de aplicações pelo mundo, principalmente no Japão, como digitalização de indústrias e sistemas de disaster recovery. No Brasil estamos trabalhando com as plataformas Open”, disse Murakami, abrindo o painel.
O segundo a dar o seu parecer foi Scheffer, que destacou a atuação da empresa onde atua neste sentido, citando exemplos já realizados em nosso país.
“A Ericsson está no Brasil há quase 100 anos e foi uma das precursoras do 5G. A empresa trabalha com FWA em conexões residenciais de banda larga, acessos atrelados ao CEP da pessoa, entre outros tipos de implementação”, destacou ele.
Gaunszer, por sua vez, comentou que o FWA também já tem sido utilizado no dia a dia da empresa de onde atua. Ele citou um exemplo realizado pela companhia em outro grande país da América Latina.
“A Viasat é uma empresa mundial de satélites. Temos uma experiência no México, em que uma operadora está instalando antenas em locais de baixa densidade demográfica. Mapeamos as regiões e aplicamos o backhaul, usando o FWA”, disse.
Ruppenthal destacou que o FWA já é uma realidade, e que justamente por isso o setor precisa conscientizar todos os agentes envolvidos sobre sua utilização.
“A Kyndryl é uma startup com um trabalho de ajudar os clientes na jornada de transformação tecnológica. A gente entende que as empresas precisam entender o que é o FWA, qual a sua função e as oportunidades que ele oferece”, observou.
Já Souza destacou que a companhia onde atua tem auxiliado esses avanços com o fornecimento de equipamentos que auxiliam no avanço do FWA. Ele explicou:
“A Viavi oferece os equipamentos para implementar o FWA, garantindo a cobertura da rede 5G. Estamos presentes em todo o ciclo de vida de uma operadora”.
O papel do FWA na transformação do papel da conectividade
No segundo momento do painel, os participantes falaram mais efetivamente sobre o papel do FWA na transformação da conectividade, em especial no Brasil.
Todos concordam que a tecnologia é uma excelente ferramenta para levar a conectividade a toda população, principalmente para áreas mais remotas e com baixa cobertura de fibra óptica.
“O FWA é uma ótima ferramenta para continuar ajudando as operadoras a conectarem aos desconectados. Um segundo ponto é ajudar a melhorar as conexões de baixa velocidade”, disse Gaunszer.
Scheffer também destacou que o FWA não será e não deve ser visto como um concorrente da fibra. Segundo o especialista, a tecnologia atende a outros perfis de público e serve para chegar a locais não atendidos pelo modelo mais popular das conexões de internet.
O uso do 5G FWA para aplicações do futuro e melhoria da conectividade
Murakami, por sua vez, destacou que o FWA pode ser utilizado de diferentes formas de acordo com a aplicação desejada pela operadora ou empresa em questão.
“Se é uma aplicação somente de banda larga, tem tudo a ver com o que foi dito, mas nós não sabemos o que vem no futuro. Estamos entregando uma estrutura dentro do 5G, e hoje não precisamos disso tudo, mas essas aplicações vão chegar. Você disponibilizando essa estrutura, o pessoal vai usar a criatividade”, comentou.
O especialista da NEC complementou: “As aplicações vão puxar o tipo de solução que você quer entregar”.
O convidado falou também sobre o crescimento visível da indústria de games, em especial com o avanço dos e-sports, em muito propiciado por conexões mais ágeis e estáveis, como as possibilitadas pelo FWA, por exemplo.
Outro ponto abordado foi como o 5G FWA poderá ser utilizado especialmente em cidades menores, onde nem todas as frequências de conectividade estão disponíveis.
Para Scheffer, a tecnologia poderá trazer mais uma opção para as operadoras oferecerem seus serviços em regiões onde nem todos os tipos de acesso estão disponíveis, o que trará vantagens tanto para quem realiza o serviço quanto para os usuários que buscam mais opções de conectividade.
“A operadora costuma usar todas as frequências em cidades grandes, mas em uma cidade menor pode ser que esteja sobrando frequência. Aí você pensa: o FWA não vai competir com meu próprio serviço? Em uma cidade maior, pode ser que sim, mas em outra região, não. Basta ter um software e um rádio para que o FWA seja ativo, ele é fácil de se instalar, e o mesmo deve ocorrer agora com o 5G”, disse.
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