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MWC: a IA como elemento central

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Aplicações em 6G, IA on-device, FWA e otimização das redes estão entre os destaques apresentados na maior feira de tecnologia móvel do mundo

Barcelona respira tecnologia nesses dias de Mobile World Congress (MWC). E esta edição, que deve reunir mais 80 mil visitantes, traz a inteligência artificial (IA) como elemento central, seja em termos de aplicações voltadas ao usuário, como também dedicadas à eficiência operacional e otimização de recursos rede.

Entre os muitos estandes do evento, o da Ericsson traz novidades importantes para a próxima geração 6G, voltada à “internet dos sentidos”, com redes a serem operadas em duas faixas “Centimeter Wave”, ou seja, ondas com o comprimento de centímetros (6 GHz e 15 GHz). Nos testes já realizados nessas frequências, eles conseguem alcançar boa penetração, boa cobertura e aplicações de maior relevância. Em sua maior parte, estão associadas às experiências sensoriais, através da realidade virtual e estendida, com o uso de IA.

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E aqui, é muito interessante também o uso de microgrids, que são formas de fazer microgeração para o atendimento das estações de rádio base, seja com energia solar, seja com pequenas turbinas eólicas. Associado a isso, a marca está trabalhando também com sistemas de smart grid, utilizando gestão de rede de energia e trabalhando com a adoção de sistemas com maior eficiência energética, buscando, assim, maior economia dos sistemas de comunicação a serem implantados, tanto no 5G quanto no 6G.

Já a Qualcomm apresenta a IA embarcada direto no dispositivo, denominado de IA on-device. São vários novos componentes desenvolvidos pela fabricante americana de processadores. Batizado de Snapdragon X Elite, o chipset oferece aplicações tanto para computadores como para celulares, e o grande elemento, neste caso, é todo um tratamento de IA com um sistema desenvolvido por eles, que não precisa diretamente de conexão com a internet. Ou seja, é possível trabalhar as ferramentas de inteligência artificial no próprio dispositivo.

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Atualmente, a empresa está trabalhando somente com imagens. No entanto, esses dispositivos têm grande capacidade de processamento e, certamente, evoluirão para o uso de vídeos. Um aspecto interessante é que, por meio de um acordo com a Microsoft, essas imagens permitirão a sua rastreabilidade para evitar as deepfakes. Há um certificado de origem da imagem, de onde veio e a partir de onde o software foi trabalhado. Também vimos exposições de aplicações de Internet das Coisas com as demonstrações de vários dispositivos de IoT.

A tecnologia FWA (Fixed Wireless Access) também tem destaque nos estandes da maior parte das gigantes do mercado, com a oferta de sistemas operacionais de banda larga estável e confiável. Particularmente, acredito que o FWA pode ser uma das mais importantes soluções para ampliar o acesso da população à internet de quinta geração e, consequentemente, trazer uma revolução para empresas, indústrias e serviços.

Em minha passagem no espaço da Telefônica, acompanhei a celebração dos 100 anos de fundação da companhia. Os principais executivos destacaram como tudo começou e a presença da empresa no Brasil, na América Latina, na Alemanha, no Reino Unido e na Espanha. A comemoração também se deu por conta dos 20 anos da marca Vivo e os 25 anos da presença da Telefônica em São Paulo desde a privatização da Telesp. Eles mostraram os grandes investimentos realizados, em capacidade de rede como em novos serviços, entre eles em saúde, educação, agronegócios e em serviços para a indústria.

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Uma de suas principais demonstrações no MWC foi no campo da Indústria 4.0, com o uso de robôs, de automação logística, que permite fazer o rastreabilidade e a gestão industrial de forma eficiente e produtiva.

No âmbito do entretenimento, a operadora centenária, fazendo uso da conectividade 5G e de realidade virtual, trouxe a simulação de um jogo de queimada virtual, com os visitantes usando óculos. Por conta da baixa latência do 5G, era possível que as duas pessoas interagissem, jogando a bolinha de um para o outro. A brincadeira mostrava efetivamente as possibilidades que o 5G traz também para entretenimento.

Gestão energética

Na Huawei, diversos desenvolvimentos voltados à economia de energia, como o uso massivo de antenas MIMO em múltiplas frequências, sites indoor (LampSite X) com cinco bandas de frequência, chipsets com combinação de bandas e conceitos “0 bit, 0 watt”, em que o equipamento rádio entra “em repouso”, em situações de “não carga”. Por exemplo, em estádios, as antenas e os rádios vão “se acendendo”, conforme a chegada do público.

A mais nova divisão da Huawei, “Digital Power”, apresentou uma série de aplicações e soluções de gestão energética, seja para redes de telecomunicações como para a eletrificação de residências e corporações (inclusive na questão de veículos), por meio da combinação de sensores, conectados em nuvem e geridos por um sistema de inteligência dedicado.

Na Nokia, o foco foi o fatiamento de rede, seja no “multi edge slicing” ou no “on demand slicing”. O conceito de fatiamento de rede, inicialmente criado para as redes móveis, também é levado para as redes fixas, com a alocação dedicada de recursos, com a possibilidade de uso de IA para a monetização de fatiamentos específicos. Outra aplicação interessante é a oferta de serviços combinada por IA e “gêmeos digitais”, com o objetivo de modelar arquiteturas e demandas específicas em espaços urbanos ou industriais. O “Nokia AnyRAN” advoga o uso de qualquer arquitetura, para qualquer cliente, em qualquer infraestrutura de nuvem.

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Outro destaque do MWC foi a comemoração do primeiro ano do Open Gateway, plataforma global de desenvolvimento de APIs das teles. O Brasil foi um dos seis países citados como tendo operação comercial já derivada desse modelo compartilhado de desenvolvimento. Não poderia deixar de mencionar, também, a apresentação pela Samsung do protótipo de seu anel inteligente com sensores que irão monitorar, em tempo real, as características fundamentais de saúde dos usuários, tais como frequência cardíaca, capacidade de respiração e qualidade do sono.

Todas as experiências vivenciadas nesses primeiros dias de evento mostram como a inteligência artificial irá potencializar o mercado de telecomunicações para melhorar a eficiência das operações de rede, otimizando a alocação de recursos e prevenindo falhas. A IA pode ainda aprimorar a análise de dados para prever demanda, identificar padrões de uso e personalizar ofertas de serviços – a tão falada hiperpersonalização –, além de contribuir com a segurança e resiliência cibernética. Sem dúvidas, tanto a IA quanto a IA Generativa terão um papel fundamental nas aplicações com 5G e 6G, com capacidade para transformar negócios e experiências.

* Artigo original disponível no Meio & Mensagem.

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