Você já pensou em solicitar componentes de infraestrutura de rede a partir de um menu de opções que foi totalmente projetado para atender às necessidades do seu negócio? Com o Network as a Service (NaaS) isso é possível!

Considerado como uma evolução das redes, esse conceito já existe há alguns anos e pode ser visto, principalmente, na área de provedores de serviços.

Em entrevista ao Futurecom Digital, Rafael da Silva Santos, coordenador do curso de Cloud Computing do Centro Universitário FIAP, falou sobre esse serviço. Confira!

O que é Network as a Service?

De acordo com Santos, o Network as a Service é um modelo de serviço em nuvem que permite a construção de uma infraestrutura virtualizada de rede, sem efetivamente possuir os equipamentos de hardware necessários para sua construção.

“O serviço possui um modelo de pagamento conforme o uso, e os usuários podem gerenciar sua escalabilidade conforme a demanda, eliminando custos desnecessários de hardware e podendo implementar serviços de forma ágil”, diz.

Qual é o papel das nuvens no Network as a Service?

Os serviços do NaaS são um modelo de serviço em nuvem, o que oferece mais flexibilidade e maior personalização. Para os usuários, isso é bastante benéfico, tendo em vista que torna os processos mais escaláveis.

Nas palavras de Santos: “As alterações são feitas na rede por meio de software, são naturalmente mais escaláveis do que os serviços tradicionais.”

Ele continua: “Dependendo de como uma rede baseada em nuvem é configurada, os usuários podem ser capazes de acessá-la em qualquer lugar. Além disso, o provedor de nuvem mantém a rede de forma mais fácil, gerenciando as atualizações”.

Qual a diferença entre SaaS e Network as a Service?

Embora ambos sigam o princípio de “Tudo como Serviço” e sejam modelos de assinatura baseados em nuvem, a principal distinção entre Software as a Service (SaaS) e Network as a Service (NaaS) reside na camada da infraestrutura de TI que eles abordam.

O SaaS foca no nível da aplicação, oferecendo um software pronto para uso final (como CRM, ERP ou e-mail corporativo) acessível via internet, onde o provedor gerencia toda a pilha tecnológica, do código ao hardware subjacente. O valor está na funcionalidade da aplicação em si, simplificando o uso do software sem a preocupação com sua instalação ou manutenção.

Já o NaaS opera na camada de infraestrutura e conectividade. Ele virtualiza e entrega serviços de rede — como SD-WAN, firewalls, balanceamento de carga e gerência de LAN/WLAN por meio de uma assinatura. O foco não é o software que o usuário final utiliza, mas sim a flexibilidade e a agilidade em provisionar, escalar e gerenciar a conectividade de ponta a ponta da corporação.

Para gestores de tecnologia e telecomunicações, o NaaS transforma a rede de um Custo de Capital (CapEx) focado em equipamentos em um Custo Operacional (OpEx) dinâmico, permitindo que a infraestrutura de rede se adapte em tempo real às necessidades do negócio e de outras soluções em nuvem, incluindo o próprio SaaS.

Os 3 diferentes modelos de Netwok as a Service

Santos nos explicou que existem três diferentes modelos de NaaS. Na sequência, explicaremos brevemente sobre cada um deles.

1. Largura de banda sob demanda (Bandwidth-on-Demand)

É uma técnica pela qual podemos atribuir a capacidade de largura da banda, que depende totalmente da exigência entre diferentes nós e usuários. 

Nesse modelo, as taxas podem ser adaptadas às demandas de tráfego dos nós que estão conectados ao link.

2. Rede privada virtual (Virtual private network)

Esse modelo integra-se com a rede privada e os recursos. Além disso, ele pode incluir redes como internet pública. 

A VPN permite que o computador host transmita e receba dados pela rede compartilhada e privada com funções e políticas da rede privada. Tudo isso gera uma rede de computadores conectada e um serviço integrado.

3. Virtualização de rede móvel (Mobile network virtualization)

A rede móvel como serviço inclui: protocolos multicast escaláveis e fáceis de usar, firewall de segurança, detecção e prevenção de intrusão, Wide Area Network (WAN), Virtual Private Network (VPN), largura de banda sob demanda, monitoramento e filtragem de conteúdo de roteamento personalizado.

Tecnologia Descrição Resumida
Largura de banda sob demanda (BoD) Permite ajustar a capacidade da rede conforme a necessidade dos usuários ou nós conectados, otimizando o uso dos recursos de tráfego.
Rede privada virtual (VPN) Conecta redes privadas por meio da internet pública, garantindo transmissão segura e com as mesmas políticas da rede interna.
Virtualização de rede móvel Oferece serviços de rede móvel sob demanda, integrando segurança, monitoramento e largura de banda personalizável para cada aplicação.

Quais são os desafios de implementar o Network as a Service?

Na visão de Santos, apesar do ambiente nuvem estar cada vez mais consolidado no mundo corporativo atual, o NaaS ainda está em seus passos iniciais.

“Há muitas complexidades que devem ser levadas em conta, principalmente para empresas que possuem uma infraestrutura grande”, opina o professor da FIAP.

Ele explica que, pelo fato do NaaS ser criado em nuvem, deve-se levar em conta a estabilidade de sinal, já que problemas relacionados com esse ponto podem afetar as operações da rede corporativa.

Santos também acredita que outro desafio para a implementação do NaaS é o SLA: “O nível de serviço precisa estar claro tanto para a empresa quanto para a prestadora do serviço, principalmente em itens como a agilidade para restauração do serviço e de cobertura para eventuais perdas de receitas decorrentes de falhas”, diz.

Para ficar por dentro do Network as a Service e de tudo o que acontece nas áreas de conectividade e inovação tecnológica, continue acompanhando a Digital Futurecom, o canal de conteúdo do evento Futurecom.

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