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Já pensou em usar a blockchain para rastrear materiais?

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A blockchain é constantemente lembrada pelas suas possibilidades para meios de pagamentos, moedas virtuais e, atualmente, fala-se muito sobre a possibilidade futura de os bancos brasileiros adotarem esse sistema. Lembrando que blockchain é a possibilidade de distribuir os dados pela rede em várias máquinas conectadas em locais diferentes. Isto é, cada máquina passa a ter uma cópia do conteúdo, que passa a ser gerenciado de forma compartilhada.

Mas você sabia que, além de sua aplicabilidade em empresas e no mercado financeiro, essa tecnologia também pode ser aplicada no rastreamento de materiais? Conversamos com Fábio Hashimoto, diretor de software services da Logicalis, multinacional de soluções e serviços de tecnologia de informação e comunicação, que possui um projeto de rastreamento de materiais via blockchain. Confira:

Como funciona essa tecnologia de rastreamento de materiais via blockchain?

O blockchain pode ser entendido como um registro de informações distribuído e descentralizado, com uma importante característica de imutabilidade – os dados registrados no blockchain não podem ser alterados ou removidos.

Além disso, algumas plataformas de blockchain possuem conceitos de Contratos Inteligentes, que permitem inserir regras de negócio associadas às transações. Essas regras podem ser usadas para indicar inconsistências ou mesmo rejeitar transações que sejam inconsistentes.

Um exemplo que possuímos é o da rastreabilidade de carne bovina em toda a sua cadeia de valor, desde a fazenda onde foram criados até a prateleira do mercado. Neste uso de blockchain, não apenas acompanhamos a passagem do produto final por diferentes stakeholders (fazenda, indústria, transportadoras, varejistas), como também as transformações ocorridas sobre a matéria-prima até compor o produto final.

Quais são as vantagens?

A característica de imutabilidade dos dados no blockchain permite que a rastreabilidade do material seja acompanhada desde sua origem até a sua localização atual, registrando todas as mudanças em seu ciclo de vida e dificultando, ou até impedindo, mudanças propositais nos dados (fraudes).

Como o blockchain é um registro distribuído, todas as partes envolvidas no ciclo de vida de um material podem ter uma cópia desse registro. Isso aumenta a confiança dos envolvidos e provê transparência ao processo.

Finalmente, o mecanismo de Contratos Inteligentes prevê flexibilidade para lidar com situações fora do padrão, identificar e resolver inconsistências – por exemplo, um material que foi recebido numa localidade sem existir num sistema um registro de passagem por uma transportadora.

Qualquer tipo de material pode ser rastreado?

Sim. Como o blockchain é um registro transacional, ele pode ser usado para documentar mudanças no ciclo de vida de qualquer material.

Na nossa demonstração usamos o exemplo de carne, que é bastante interessante pois ele inclui características tanto de transformação (matéria-prima virando produto final) quanto de rastreabilidade na cadeia de valor, registrando o envolvimento de diferentes atores – indústria, transportadoras, varejistas, etc.

Mas o potencial é ilimitado; há casos já documentados no mercado de blockchain sendo utilizado para rastrear desde remédios até diamantes e obras de arte.

Essa tecnologia monitora transporte e armazenamento?

Sim! É importante notar que o blockchain não é a tecnologia para captura da informação de rastreabilidade – esta função é necessariamente realizada por um outro sistema, como um aplicativo móvel ou um sistema automatizado baseado em tecnologias como IoT (Internet of Things), RFID ou Bluetooth.

Este último exemplo é particularmente interessante, pois permite registrar automaticamente as mudanças de estado ou de posse do material, como também registrar informações relacionadas ao armazenamento ou transporte dele.

Voltando ao nosso exemplo de rastreabilidade de carne, além de registrar o evento de transporte da carne, também registramos no blockchain as leituras de temperatura realizadas no caminhão frigorífico usando um dispositivo IoT.

Assim, a transação de entrega da carne num varejista poderia ser recusada num contrato inteligente, caso alguma leitura de temperatura do dispositivo tenha indicado que durante o transporte o produto foi submetido a uma condição inadequada, prejudicando sua qualidade.

Em suma, o uso de blockchain em conjunto com tecnologias envolvidas na monitoração ou registro automático de transporte e armazenamento possibilita um grau de controle dificilmente visto em outra solução.

Como o cliente pode ter acesso a essas informações?

O blockchain não é exatamente ‘user-friendly’ para que o cliente possa visualizar e entender facilmente o que está lá. Para permitir isso, integradores como a Logicalis devem desenvolver ferramentas de visualização que forneçam ao usuário uma interface mais amigável.

Criamos um App Móvel para que o usuário pudesse fazer a leitura do QR Code de uma peça de carne no supermercado, e então visualizar os locais por onde o produto esteve e os principais eventos ocorridos no seu processo de transformação.

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